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Os médicos andam estranhamente confiantes em relação ao estado de saúde do euro. Depois de ter sido atacado por uma doença grave e prolongada, o euro começa finalmente a dar sinais de estar a recuperar. A demorada intervenção levada a cabo pelos ministros das finanças europeus na última semana de Fevereiro, na tentativa de remover a parte ulcerosa correspondente à dívida grega, correu melhor do que era esperado.

Para os menos crentes, tudo não passa de uma daquelas tentativas de encontrar algum sinal de otimismo quando estamos confrontados com uma situação de saúde em que o prognóstico é reservado, ou seja, se ainda não morreu, então é porque pode estar a recuperar.

A Grécia pode finalmente ter entrado num processo de estabilização. É certo que em troca do dinheiro necessário, o país comprometeu-se a enfrentar condições de vida penosas durante anos. Mas falar do risco do país entrar em incumprimento, ou de vir a ser obrigado a sair da moeda única, começa lentamente a deixar de ser assunto para a abertura de noticiários televisivos, ou para as primeiras páginas dos jornais.

A implementação das medidas de austeridade podem provocar forte contestação popular, particularmente se forem vistas como uma imposição externa. Atente-se, por exemplo, na forma como a imprensa da Alemanha e da Grécia têm abordado a situação grega: enquanto os jornais helénicos têm publicado ilustrações dos atuais líderes alemães em uniformes nazis, os tabloides germânicos incitam os seus líderes a afastar os gregos do euro.

Um prognóstico mais otimista só faz sentido se os líderes europeus aproveitarem o momento de relativa acalmia para implementarem reformas estruturais, remover barreiras dentro do mercado único, erguer melhores proteções contra possíveis contágios, e caminharem para uma maior harmonização fiscal. O que se passou na penúltima semana de Fevereiro permite-nos tirar duas ilações. Uma é a de que os representantes políticos, perante a pressão avassaladora dos mercados, foram capazes de alcançar compromissos. A outra é a de que a crise do euro ainda está longe de estar completamente resolvida e novos problemas esfriarão este otimismo.

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publicado às 19:18


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