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O tráfico de seres humanos dispara

por franciscofonseca, em 28.10.12

Os traficantes têm os perfis das vítimas traçados, os países de origem identificados e um modus operandi em constante mutação. Na maioria as vítimas são jovens que são alertados pelos pais para desconfiar de desconhecidos, pelos professores para a marcação de encontros, pela polícia para anúncios de emprego irrecusáveis.

A rede de angariação é composta por tios, namorados, maridos, vizinhos e amigos de família que conhecem as vítimas durante anos, ou seja, pessoas de confiança. Quando estes angariadores lhes prometem uma vida melhor noutro país, com bons empregos, e com um elevado nível salarial, as vítimas não hesitam. Laços de confiança que são forjados ao longo de muito tempo.

Um terço das vítimas são menores quando são traficadas, com idades compreendidas entre os doze e os dezassete anos. Para estes os períodos de exploração são mais longos. A resistência do seu jovem corpo assim o permite.

As vítimas vivem sob a ilusão e a indiferença. Homens, mulheres e crianças caem nestas redes. Agências legalmente criadas, que assinam contratos, que encobrem esquemas de tráfico e engano e que, ao primeiro sinal de denúncia, desaparecem tão depressa quanto foram criadas.

Portugal e os portugueses não escapam a esta realidade. Portuguesas forçadas a prostituir-se em casas de alterne e bordeis. Portugueses e portuguesas forçadas a trabalhar dezasseis horas por dia em muitos países da europa. Mas também traficantes portugueses que forçam as nigerianas de catorze anos a prostituírem-se ou os búlgaros de trinta a trabalhar, por quase nada, nas quintas do Douro e Alentejo.

As histórias de vida das vítimas são difíceis de ouvir, complexas e tão repletas de violência que por vezes parecem irreais. Na nossa sociedade este problema passa ao lado, existe uma indiferença, e muitas das vítimas são banidas da sociedade e nunca recuperam. Nunca voltam a ser as pessoas que eram antes. Anos depois das mazelas do corpo terem desaparecido, as da mente retorcem-se diariamente à procura duma explicação. Têm dificuldade em voltar a confiar e a serem reintegradas plenamente na sociedade.

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publicado às 17:52

Modelo económico alemão tem calcanhares de Aquiles

por franciscofonseca, em 25.10.12

Em 2012, a Alemanha vai ultrapassar a China no volume de excedente externo, colocando-se como o país líder mundial neste indicador (175 mil milhões de euros). A Alemanha acumulou excedentes externos de mais de 1 bilião de euros na última década. O estatuto de país "excedentário" tem sido visto como um instrumento de poder geopolítico e não é encarado, de modo algum, como uma expressão de importantes desequilíbrios que desestabilizam atualmente a zona euro e a União Europeia e que são uma ameaça para a economia alemã no longo prazo.

Em conflito estão as virtudes da exportação e os vícios dos défices. O problema é que num sistema fortemente interligado, como é a zona euro, os dois lados - excedente e défice - estão diretamente interligados.

Atualmente a Alemanha detém um nível de exportação elevado. Mas os trabalhadores alemães não ganharam nada de substancial em termos de rendimento numa década. Os lucros estão em níveis recorde, mas, como as empresas alemãs se globalizaram, o investimento saiu da economia alemã. O investimento em capital na economia alemã está em níveis mínimos recorde. Desde 2000, o investimento líquido na economia alemã em termos de percentagem do PIB está no nível mais baixo de sempre, historicamente registado, excluindo, naturalmente, o período da Grande Depressão. Estes são os calcanhares de Aquiles do modelo alemão.

Os países excedentários não ganham nada a longo prazo com a sua posição de recusa de cooperação com os deficitários. O sistema que permitiu a certos países acumularem excedentes está a caminho do ponto de colapso. Sem cooperação, sobretudo por parte dos países excedentários, um sistema rígido, como é hoje o da Zona Euro implica uma forte cooperação, ou, então, o melhor é quebrar o sistema de câmbios fixos.

A catástrofe económica alemã a que se chegou em 1933 e a intransigência da França sobre as reparações relativas à 1ª Guerra Mundial, catapultaram o partido Nazi para o poder e mergulharam, depois, a Europa em nova guerra. Este é o período da história alemã do século XX em que se devem procurar lições para hoje. Mas quer-me parecer que ninguém quer estudar essas lições históricas.

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publicado às 19:44

Se não podemos mudar o país, podemos reinventa-lo

por franciscofonseca, em 18.10.12

Chegou o momento que ninguém pode ficar de braços cruzados a ver a sua vida passar. Temos de ser irrequietos, empreendedores e ativistas sociais com convicção. É urgente encontrar uma plataforma alargada, para encontrar um novo modelo de sustentabilidade, que coloque o lucro em plano de igualdade com as pessoas e o planeta (os famosos três Ps: People, Planet, Profit).

É necessário um Plano B desenhado por esta plataforma, que reconheça o trabalho e os sucessos do que já foi alcançado, aperfeiçoá-lo e, de forma coletiva, traduzi-lo em ações, implementando-as de seguida, para redefinir as novas práticas de negócio, vivência em sociedade, de forma a alimentar as expetativas de todos os portugueses.

É verdade que todas as revoluções, dentro deste contexto são, geralmente, iniciadas da base para o topo. Mas, estou em querer que, as dinâmicas inversas podem também ter um papel crítico na transformação deste sistema económico e político, basta que assim queiram e que elejam os frutos do longo prazo em detrimento dos lucros imediatos.

Este movimento cívico, apartidário, catalisador e desafiador têm poder e capacidade para alterar o curso deste genocídio coletivo, para onde estamos a ser empurrados, alterando o rumo dos acontecimentos, para que rapidamente possamos assumir como garantia, que existem alternativas, para a construção de um novo paradigma social, em que seja possível viver em situações win-win para todos os portugueses.

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publicado às 20:24

Os governantes portugueses apresentaram o Orçamento de Estado para 2013, um orçamento carregado de austeridade, que vai exigir um esforço colossal à maioria dos portugueses, já sufocados com impostos. Mas esta receita irá provocar efeitos muito nefastos, na sociedade, na economia e principalmente naqueles que dependem do trabalho para sobreviver.

Os protestos em Portugal e por essa Europa fora são cada vez mais participados, começam a incomodar os políticos e as políticas desenhadas pela senhora Merkel. O desafio passa por transformar toda esta energia numa compreensão da atual situação em que vivemos. Os políticos europeus podem estar a subestimar uma linha muito ténue, que existe entre descontentamento e revolta.

A oligarquia financeira europeia está a impor um genocídio social em que o rastilho poderá dar origem à explosão. Os movimentos socias multiplicam-se, em muitos casos apartidários e multigeracionais e as manifestações massivas contra a austeridade invadem as capitais europeias. Os cidadãos europeus estão cada vez mais descontentes com os seus governos nacionais, em particular, e com a Europa, no geral.

Em Portugal os políticos têm ignorado a voz do povo. As eleições têm sido vistas como despojadas de sentido na medida em que políticas neoliberais, que promovem a desregulação do mercado, as privatizações e o mercado laboral flexibilizado, são perseguidas de formas demasiado similares seja qual for o governo. Desta forma as principais instituições políticas são consideradas como corruptas, ineficientes, ineficazes e irrelevantes, e os protestos explodem nas ruas.

É necessário uma outra forma de fazer política, diferente da política europeia dominante, percecionada como elitista e tecnocrática. O mais significativo que tudo o resto, terá de ser uma política centrada nas preocupações dos seus cidadãos comuns. Se nada for feito, os protestos poderão infligir uma mudança drástica na caminhada europeia. O povo é quem mais ordena e está de costas voltadas para as elites políticas. A linha que separa o descontentamento de uma verdadeira revolução é ténue. E os apelos à revolta fazem-se ouvir cada vez com mais frequência.

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publicado às 17:29

Jovens sem estudar, sem trabalhar, sem formação

por franciscofonseca, em 14.10.12

O futuro da sociedade poderá estar comprometido e as repercussões, sociais e psicológicas, podem ser esmagadoras. Os jovens nos últimos anos começaram a integrar as fileiras do desemprego, são uma geração que tarda em assumir compromissos e responsabilidades inerentes à idade adulta.

Muitas explicações têm sido dadas quer psicologicamente, quer sociologicamente. Mas, o fato de não tencionarem sair da casa dos pais, não quererem casar, nem ter filhos, será mesmo uma opção? Estou em querer que nos últimos anos, não são os jovens que estão a escolher os seus caminhos, mas sim o poder económico e as suas circunstâncias.

Todos sabemos que o emprego para a vida morreu enquanto garantia, o emprego pós licenciatura ou mestrado está igualmente moribundo. Assim, completar os estudos, sair de casa dos pais, obter independência financeira, casar e ter filhos são colocados, por muitos, na gaveta, à espera de melhores dias.

A nova realidade económica está a alterar a forma como pensamos na idade adulta, pois o caminho da independência financeira, que a define, está cada vez mais longo e com mais obstáculos pela frente. Desta situação emergem dois problemas: o desapontamento, que esta geração em crescimento pode ter relativamente ao contrato quebrado com a sociedade e o outro na manifestação dos efeitos psicológicos da recessão causando descomprometimento, ostracismo e até depressão.

Os níveis de otimismo colapsaram, o stresse a ansiedade aumentaram exponencialmente, devido à incerteza trazida por este mundo global. Podemos imaginar os potenciais problemas que daqui resultarão, para a sociedade enquanto um todo, contudo as verdadeiras repercussões ainda são especulativas, mas a sociedade como hoje a conhecemos será sem dúvida diferente no futuro.

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publicado às 12:06

Esta é a época em que o Douro se enche de festas, celebrações e tradições ancestrais, constituindo-se simplesmente numa das etapas da longa produção do vinho, mas reveste-se de especial magia.

A Quinta da Trigueira abraçou de forma entusiástica um projeto único e inovador que reúne num só local a dupla essência do Douro: a Vinha e o Vinho. Nos últimos anos muitas reformas que tem sido feitas, quer na vinha, quer na adega, na procura da excelência dos seus vinhos tintos, brancos, rosés e do Porto.

As vindimas da Quinta da Trigueira em 2012 já tiveram lugar. Chegou aquela época especial da vindima, aquele período para o qual trabalhamos durante todo o ano. A ansiedade e o nervosismo apoderam-se de nós, sentimos aquela pressão do ver testado o trabalho desenvolvido durante os onze meses anteriores.

Este ano os néctares prometem vinhos, mais uma vez de excelente qualidade. A produção foi equilibrada, tanto nos tintos, como nos brancos. Em relação ao Vinho do Porto podemos estar mais uma vez na presença de um Vintage.

Trabalhou-se muito, o tempo esteve excelente e a diversão também teve lugar como acontece todos os anos. Agora depois do trabalho concluído, os néctares irão repousar nas pipas de carvalho francês e nas cubas de inox, até serem provados em meados de Março de 2013. Até lá resta-nos esperar e degustar os vinhos das colheitas anteriores. Ver o site: http://www.quintadatrigueira.com/

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publicado às 16:07


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