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Numa época de grandes incertezas, de crises sucessivas é inegável que a ética deixou de ser uma prioridade, nos relacionamentos entre o Estado, empresas e cidadãos. Estamos perante um admirável mundo novo, onde a ética e o honrar de compromissos deixaram de fazer parte das prioridades.

Em Portugal os cidadãos não representam uma força de pressão e o Estado e as empresas podem dar-se ao luxo de ignorar as suas preferências ou até as suas queixas. Em outros países mais competitivos, o Estado e as empresas envidam sérios esforços para subir na escala; afinal, ninguém quer estar na base da pirâmide.

Hoje, verificamos que o Estado pôs de lado o compromisso de pagamento no prazo acordado, enveredando pela degradação dos prazos de pagamento, em vez de seguir uma cultura de pagamentos atempados. Este exemplo foi copiado também pelas empresas. Os atrasos nos pagamentos destruíram cerca de 70 mil empregos e liquidaram 13 mil milhões euros da atividade económica nacional. E em média circulam 48 mil milhões de euros com atraso entre as empresas.

A economia real precisa de confiança no sentido de que já basta a incerteza sobre os mercados, sobre as tecnologias e sobre os produtos. O problema é a incerteza no cumprimento dos compromissos. Estamos a viver numa lógica de “salve-se quem puder” e é isso que temos de combater, caso contrário morreremos todos atropelados.

Tem de passar a haver uma lógica de eficiência coletiva, ou seja, a redução do risco moral traduzida em redução de custos, com base não em gastos de dinheiro público ou de dinheiro privado, mas sim com gastos de ética e de inteligência de quem honra compromissos. O Estado, as empresas e as pessoas têm de perceber que a vida sustentada no endividamento acabou e que os seus rendimentos terão de ser obtidos do seu próprio mérito e qualidade, cultural, educacional e de competências.

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publicado às 19:04



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