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O elefante Chinês acordou e está a levantar-se

por franciscofonseca, em 11.11.12

O 18.º congresso do Partido Comunista Chinês está a decorrer e Xi Jinping, o atual vice-presidente, deverá substituir o presidente Hu Jintao na chefia do PCC, iniciando a ascensão ao poder de uma nova geração de líderes. Mas ninguém no mundo sabe e saberá o que se passará na China num futuro próximo. A única coisa que sabemos é que o elefante acordou e ao levantar-se muita loiça vai partir.

O verdadeiro poder na China está no Partido Comunista, com cerca de 82,6 milhões de militantes, enquadrados em 3,3 milhões de organizações e estruturas. O PCC quando se desintegrou a União Soviética, compreendeu que para sobreviver teria de se adaptar aos novos tempos. Foi uma transformação brutal, mas astuta, inspirada no exemplo dos mandarins, os funcionários públicos de alto nível que sustentavam o poder imperial na milenar história chinesa.

Economicamente a China é um colosso mundial principalmente devido às exportações. Por outro lado a agressividade comercial dos seus cidadãos é única. Mas, mais do que tudo, a China planeia a longo prazo. Faz no tempo aquilo que a maioria dos países do ocidente já quase não faz no instante.

O futuro líder chinês é um homem conectado com o mundo e superambicioso. A irmã vive no Canadá, o irmão reside em Hong Kong, a ex-mulher está em Londres, a filha estuda na Universidade de Harvard, nos EUA, e ele visitou mais de 50 países, oficialmente, nos últimos anos.

O gigante asiático converteu-se no principal exportador e importador do planeta, na nação com maiores reservas em nível mundial e está prestes a ultrapassar os EUA como o maior mercado interno global. A nova liderança chinesa deve acelerar algumas dessas mudanças. A grande questão que aqui se coloca é saber se os Estados Unidos irão aproveitar a boleia da economia chinesa, ou vão querer manter a hegemonia económica e militar que os carateriza atualmente. Na minha opinião os EUA tudo farão para se manterem hegemónicos. Se assim for muita loiça se vai partir.

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publicado às 15:42

Os negócios da China no ano do Dragão

por franciscofonseca, em 05.02.12

A China é um dos principais atores no palco dos grandes negócios mundiais. O ano do Dragão é associado à riqueza e ao poder. As maiores empresas portuguesas esperam ser abençoadas nos negócios e que os lucros se multipliquem com a força do Dragão. Os chineses têm uma forma diferente de fazer as coisas, completamente diferente da cultura ocidental. Em muitos casos as empresas são geridas por pessoas com passados e relacionamentos politicamente fortes a alguém no governo.

A orgulhosa China continua a não querer seguir os passos das multinacionais estrangeiras e a defender a sua forma de fazer as coisas. A força de trabalho e o sentimento muito enraizado nos executivos chineses, de que a história do seu país é única e, por isso mesmo, impermeável aos valores ocidentais. Um desses valores tem como base uma cultura coletivista, em oposição ao individualismo, que caracteriza as sociedades ocidentais.

Se olharmos para os Estados Unidos, mas também na Europa, a luta por uma carreira de sucesso e a subida na escada hierárquica constituem os objetivos mais comuns para a maioria das pessoas. O que conta é a ascensão, não importando quem é que fica para trás. Em contra ponto, o relacionamento existente entre patrão e empregados, e entre este e os parceiros de negócio, tem como base a confiança, a harmonia e um profundo conhecimento dos valores morais defendidos pelos chineses.

Os valores profundamente enraizados de respeito pela hierarquia, pela orientação de grupo, pelos mais velhos e pela tradição, provenientes do complexo sistema social e político baseado na ética confucionista que elege ainda a piedade filial, o parentesco, a lealdade e a justiça como valores supremos. A estrutura social é extremamente formal e hierárquica. Todos sabem qual o seu lugar e que regras deverão ser cumpridas.

A humildade é uma das mais reverenciadas virtudes na China. Ao contrário do Ocidente, os feitos empresariais ou pessoais são relegados para segundo plano, ao passo que os executivos ocidentais são conhecidos por evidenciarem os seus êxitos. Numa altura em que o domínio chinês parece estar na ordem do dia, fazer um esforço para seguir regras culturais básicas poderá ajudar, em muito, o futuro das parcerias de negócios.

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publicado às 15:39

Estados Unidos e os vários paióis geopolíticos

por franciscofonseca, em 10.01.12

Os Estados Unidos iniciam 2012 com muitos paióis para controlar. O secretário americano da Defesa, Leon Panetta, referiu a Índia e a China como ameaças para a segurança dos Estados Unidos, a par do Irão, da Coreia do Norte e dos ataques na internet.

Em contraponto com a diplomacia americana o secretário da Defesa juntou à lista a Índia e China, proferindo as seguintes palavras: "Enfrentamos ameaças de potências emergentes, como a China, Índia e outros países, contra os quais devemos manter a nossa guarda e certificarmo-nos sempre de que temos poder suficiente no Pacífico para fazê-los entender que não cedemos". Assim, as surpresas podem acontecer, também, na Ásia - não faltam braseiros potenciais.

A par da luta pela hegemonia dentro da União Europeia e do crescente radicalismo dentro do Congresso norte-americano, há vários pontos do mundo à espera de um fósforo. Qualquer um deles tem carga suficiente para fazer sacudir os mercados.

A ameaça atual do Irão em bloquear o estreito de Ormuz pode potenciar um conflito entre Israel e o Irão, patrocinado pelos Estados Unidos, com impactos nos circuitos logísticos do petróleo e no seu preço, bem como num conflito mais generalizado que pode incendiar.

O estreito de Ormuz situa-se numa posição estratégica do Golfo Pérsico. Separa o Irão, a norte, dos Emirados Árabes Unidos e do Omã, a sul. Passam por lá cerca de 40 por cento das importações de petróleo dos EUA e da Europa. Não tenho grandes dúvidas que se o Irão fizer o bloqueio, os Estados Unidos vão reagir militarmente, resta saber com que forças aliadas, pois não creio que o façam sozinhos, apesar de terem poderio suficiente.

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publicado às 19:11

Hoje existe um contraste enorme entre as fortunas das atualmente estagnadas economias ricas e as dos novos mercados emergentes. Os países emergentes têm imprimido uma passada larga no seu desenvolvimento económico. A China, o Brasil e a Índia duplicaram o seu nível de riqueza em apenas uma década, e isso retirou milhões de pessoas da pobreza.

Mas para além destes dois gigantes asiáticos, mesmo antes da crise global ter afetado os países mais ricos, já muitas economias emergentes estavam a ter taxas de crescimento mais elevadas que a dos Estados Unidos, a maior economia do mundo. A crise financeira apenas acentuou os contrastes.

Os últimos dados conhecidos apontam para um abrandamento dos ritmos de crescimento dos países emergentes, podendo mesmo, nalguns casos passarem por sobressaltos. Isto é explicável pelo facto de que à medida que as economias se tornam mais ricas, também a sustentação do seu ritmo de crescimento passa a depender cada vez menos, do investimento intensivo associado a um fluxo contínuo de mão-de-obra desqualificada de baixo custo.

Por outro lado, necessitam de uma mão-de-obra cada vez mais qualificada e de um sistema financeiro mais moderno. O problema reside na massificação das exportações de bens de baixo custo para as nações mais ricas, necessitando agora de se virarem para o seu mercado interno. Aqui reside o perigo, pois têm de evitar os mesmos caminhos que, no passado, levaram à ruína outras economias emergentes: crédito fácil e excessivo; desmesurado investimento do Estado e inflação galopante.

A mudança não será fácil. E os problemas gostam habitualmente de bater à porta dos que, por se terem tornado tão autoconfiantes, não se prepararam para as crises. O peso da economia mundial está a mudar, a uma velocidade considerável, para os mercados emergentes mais populosos. Mas ao contrário do que muita gente julga, a transição não se deverá processar de forma serena, pois no plano geoeconómico, geopolítico e geoestratégico, profundas alterações estão em marcha, a que dedicarei um novo post.

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publicado às 10:42

As razões para a crise económica mundial

por franciscofonseca, em 09.10.11

A economia mundial é controlada pelas gigantes corporações multinacionais, que controlam os fluxos de capitais nos cinco continentes, onde os Estados passaram a ser os seus instrumentos de expressão, das suas vontades. A globalização redefiniu uma nova organização económica, aumentando as diferenças entre os países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento.

A crise imobiliária nos EUA em 2008 espalhou o caos na Europa, a crise das dívidas soberanas na Europa espalha a desconfiança em todos os mercados do Mundo. As principais bolsas da Europa, Estados Unidos e Ásia reflectem ganhos ou perdas, consoante os resultados da actividade económica dos Estados Unidos, Europa e China.

As medidas de austeridade que estão a ser adoptadas, como forma de resolver as dívidas públicas podem levar o doente à morte. No caso português, por exemplo as grandes reformas estruturais do Estado, da Administração Pública, da banca, do tecido produtivo e da sociedade em geral, sem as quais o nosso país não conseguirá sair da crise económica e social, nem sequer ainda foram pensadas e arquitectadas.

Todos sabemos de que o endividamento leva a um crescimento fraco, que conduz a uma crise global de confiança, donde diminui a procura e reduz o investimento, que leva, por sua vez, a uma diminuição de criação de emprego. O desemprego é a grande chaga dos nossos tempos, este ciclo vicioso está a ganhar terreno, muito agravado pela indecisão e disfunção dos políticos, pois estão reféns das grandes multinacionais, que através do seu poder monopolista moldam o mundo, segundo os seus interesses económicos.

A economia mundial necessita de um reequilíbrio interno e externo. Internamente os países têm de criar estímulos à economia, para que o consumo privado aumente, o que não está a acontecer, bem pelo contrário, existindo uma forte retracção com as medidas de austeridade. Por outro lado, é preciso um reequilíbrio externo, ou seja, um aumento das exportações, de forma a compensar a quebra da procura doméstica.

Ao reflectir sobre a evolução da economia mundial, temo por tempos difíceis, pois “a maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos (Mia Couto)”, isto aplica-se ipsis-verbis ao sistema económico mundial vigente, que é incapaz de produzir riqueza, mas que ao mesmo tempo produz mais ricos e por outro lado mais pobres.

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publicado às 15:35

Um longo túnel sem luz à vista

por franciscofonseca, em 02.10.11

A Europa está à venda e a preço de saldo. A poderosa China está a fazer uma investida sem precedentes, aproveitando a fraqueza das nações europeias, devido às dívidas soberanas e, ainda colocando os Estados-membros uns contra os outros.

O dragão chinês está definitivamente a devorar as suas presas, em busca de matérias-primas, para alimentar a sua chama, em benefício da sua participação na economia mundial.

A China dominará até 2020 a economia mundial, alterando as regras de mercado, influenciando muitos países culturalmente. Os homens de negócio chineses necessitam de adoptar procedimentos mais transparentes, maior partilha de conhecimento e incrementar a cultura de meritocracia.

O maior desafio para a China, numa economia global e multi-polar, consiste em alcançar o crescimento empresarial através das pessoas, pois esse é o seu maior problema. Mas uma coisa a China já conseguiu, impediu que os Estados Unidos continuassem a ser o centro económico e cultural dominante no planeta, sem que isso signifique que o futuro será chinês.

Os elevados custos humanos desta crise económica, vão ser pagos por aqueles que não encontram trabalho, o que acarreta consequências óbvias, aumento das depressões, abusos de substâncias estupefacientes, divórcios, criminalidade, e um sem número de outras ciosas, que podem correr mal na vida.

No presente momento são várias as gerações, que se confrontam com este drama. O desemprego está cada vez mais crónico, os desempregados de longa duração assistem ao definhamento das suas competências, ficando cada vez mais longe do mercado de trabalho e por último, as graves consequências para as finanças públicas e no desenvolvimento da sociedade em geral.

Em conclusão, a crise actual e a sua principal consequência, o desemprego, não poupam ninguém, a não ser os que ganham e muito com ela, pois enquanto muitos perdem, existem outros que muito ganham.

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publicado às 18:16

O mundo está efervescente e a sopa global tem todos os ingredientes para poder transbordar. A inflação na China chegou aos 6,4% e o tigre chinês ameaça toda a zona asiática. Este problema vai ser de difícil resolução, devido principalmente ao dinheiro quente que continua a inundar a China, uma vez que os investidores e especuladores podem consegui-lo um valor próximo de 0% nos EUA, 0,5% em Inglaterra e 1,5% na zona euro, contra os 6,5% na China.

Poderemos assistir a uma aterragem forçada e prolongada no tempo, da economia chinesa. Assim, a locomotiva económica do mundo vai abrandar e tal como uma borboleta que bate as asas no Pacífico, pode provocar um tornado do outro lado do mundo, os Estados Unidos podem cair em recessão e o comércio internacional travar fortemente.

O mesmo fenómeno com a inflação está a ocorrer na Índia, a outra grande potência emergente, que está com uma inflação de 9%. Países como a Índia, China e Brasil estão incendiados pelo dinheiro quente, que tecnicamente se chama de capitais voláteis. Se acontecer um agravamento súbito no risco causado pela crise na Europa ou pelas dúvidas nos Estados Unidos, a Ásia vai ficar muito exposta.

A atenção mediática está centrada no trio Grécia, Portugal e Irlanda, já com planos de resgate da troika (UE/FMI/BCE) e com níveis de risco de default elevadíssimos, superiores a 50%, mas os verdadeiros elefantes na loja de porcelanas da zona euro são a Espanha e a Itália.

Nos Estados Unidos há um mal-estar crescente. Há uma retoma que não retoma e a recaída na recessão já poderá ter começado. Para piorar as coisas, os republicanos estão a brincar com o fogo, e os chineses têm a noção clara de que estão amarrados a um acordo de mútuo suicídio, se as coisas derem para o torto.

O grande risco deste Verão é que a convergência destas tendências negativas provoque o aparecimento de algum cisne negro ainda imprevisto. Vamos entrar numa fase, em que limpeza do lixo acumulado nas dívidas soberanas, despoletada pela vaga de crises na zona euro, mas que acabará por tocar os Estados Unidos e o Reino Unido. E quando tocar esses dois santuários, a tempestade perfeita ter-se-á formado, a sopa vai entornar-se e estarão em jogo biliões de euros.

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publicado às 06:19

O recuo da globalização

por franciscofonseca, em 13.06.11

A correlação de forças na economia mundial ficou de pernas para o ar, nos últimos três anos. No início da recessão, em 2008, surgiu o G-20, onde Barak Obama julgou poder partilhar o comando dos assuntos mundiais, com a China num G-2, mas a resposta foi negativa. Assim, a única superpotência, os Estados Unidos não consegue mais impor a sua vontade e nenhuma outra potência tem vontade de partilhar os riscos de uma nova época.

Existe a ideia de vazio geopolítico, que poderá levar o mundo a um G-Zero, onde a volatilidade e os conflitos vão aumentar. Nas últimas cimeiras do G20 apenas foram produzidas frustrações. A China continua a defender que é uma economia em desenvolvimento, com grandes desafios internos e sem vontade para ser vista como superpotência global.

Os EUA permanecem a potência mais forte e assim vão continuar nos tempos mais próximos, mas deixou de ter força suficiente para impor grandes mudanças no mundo.

A crise financeira e a recessão global acentuaram os cuidados com o risco, em todos os países. Desta forma, os governos percebem que a sua sobrevivência depende mais da protecção, dos empregos locais e do crescimento local. Este facto começará a alterar a dinâmica da globalização conforme o Ocidente a concebeu.

Vamos assistir ao proteccionismo comercial, guerras cambiais e diminuição da importância mundial do dólar como divisa internacional. Novas medidas restritivas e de controlo serão colocadas em prática, que levantarão novas barreiras à velocidade de circulação com que as ideias, a informação, as pessoas, os produtos, os serviços e o dinheiro galgaram fronteiras. Estamos em pleno recuo da globalização, na forma como tem sido pilotada pelo Ocidente.

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publicado às 22:00

Estados Unidos e China aliados ou adversários

por franciscofonseca, em 26.04.11

Estes dois gigantes económicos são aliados ou adversários? O dólar americano e o yuan são moedas concorrentes no comércio internacional? Após a crise mundial de 2008 a economia norte-americana ainda não conseguiu reerguer-se. Os EUA querem mudar de paradigma, ou seja, de maior consumidor mundial, para grande exportador internacional. A China é uma porta para escoar as suas exportações, mas a constante desvalorização do yuan face ao dólar faz com que os preços, dos produtos americanos sejam elevados, isto explica, em parte o deficit da balança comercial com a China.

Quando a china se constipa, o mundo fica com febre. Uma China forte pode representar uma ameaça, para o futuro dos Estados Unidos. Mas actualmente os dois países são dependentes um do outro. O desenvolvimento da China depende muito dos investimentos norte-americanos e o governo norte-americano não funcionaria, se o Banco Central chinês não comprasse boa parte da dívida dos EUA.

Por outro lado, podemos estar a assistir a uma mudança geopolítica do Atlântico para o Pacífico. Hoje, existe uma grande ansiedade nos homens de negócios e políticos norte-americanos, devido a uma sensação pouco familiar, pois assistem a tomada de decisões, numa parte do mundo muito distante e por comunistas. Na minha opinião, esta aliança estratégica chegará ao fim, resta saber se o divórcio será litigioso.

Muitos analistas olham esta intervenção da OTAN na Líbia, com o aval da UN, como uma forma de afastar a China do Mediterrâneo. A economia chinesa cada vez mais necessita de energia, os seus investimentos na Líbia eram avultados e representava a porta de entrada em África, para explorar fontes energéticas. Por outro lado, o controle da costa mediterrânica não está nas mãos dos EUA e assim ficará.

Este bloqueio energético, de que a China está a ser alvo pode trazer consequências imprevisíveis. A ganância, a arrogância e a busca da hegemonia norte-americana, pode arrastar o mundo para um conflito mundial.

A Europa deveria ter uma palavra a dizer, mas está completamente acorrentada, pois os países da OTAN, como a Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália são autênticas marionetas de Washington. A grande ambição dos EUA do século XXI, passará por mandar na China, Rússia, América do Sul, África e no Médio Oriente e, ninguém duvide que esse objectivo será perseguido a todo o custo, se o vão conseguir, a ver vamos.

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publicado às 15:53

Democracria mundial e assimetrias brutais

por franciscofonseca, em 13.12.10

 

O conceito de assimetria tem por base as diferenças estruturais, que podem ser naturais ou adquiridas. A pergunta que faço é se o mundo está preparado para a democracia? O poder democrático deveria garantir a segurança individual, o respeito pelo ser humano, o bem-estar de todos os membros da comunidade, ou seja, oportunidades iguais para todos, independentemente das desigualdades existentes na nossa sociedade. Contudo, todos sabemos que isto não acontece, uma das razões para que não aconteça, tem ver com as assimetrias.

Vejamos algumas das assimetrias, mais brutais do mundo dos nossos dias:

1 – A pobreza, 27% da população mundial vive com menos de 1,25 dólares por dia;

2 – Alfabetização, existe 1 bilião de analfabetos adultos, sendo dois terços mulheres;

3 – População, a Índia e a China constituem um terço da população mundial, isto é, 80% da população vive em países em desenvolvimento;

4 – Riqueza, 15% dos países mais ricos concentram 85% da riqueza mundial, enquanto os 85% mais pobres concentram apenas 15% dessa riqueza;

5 – Ainda na riqueza, sabiam que a cidade de Singapura uma pequena ilha, a sua riqueza produzida anualmente é superior à produzida, por todos os países da África austral;

6 – Para terminar deixo uma verdade em estilo de provocação, sabiam que a energia consumida durante um ano na Índia é a mesma, que a consumida na cidade de Los Angeles, nos EUA. Incrível, mas a lista das assimetrias poderia continuar, mas esse não é o objectivo.

A meu ver o problema das assimetrias é um dos maiores espinhos, que a humanidade tem de enfrentar e resolver, se quisermos viver uma paz duradoira e de respeitos mútuos entre os povos, num quadro de democracias estáveis, de cooperação e desenvolvimento social e económico. Os grupos do G8, os G20 e os outros G`s todos têm de arrepiar caminho e deixar de lado o quadro das democracias voltadas para a afirmação do seu próprio poderio, que infelizmente, são as democracias do nosso tempo.

Francisco Fonseca

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publicado às 15:56


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