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A democracia está nos cuidados intensivos

por franciscofonseca, em 11.01.14

Em Portugal os líderes partidários começam a contabilizar as espingardas para as próximas eleições. Mas um pouco por todo o mundo, a desilusão com os políticos e com as suas eleições está cada vez mais enraizada. Os eleitores estão tentados a votar nos partidos pertencentes às alas extremistas.

A austeridade está a desgastar o acordo que sustentava a democracia. Os eleitores estão ainda a ser alimentados com a dieta da austeridade e continuam a sofrer um desemprego elevado, sem vislumbrarem sinais sólidos de alguma melhoria. Os políticos não têm rebuçados para adoçar a boca aos eleitores, bem pelo contrário, estão a cortar nos serviços e nos benefícios dos quais estes dependiam.

Por outro lado assistimos ao debate político cada vez mais rancoroso, tornando mais difícil selar os acordos dos quais depende a democracia. A democracia moderna teve como base o princípio da representatividade, ou seja, os eleitores delegam as decisões aos que elegem e que podem ser substituídos. Todavia, e de forma crescente, os seus representantes optam por passar as decisões para os tecnocratas.

Os governos perderam um instrumento fundamental, isto é, a política monetária está nas mãos de bancos centrais não eleitos, os quais com uma palavra apenas parecem conseguir mover os mercados, sendo que as suas figuras económicas são mais importantes que os primeiros-ministros. As leis da República são agora sujeitas à subserviência dos tribunais internacionais, seja o Tribunal Europeu da Justiça ou o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. O FMI e a Organização Mundial do Comércio podem determinar a política económica.

Muitos eleitores devem pensar que a sua voz conta muito pouco face a todo este controlo externo, o que poderá explicar a ascensão dos sentimentos de revolta, um pouco por toda a Europa, e que serão depois refletidos no aumento do apoio aos partidos extremistas, nas eleições que irão decorrer em 2014.

Os direitos dos cidadãos têm sido limitados, na medida em que os governos prendem pessoas sem direito a julgamento, monitorizam as chamadas telefónicas e os emails dos cidadãos e voltaram a recorrer à tortura, tudo em nome da guerra ao terror. Assim, não vislumbro outro caminho para tirar a democracia dos cuidados intensivos, que não seja crescer o suficiente para conseguir deitar abaixo o desemprego e aumentar os rendimentos reais, tornando os eleitores mais contentes. Caso contrário, a morte pode mesmo ocorrer a todo o instante.

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publicado às 16:02

A refundação da democracia com partidos X

por franciscofonseca, em 09.01.13

O governo de Portugal pediu ao FMI um estudo que prescrevesse as reformas inteligentes necessárias ao corte de 4 mil milhões de euros. As reformas inovadoras foram agora conhecidas e pronunciam ainda um maior estrangulamento da carteira dos portugueses. O doloroso esforço não chega sendo necessária mais pobreza para engordar os mais ricos.

Resumidamente, os principais cortes têm a ver com a redução do subsídio de desemprego, despedimento de 50 mil professores, aumento do horário de trabalho, acabar com o sistema nacional de saúde, fortes cortes nos salários e nas pensões dos militares e polícias, aumento das propinas, redução das tabelas salariais da função pública, despedimento de funcionários públicos, subida da idade da reforma para os 66 anos e proibição de reformas antes dos 65 anos.

Agora o governo português tem aqui a fórmula mágica para sair da crise. É só implementar as medidas à risca e Portugal transformar-se-á num país próspero e desenvolvido no curto prazo. Penso que é chegada a hora de refundar este ultraje democrático, de forma a substituir a elite política e aprisionar os banqueiros que roubaram e muito contribuíram e continuam a contribuir para a crise atual.

Hoje em Estanha foi anunciado um novo partido que se chama “Partido X” criado por seguidores do movimento de contestação 15 M. Este partido apresentado na internet constituí um método ao serviço de todos, que só toma a forma de partido para levar a cabo a refundação da democracia. O programa foi explicado e os seus objetivos passam por um sistema diferente de voto real e permanente, a legislação feita por todos assim como sua votação. Referem ainda se os políticos são o problema, eles serão o grande problema para os políticos.

O partido X entra no espectro político espanhol para desalojar os políticos do espaço eleitoral em que estão entrincheirados. Outra máxima consiste que a melhor maneira de garantir um bom futuro é criá-lo. A Internet é a ferramenta de trabalho sendo um dispositivo de comunicação e ação. Esta forma de intervenção dos cidadãos na gestão política foi experimentada na redação da Constituição islandesa, nos gabinetes digitais da capital da Islândia, Reiquejavique, ou em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, Brasil. Penso que em Portugal é necessário uma ideia do género, existe espaço e cada vez maior no espectro político português, a refundação de ideias, de conceitos é urgente e necessária feita por pessoas, com uma nova filosofia de sociedade.

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publicado às 16:14

Portugal vive a mais de 150 anos em austeridade e tem tido vários programas de ajuda financeira exterior. Hoje, somos um protetorado, em que as políticas são ditadas pelo exterior, por gente desconhecida e de duvidosa qualidade técnica e científica. A fiscalização dessas mesmas políticas é feita também pelo exterior. Nunca houve um programa de austeridade bem-sucedido num país com uma história grande.

Os países ricos da europa exportam dinheiro e os países pobres exportam pessoas, está é a realidade da união europeia em que vivemos. Mas, devemos olhar para a história e tirar algumas ilações, como por exemplo, a união dos fracos, normalmente acaba por vencer os fortes.

A relação de confiança dos governos tem caído drasticamente e a maioria das lideranças europeias são pobres. A grande maioria dos políticos, na europa não estão preparados para lidar com a incerteza e a ultra complexidade dos tempos em que vivemos. A abordagem europeia é, sem dúvida, a menos assertiva. Penso que a Europa caminha para o abismo que culminará em suicídio.

Os governos dos 27 estados-membros da União Europeia estão a aplicar medidas de austeridade cegamente, sem qualquer medida dedicada ao crescimento económico. Mas, não é só na Grécia, Portugal, também no Reino Unido, na França e muitos outros países estão a sofrer com a austeridade, é como se fosse uma austeridade conjunta e as consequências económicas vão ser devastadoras. A austeridade combinada como os constrangimentos do euro é uma combinação que se vai revelar fatal.

Os altos níveis de desemprego, como o de Espanha que atinge 50 por cento nos jovens desde a crise de 2008, sem esperança de melhorias nos próximos tempos, acaba por destruir o capital humano. As lideranças europeias estão a criar jovens alienados. Os sinais vão-se multiplicando pela Europa, em que o ressurgimento de partidos extremistas e com grande expressividade eleitoral deveriam fazer refletir os principais líderes, caso contrário a história pode repetir-se.

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publicado às 22:26

Democracria mundial e assimetrias brutais

por franciscofonseca, em 13.12.10

 

O conceito de assimetria tem por base as diferenças estruturais, que podem ser naturais ou adquiridas. A pergunta que faço é se o mundo está preparado para a democracia? O poder democrático deveria garantir a segurança individual, o respeito pelo ser humano, o bem-estar de todos os membros da comunidade, ou seja, oportunidades iguais para todos, independentemente das desigualdades existentes na nossa sociedade. Contudo, todos sabemos que isto não acontece, uma das razões para que não aconteça, tem ver com as assimetrias.

Vejamos algumas das assimetrias, mais brutais do mundo dos nossos dias:

1 – A pobreza, 27% da população mundial vive com menos de 1,25 dólares por dia;

2 – Alfabetização, existe 1 bilião de analfabetos adultos, sendo dois terços mulheres;

3 – População, a Índia e a China constituem um terço da população mundial, isto é, 80% da população vive em países em desenvolvimento;

4 – Riqueza, 15% dos países mais ricos concentram 85% da riqueza mundial, enquanto os 85% mais pobres concentram apenas 15% dessa riqueza;

5 – Ainda na riqueza, sabiam que a cidade de Singapura uma pequena ilha, a sua riqueza produzida anualmente é superior à produzida, por todos os países da África austral;

6 – Para terminar deixo uma verdade em estilo de provocação, sabiam que a energia consumida durante um ano na Índia é a mesma, que a consumida na cidade de Los Angeles, nos EUA. Incrível, mas a lista das assimetrias poderia continuar, mas esse não é o objectivo.

A meu ver o problema das assimetrias é um dos maiores espinhos, que a humanidade tem de enfrentar e resolver, se quisermos viver uma paz duradoira e de respeitos mútuos entre os povos, num quadro de democracias estáveis, de cooperação e desenvolvimento social e económico. Os grupos do G8, os G20 e os outros G`s todos têm de arrepiar caminho e deixar de lado o quadro das democracias voltadas para a afirmação do seu próprio poderio, que infelizmente, são as democracias do nosso tempo.

Francisco Fonseca

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publicado às 15:56

Libertação de Aung San Suu Kyi

por franciscofonseca, em 13.11.10

Aung San Suu Kyi, prémio Nobel da paz, líder da Liga Nacional para a Democracia (LND), filha do general Aung San, herói da liberdade birmanesa, passou 15 dos últimos 21 anos privada de liberdade. Hoje ocorreu a sua libertação, acontecimento que já deviria ter ocorrido há mais tempo.

 

A heroína birmanesa dirigiu-se hoje aos milhares de apoiantes, que a esperavam no exterior da sua casa, exortando todos ao trabalho conjunto, para o futuro do país.

 

O povo birmanês tem sofrido muito com a ditadura militar brutal. Muitas pessoas perderam as suas vidas, milhares foram presos, outros refugiaram-se.

 

A Comunidade Internacional, pouco fez para que Suu Kyi fosse libertada, a verdade é que em alguns casos a intervenção faz-se de forma rápida e noutros a pressão é inexistente, principalmente no que diz respeito ao Conselho de Segurança das Nações Unidas.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 22:47

Direito à Greve na PSP

por franciscofonseca, em 08.09.10

Um sindicato da PSP fez um pré-aviso de greve e, coloca políticos, comentadores, dirigentes, e cidadãos num debate polémico, sobre o acesso a este direito dos profissionais da PSP.

Logo de seguida o Ministro de Estado e da Administração Interna mostrou-se profundamente convicto em relação ao direito à greve na PSP: “Sobre essa matéria, três ideias muito claras: nunca, jamais e em tempo algum”.

Pois, parecem-me três interessantes ideias, não tivessem sido , os profissionais da PSP, constituídos funcionários públicos.

Será que haverá nas funções da polícia, imperiosamente distintas, das funções daqueles que salvam vidas em hospitais, ou seja, médicos e enfermeiros. Ou não será a vida um valor tão ou mais importante que o direito à segurança dos cidadãos?

Será que os valores constitucionais já foram alterados e ninguém sabe, pode muito bem ter acontecido, pois a verborreia do legislador português sofre de incontinência a muitos anos!

Enfim, ai está mais um caso que vai fazer correr alguma tinta, bem ilustrativo do estado real da nação. Continuo convicto, que o País e a segurança dos cidadãos só têm a ganhar com o civilismo da PSP, como acontece em alguns países da Europa.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 23:01

Os sinais da ganância

por franciscofonseca, em 01.05.10

Hoje comemora-se o dia do trabalhador quase por todo o mundo. As notícias não são animadoras, manifestações acontecem por toda a parte, imagens de confrontos com a polícia, estamos a entrar numa era de convulsão social.

Mas a ganância dos predadores, contínua e com a feroz competitividade económica, os produtos finais têm de chegar aos consumidores com os melhores preços, com os mais baixos custos de produção.

Neste nosso mundo desenvolvido, maravilhoso, existem milhões de crianças que são escravizadas por grandes multinacionais, pois só dessa forma se consegue uma produção a baixo custo e produtos a preços competitivos.

Por isso assistimos a deslocalização de grandes empresas para países onde o trabalho infantil é permitido, os predadores sabem disso, mas a desculpa é sempre a mesma, tudo se fica a dever a competitividade económica.

Espantoso, porque será que o grupo do G8 não faz cimeiras para discutir este problema? Porque será que as organizações de protecção dos direitos humanos estão silenciosas? Hoje o poder dos predadores corrói todos os pilares da sociedade.

Deixo algumas fotos das vítimas dos predadores económicos.

 

 

 

 

 

  

 

 Francisco Fonseca

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publicado às 17:46

QUE TRISTE REALIDADE LUSA

por franciscofonseca, em 12.02.10

Que triste realidade Lusa. Temos muitos, mas muitos portugueses a viver com pensões de 200 ou menos euros por mês. A pergunta que se coloca é como seria a vida dos políticos, administradores, banqueiros com 450 euros por mês? Será que eles já imaginaram, alguma vez lhes passou pela cabeça! Acredito que nunca.

Depois, muitos acumulam reformas que podem chegar aos 20 mil euros, alguns dos quais apregoam todos os dias que as reformas tem de baixar, mas excepto as deles, pois já são direitos garantidos.

Portugal tem uma pobreza estruturada acima dos 40%, é outra coisa que me envergonha. Quando conhecemos a realidade do Portugal profundo e, ficamos a saber que existem pessoas que ainda não tem electricidade, nem assistência social, sinto mais uma vez vergonha!

Depois, temos todos os dias notícias, onde o patronato assume que o salário mínimo não pode subir, seria o caos para a economia, sejam sérios, arrepiem caminho meus senhores!

Temos cerca 100 jovens licenciados a sair do país por mês. Portugal enfrenta uma nova onda emigratória, quase comparável com os anos 60. Mas isto não é notícia. Mais uma vez sinto vergonha.

Esperanças perdidas, já ninguém acredita nas palavras ocas dos políticos, e o futuro deste país procura novos horizontes, fora de terras lusas.

Passamos um momento muito mau na sociedade portuguesa, seria bom que todos nós não aceitássemos que tudo fique na mesma.

A este propósito, Sophia de Mello Breyner disse que "Nada é mais triste que um ser humano mais acomodado”.

Temos de criar um sentimento colectivo de que assumir a realidade não é pessimismo, é antes de mais uma necessidade premente. Reduza-se os deputados, reduzia-se os assessores, os staffs. Os salários dos níveis mais elevados têm de descer, quer públicos quer privados.

Estamos muito próximo de uma ruptura social profunda, urge que políticos e empresários deixem de ser autistas e se dêem ao respeito dos portugueses. Necessitamos de exemplos vindo de cima. Peçam sacrifícios, mas sintam-nos também.

Vemos todos os dias, intelectuais, académicos, notáveis da nossa sociedade dizer que tudo está mal, mas ficam-se pelas palavras, passem aos actos meus senhores. Saiam desse comodismo mórbido, e deitem mãos a obra. Já ontem era muito tarde.

Não podemos continuar a empurrar mais o problema com a barriga.

Chegou a hora de mostrar de que massa os portugueses são feitos, caso contrário sou obrigado a dar razão ao administrador enviado por Napoleão, que disse “eles nem governam, nem se deixam governar”.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 21:47


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