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Portugal em chamas é uma tragédia antiga

por franciscofonseca, em 30.08.13

No último mês Portugal tem estado em chamas. Uma tragédia bem conhecida de todos os portugueses, que se repete todos os anos nesta época do ano. Todos os anos após o desastre, as autoridades fazem o balanço, fazem-se estudos, criam-se comissões na Assembleia da República e prometem-se estratégias conducentes a evitar o caos do ano seguinte. Mas esta catástrofe é na minha opinião, em grande medida consentida. Os sucessivos Governos deste país têm adiado a implementação de políticas de prevenção e combate eficazes aos incêndios.

A limpeza das matas e o seu ordenamento continua por fazer, uma verdadeira aposta na sensibilização e educação dos portugueses nunca foi feita, a vigilância das matas é deficiente e os meios de prevenção e investigação dos crimes de fogo posto são escassos. A única política continua a ser a de apaga fogos com gente corajosa, valente e altruísta, mas com deficiente formação e meios escassos.

Por outro lado, as grandes negociatas que são feitas com a locação de meios aéreos, que rendem milhões de euros todos os anos, às empresas contratadas, são uma solução muito cara e discutível. Muitos países investem na modernização dos seus meios militares, nomeadamente, nas aeronaves das respetivas forças aéreas. Em Portugal, tenho conhecimento, que esse investimento foi feito, mas não está a ser rentabilizado.

Quando temos as nossas forças armadas a reclamar por novas missões na segurança interna, pode um país em grandes dificuldades financeiras desperdiçar estes meios extremamente eficientes e eficazes, no combate a este tipo de tragédias. Um Hércules C-130 da Força Aérea portuguesa equipado com um sistema aéreo de combate ao fogo pode lançar 12 mil litros de água numa área de 500 metros de extensão e 50 metros de largura. O trabalho do avião não só combate às chamas, como também resfria a temperatura do incêndio e permite o avanço dos bombeiros no solo com maior segurança.

Os helicópteros das forças armas podiam desempenhar, com maior eficiência e eficácia, o papel que está a ser desempenhado pelos das empresas privadas e que está a ser pago a preços astronómicos. Mas outros interesses se levantam. Por um lado, esta missão não seduz os militares, por outro, os lobbies que infiltram o Estado também não deixam que isso aconteça. O resultado é óbvio, a tragédia repete-se, com sacrifício de vidas humanas e incalculáveis perdas para o património florestal português.

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publicado às 22:09


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