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A banca à moda portuguesa

por franciscofonseca, em 30.06.09

 

O Estado Português está preocupado com a diminuição dos lucros da banca que nos últimos anos têm crescido, em média, mais de 30% ao ano. O ministro das finanças disse que a banca é um sector fundamental na economia. Nos últimos anos os lucros têm sido notáveis e mesmo com a crise continuam a ter lucro, mas muito abaixo dos anos anteriores e do que seria expectável para os accionistas, por isso os bancos precisam de ajuda do Governo.

 

Os bancos espanhóis reduziram os lucros, no primeiro trimestre deste ano, em 21,5%, para os quatro mil milhões de euros, face aos 5,2 mil milhões um ano antes, de acordo com os dados revelados pela Asociación Española de Banca. Foi uma medida estratégica para combater o crédito mal parado.

Em Portugal aumentam-se as margens dos lucros, pois necessitamos de uma banca forte, mesmo que 60% dos lares portugueses sejam obrigados a viver com 900€ por mês, ou seja, 60% dos portugueses a tender para a pobreza extrema.

 

A banca à moda portuguesa, apenas nos três primeiros meses deste ano os cinco maiores bancos que operam em Portugal (CGD, BES, BCP, BPI e Santander Totta) obtiveram 533 milhões de euros de lucro. Estes milhões de lucros foram conseguidos, em grande parte, à custa do aumento do preço dos serviços bancários e das elevadas margens impostas no crédito à habitação. A crise, portanto, não é para todos: a pobreza crescente da população trabalhadora é o reverso da acumulação de capital. Hoje mesmo, podemos confirmar na imprensa que os Bancos triplicaram as suas margens de lucro com os sucessivos aumentos dos spreads, de forma a compensar as sucessivas baixas das taxas de juro indexadas à euribor.

 

Assim vai este belo país plantado a beira-mar. Haja coragem e patriotismo para se continuar a viver aqui!

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 18:44

Viver para trabalhar

por franciscofonseca, em 29.06.09


O trabalho assume na nossa sociedade um papel fundamental nas nossas vidas. Nada nos diz mais sobre a forma como vivemos na actualidade do que a importância que é dada ao trabalho. Quer queiramos quer não, é em grande parte devido a ele que construímos a nossa identidade e que definimos, perante a sociedade, a nossa imagem, estilos de vida e as elites.

E não falo somente do facto de o trabalho ter ocupado a nossa vida interior. As ansiedades e as fantasias que dominam o nosso monólogo interior e que nos ajudam a encontrar um significado para o dia que passou acabam por nos desviar de outros assuntos das nossas vidas.

E se nos queixamos que somos obrigados a dar prioridade ao trabalho em detrimento de outros aspectos das nossas vidas; especialmente no que diz respeito à família ou às relações pessoais; a verdade é que a razão não reside, como tentamos fazer crer a nós próprios, somente numa necessidade económica, outras razões haverá.

O que realmente acontece é que os demais compromissos acabam por ter um peso menor, na contabilidade subjectiva das nossas vidas, quando os comparamos com os nossos sucessos ou fracassos laborais. Pois o fracasso laboral é sem dúvida muito mais penalizador, do que o fracasso familiar, que hoje em dia até está na moda.

As sociedades têm no seu centro o trabalho, a sociedade ocidental moderna é a única a assumir que uma existência com sentido tem invariavelmente de passar pelos portões do trabalho remunerado. Caso contrário será uma existência sem conteúdo, sem glória e sem qualquer significado. Será mesmo assim, ou poderá ser diferente?

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 19:24

Presente e futuro

por franciscofonseca, em 27.06.09

 

 

Muito se tem publicado sobre as intenções da Coreia do Norte, mas quase nunca acertando, sobre as possíveis evoluções da postura internacional. Quando todos esperavam que aproveitasse a disponibilidade da administração Obama para dialogar foi tomar precisamente o caminho contrário.

 

É necessário ao mundo perceber a lógica da insistência no desenvolvimento de um arsenal nuclear à custa de manter a população a passar fome, sob uma implacável ditadura e em regime de total isolamento com o exterior.

 

A grave crise em que o Irão está mergulhado, pela contestação popular das eleições presidenciais que, de modo inesperado, deram uma vitória esmagadora ao Presidente Ahmadinejad, está relacionada com uma estrutura política de Estado única no mundo. O Irão tem um sistema híbrido que combina a liderança religiosa islâmica com a liderança resultante de um processo democrático, mas garantindo que a componente religiosa prevalece, em qualquer circunstância, sobre a republicana.

 

O Irão tem um papel fundamental a desempenhar na situação do Afeganistão, e de estabilização de toda a zona do médio oriente.

 

África, que nas últimas décadas tem sido devastada por guerras civis, que colocam o continente africano numa situação humanitária extremamente difícil, necessita urgentemente de medidas estruturais na agricultura, no desenvolvimento social e na saúde. África Central talvez seja a parte do território onde a situação seja mais grave actualmente.

 

De outro lado a Europa em que Portugal está inserido não está exposta a qualquer ameaça credível de forças convencionais mas não está livre de quatro grandes tipos de riscos que, mesmo distantes, podem afectar a estabilidade de que necessita para ter progresso social e económico, e para cuja solução pode ser necessário o envolvimento directo dos europeus.

 

São os riscos da instabilidade e caos provenientes de áreas de insegurança crónica, onde persistem vulnerabilidades económicas, demográficas, ambientais e graves desigualdades sociais; são os riscos provenientes de zonas de conflito que continuam por resolver; são os riscos de estados falhados cujos governos não conseguem controlar a totalidade do território, proteger as minorias e manter a lei e a ordem e, finalmente, é o risco do terrorismo transnacional levado a cabo por actores não estatais.

 

Mais alguns casos de instabilidade poderia referir, mas estes afiguram-se-me como os principais, num mundo cada vez com mais contrastes sociais e civilizacionais, mas que todos nós acreditamos que se trata de um mundo desenvolvido! Eu não embarco nessa caravela do desenvolvimento.

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 17:00

Portugal continuará adiado

por franciscofonseca, em 24.06.09

Portugal em matéria de visão estratégica, está sempre a voltar à casa da partida, a maior parte dos empresários sofrem de miopia, já que não querem fazer investimentos com períodos de retoma superiores a dois anos. Vive-se no curto prazo. As vistas são cada vez mais curtas em matéria de investimento e inovação.

 

O País necessita urgentemente de fazer escolhas e definir equilíbrios, sem estar sempre a colocar tudo em causa. É preciso consolidar projectos, mas Portugal está sempre a voltar à casa de partida. Agora vamos passar mais dez anos a estudar os comboios, os aeroportos, as auto-estradas, por exemplo.

 

Este País tem de mudar de cultura, ou seja, falar menos e agir mais, que combata a noção instalada de que se os outros sectores não fizerem, nós também não fazemos. Um país é construído pelos seus cidadãos, por isso todos temos responsabilidades de estarmos nesta situação.

 

No futuro teremos de conseguir conjugar a sensibilidade social e as prioridades políticas definidas pelos governos. Este será o desafio maior do século XXI.

Vamos acreditar que assim vai acontecer!

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 22:38

política que caminho

por franciscofonseca, em 22.06.09

 

Nos quatro cantos do mundo os sistemas políticos estão a entrar, com o passar do tempo, em colapso. Entre muitos factores, a corrupção, que cada vez cresce mais, pelas recentes descobertas e imaginando toda a que nunca se descobre, deixa a política a beira da inutilidade para a sociedade, pois acaba por criar novos problemas.

 

Mas a política desempenha inegavelmente um papel impar no caminho da civilidade, e sem ela não existe avanço humano. Neste sentido é preciso modernizá-la, fazê-la mais acessível para os cidadãos, e juntá-la mais eficientemente com os novos meios de comunicação que revolucionaram as últimas décadas, no sentido de ser mais perceptível para os comuns dos mortais.

 

O poder da comunicação é fundamental na política, sem comunicação qualquer política fica condenada ao fracasso. Se a política, por exemplo passar pela realização de congressos internacionais, para começar, as discussões deixariam de ser realizadas em mesas a portas fechadas nas instituições nacionais e internacionais, onde ninguém sabe o que se fala, e assim atingiria uma escala mais global e sem dúvida seria mais transparente e democrática.

 

Os próprios cidadãos acabariam por se entusiasmar mais com a política e a imiscuírem-se mais em todos os movimentos no âmbito político à escala mundial.

.

A longo prazo, a tendência é que o computador se torne uma ferramenta tão fundamental ao homem civilizado quanto a roupa.

 

A internet apresenta um leque quase infinito de opções para melhorar as relações humanas. E começar a pensar sobre o futuro da política hoje, vai ajudar a construir cada vez mais um futuro melhor e mais democrático.

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 22:06

Actualidade e a crise

por franciscofonseca, em 18.06.09

Esta crise importada de facto não o é para o nosso país, a braços anteriormente com uma crise interna de que a adesão à Europa e depois ao Euro, terá adiado a evidência, mas que com a má utilização dos dinheiros da UE e a contínua venda ao desbarato dos activos nacionais, como são exemplo a Galp, EDP e a PT, colocou a descoberto.

Mas quais os factores determinantes da latente e agora exacerbada crise nacional?

 

Primeiro sem dúvida a baixa produtividade da nossa economia. Somos ainda uma economia sem noção da globalização.

 

Em segundo, a maioria de negócios produtivos não são competitivos quando comparados com empresas estrangeiras que actuam em território português ou no estrangeiro.

 

Outra razão consiste no desmantelamento de sectores como a Agricultura e as Pescas. E nós um povo com tradições e com uma forte genética ligada ao mar.

 

Depois, uma estratégia desastrosa no que respeita à energia e aos transportes. Somos um país super dependente do ouro negro e, temos todas as condições de termos dos principais portos da Europa.

 

Finalmente, o vazio de ideias da nossa classe política, acompanhada por um descrédito cada vez maior dos cidadãos, nos partidos e nas principais instituições democráticas em Portugal.

 

E a cereja que falta no cimo do bolo são os pequenos burgueses sedentos de riqueza e de “novo-riquismo” existencial que vão destruir o nosso país se não os travarmos…

 

Francisco Fonseca      

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publicado às 22:32

Os novos motores da economia

por franciscofonseca, em 15.06.09

Os EUA deixaram definitivamente de ser o motor económico da retoma. A estratégia do aumento das importações baseada na acumulação de um défice externo gigante esgotou-se; a actual crise deu o golpe de misericórdia nesse esquema de dinamização do comércio internacional.


O que assistimos foi que na última década, os Estados Unidos e um pequeno conjunto de outros países forneceram a procura necessária para a economia mundial crescer.

 

A responsabilidade pela luz ao fundo do túnel está, por isso, nos países que poderão, agora, dinamizar a procura mundial. Serão eles o motor da retoma. A Alemanha, campeã das exportações (9,2% dos fluxos de exportação mundial) e terceira em termos de superávit; a China, número dois nas exportações (9%), e com o segundo maior superávit do mundo; Médio Oriente, com 6,6% das exportações e o maior excedente do ano de 2008 por efeito do choque petrolífero; e o Japão, com 4,9% das exportações mundiais, mas com um excedente da balança comercial muito pequeno.

 

Assim, por um lado temos a responsabilidade destes novos motores da retoma. Por outro a responsabilidade dos políticos mundiais. E aqui o maior erro político acontecerá se os grandes credores insistirem em continuar a gerir excedentes, pois nesta perspectiva a recessão aprofundar-se-á e será mais longa. Os governos actuais não podem enveredar pelo caminho mais fácil, ou seja, de retomarem o proteccionismo do tempo entre as duas guerras mundiais do século XX.

 

Ficamos todos a espera que apareça a luz ao fundo do túnel!

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 17:36

Queijo suíço em Portugal

por franciscofonseca, em 09.06.09

 

A ilha da Madeira foi descoberta no ano de 1420. Reza a lenda que de Porto Santo se avistavam umas nuvens escuras que os marinheiros pensavam ser o inferno (o fumo das almas penadas a arder...) ou o sítio onde os barcos cairiam num abismo, borda fora do mundo!

Apesar destes temores, João Gonçalves Zarco embarcou com alguns homens num barco e foi andando, apesar do pânico da tripulação, até encontrar terra firme: a Ponta de S. Lourenço, à qual foi dado este nome por ser o do capitão do navio.

De facto, a madeira tem os seus encantos paisagísticos. Em termos de investimento em infraestruturas, principalmente em túneis é impressionante ver onde foram gastos tantos milhões de euros, mas necessários ao desenvolvimento das populações e do turismo, principal fonte de receita da Madeira.

A ilha da Madeira mais parece um queijo Suíço. Espero que no futuro possa haver algum retorno deste esforço, para bem da República!

Este é um dos muitos túneis da ilha. Passei em alguns com aproximadamente 4 Km de comprimento. É obra!

 

Uma bela vista do restaurante "Quinta do Furão" , sabores muito tentadores.

As piscinas naturais de Porto Muniz, são uma deslumbrante vista e, equilíbrio da acção do homem com a natureza.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 16:40

Eu acredito

por franciscofonseca, em 07.06.09

Nestas eleições europeias que estão a decorrer, espero que as extremas não cresçam muito, pois isso seria um rude golpe para o projecto europeu, a história é cíclica, por isso todos os cuidados são poucos.

Acredito na liberdade de expressão, ainda que implique dar voz a valores absolutamente contrários aos meus.

Acredito também que os resultados, não são reflexo da emergência de valores fascistas na sociedade europeia, mas que reflectem sim, o cansaço das pessoas que defendem valores democráticos, mas que estão fartas de votar num sistema que parece já não conseguir dar resposta à realidade mundial que vivenciamos actualmente.

Será que existe uma solução para esta realidade? Eu acredito, talvez possa passar por procurar e criar novos conceitos que integrem positivamente os avanços tecnológicos, as dinâmicas sociais, a crescente crise de recursos e que apostem na criação de um novos valores e sistemas capazes de responder a estas mudanças da sociedade.

Mas acredito que nunca vamos regredir para ideais racistas e absolutamente limitadas na sua percepção do que pode estar mal no mundo. Mas para evitar esses caminhos perigosos é necessária uma reflexão colectiva e profunda em todas as esferas da nossa vivência.

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 18:12

O Homem do século XXI a caminho da desumanização

por franciscofonseca, em 05.06.09

O homem continua a trilhar caminhos, pelos quais jamais chegará ao desenvolvimento integrado, ou seja, ao desenvolvimento humano e tecnológico.

Se não vejamos alguns números arrepiantes. Segundo a UNICEF em 2006, morreram 9,2 milhões de crianças, sendo as principais causas de morte os problemas neonatais, a pneumonia, as doenças diarreicas, a malária, o sarampo, o HIV.

A mesma fonte refere que existem 133 milhões de crianças órfãs em todo o mundo, 15 milhões das quais por causa do vírus da SIDA.

Neste mesmo ano o número de crianças com peso abaixo do normal excedeu os 140 milhões em todo o mundo.

Outro vector essencial é a educação, que é um direito humano básico, fundamental para o desenvolvimento e bem-estar dos indivíduos e das sociedades como um todo. A maior parte da população que abandona a escola encontra-se na África Subsariana, onde cerca de 45,5 milhões de crianças de idade escolar primária não a frequentam. É seguida pelo Sul da Ásia (35 milhões), Médio Oriente e Norte da África (6,7 milhões), Ásia Oriental e Pacífico (4,7 milhões) e pela América Latina e Caraíbas (4,2 milhões).

Proteger as crianças contra a violência, a exploração e abusos diversos, constituem factores essenciais para protecção do seu direito à sobrevivência, crescimento e desenvolvimento. Estima-se que 300 milhões de crianças no mundo inteiro estão sujeitas à violência, exploração e abusos de várias espécies.

Destes 158 milhões de crianças, são obrigadas a trabalhar.

Cerca de dois milhões de crianças, no ano 2007, foram exploradas no negócio multimilionário da indústria sexual, especificamente em prostituição e pornografia.

Estimativas da União Europeia indicam que, no último decénio, os conflitos armados custaram a vida a mais de 2 milhões de crianças, mutilaram 6 milhões, tornaram órfãs 1 milhão e originaram cerca de 20 milhões de crianças deslocadas ou refugiadas.

Perante estes números, como pode o homem, os senhores do desenvolvimento e da prosperidade, acalentar a viver num mundo melhor!

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 13:37

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