Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]



A geração à rasca em Portugal

por franciscofonseca, em 28.02.11

Ontem, ouvi um líder partidário dizer que, mais vale ter um emprego precário e temporário, do que não ter nenhum. Fiquei preocupado, pensativo e estupefacto. Devo dizer a este senhor que, Portugal precisa evoluir de uma economia de mão-de-obra intensiva, de baixos salários e baixas qualificações, para um modelo assente em trabalho mais qualificado e na exportação de novos tipos bens. Só desta forma, os cerca de 70.000 licenciados sem emprego e todos os outros conseguirão entrar no mercado de trabalho.

Portugal continua a precisar de mais licenciados, mais mestres, mais doutorados, desde que provenientes de instituições com ensino de qualidade. Estes políticos que, estudaram e entraram no mercado de trabalho, em altura de bonança, agora perante as dificuldades são gente sem soluções, sem políticas públicas adequadas, para a resolução dos problemas. Na minha opinião, a situação vai agravar-se nos próximos anos em face das medidas de austeridade adoptadas no sector público e privado.

O problema é que o tempo político de avaliação das políticas não se compadece com o tempo que demoram de facto as mudanças estruturais. Estes jovens políticos têm de perceber isto e pensar que há mais vida para além da economia. Os governantes contemporâneos só conseguem pensar no curtíssimo prazo.

Talvez tenha chegado o momento, de a geração à rasca arregaçar as mangas, vir para as ruas e compreender que somos todos nós, que teremos que concretizar este grande desafio, através de uma cultura de produtividade, de empreendedorismo, de inovação, de rigor, de humildade e espírito de sacrifício, a par de um sentido ético de justiça e solidariedade. Esta geração precisa de confiar em si própria, na sua capacidade de enfrentar e resolver os problemas. O conformismo e o comodismo são carcereiros da liberdade e inimigos do crescimento humano.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:01

Uma semana na Quinta da Trigueira

por franciscofonseca, em 26.02.11

Em primeiro lugar, queria pedir desculpa aos leitores deste blog, por estes dias de ausência. Foi uma semana de duro trabalho físico, mas de grande relaxamento psicológico, a que acabei de passar na minha Quinta da Trigueira, situada no Douro Vinhateiro. Quinta plantada pelo meu Avô há mais de 100 anos, as castas centenárias tradicionais do Douro são preservadas, recuperadas e novas são plantadas. Longe das tecnologias, do frenesim de Lisboa, deu para recarregar baterias.

Os primeiros três dias foram dedicados à poda das videiras, sem dúvida uma arte que, tenho o privilégio de aperfeiçoar, com os mais velhos e principalmente com o meu pai de 87 anos, um verdadeiro mestre.

Houve tempo para provar e apreciar o vinho tinto, branco e vinho do porto da colheita de 2010. Posso dizer que, mais uma vez a Quinta da Trigueira vai dar a oportunidade aos seus clientes, de saborearem verdadeiros néctares. Aqui podemos apreciar o equilíbrio harmonioso existente entre as castas antigas e as mais jovens. No final do mês de Maio haverá novidades dos novos vinhos, uma das quais será uma grande surpresa.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 15:22

A morte e a vida coabitam na índia.

por franciscofonseca, em 16.02.11

 

Enquanto a Europa se afunda, se desorganiza, as economias ocidentais se arrastam, a China, a Índia e o Brasil marcam o passo do crescimento económico. Hoje, são estes países que ditam o ritmo da economia mundial e determinam os preços internacionais, nomeadamente o do petróleo.

O mundo actual é marcado por fortes contrastes. Nem todos os países em desenvolvimento apresentam o mesmo nível de riqueza e de bem-estar económico e social, da sua população.

Hoje, vou falar da Índia, o segundo país mais populoso do mundo, com 1,1 bilhão de habitantes, a segunda grande economia de mais rápido crescimento e onde 25% população vive abaixo do limiar da pobreza. É um dos países, onde a riqueza e o luxo de cidades, como Mumbai apresenta um contraste gigantesco dos edifícios sumptuosos, com as cidades mais periféricas, onde a miséria e a pobreza andam de mãos dadas.

É impressionante, como o rio Ganges é considerado um rio sagrado para os hindus, que o veneram na forma da deusa Ganga. Neste rio, muito rituais são desenvolvidos, desde tomar banho, beber água, como forma de purificação, deitar cadáveres de pessoas que, não são cremados, pois o rio tem o poder de tudo depurar. Aqui, os vivos e os mortos partilham o mesmo espaço. Sou daqueles que defende a preservação das culturas, mas esta muito sinceramente, bem que podia mudar, pois só desta forma, a Índia conseguirá ser um país verdadeiramente desenvolvido e humanamente sustentável.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:25

Apaixone-se

por franciscofonseca, em 14.02.11

Hoje, no dia dos namorados deixo esta brilhante definição de amor: Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?

Fernando Pessoa

 

 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 19:08

Múmia descoberta em Portugal

por franciscofonseca, em 11.02.11

 

Foi descoberta uma velhinha mumificada de 82 anos, em Lisboa que, permaneceu morta em casa durante nove. O achado só foi possível, porque a senhora tinha uma dívida de 1000 euros ao Estado, a sua casa foi penhorada e vendida em leilão. Quando os novos proprietários entraram em casa deparam-se com a idosa morta. É extraordinário que nem as autoridades policiais, judiciárias, nem os serviços de saúde e da segurança social, tenham procurado saber, inspeccionado a casa, para averiguar das razões do seu desaparecimento, quando familiares e vizinhos alertaram várias vezes as autoridades competentes.

Foram necessários nove anos e uma penhora para que, o tribunal competente desse autorização de arrombamento da porta. É lamentável que tenham de acontecer casos trágicos destes para que o país, através da comunicação social, tome consciência do isolamento em que, vivem cruelmente muitos idosos. O número de idosos a viverem sozinhos é cada vez maior e a solidão, o silêncio são os únicos e fiéis companheiros dos últimos dias. É curioso verificar que todas as entidades agiram de acordo com a lei, ninguém tem responsabilidades, apetece-me dizer que, estranha forma de vida, para a qual caminhamos.

A sociedade portuguesa é cada vez menos humanizada, envelheceu muito rápido e existe muita insensibilidade humana. Portugal é o 7.º país mais envelhecido do mundo. Não existe qualquer planificação, nem políticas públicas, no curto ou médio prazo para que, está situação sofra alterações. O processo de envelhecimento demográfico acentuado vai fazer com que as estruturas de segurança social colapsem, as zonas interiores desertifiquem, a produtividade diminua e o Estado fique cada vez mais pobre.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 17:56

Internet perigosa para crianças

por franciscofonseca, em 09.02.11

 

Um estudo da Microsoft Portugal revelou que 31% dos pais não tomam quaisquer cuidados para limitar e controlar a utilização da Internet em casa pelos filhos. Este número é assustador, pois um terço das crianças portuguesas navega na internet a seu belo prazer. Qualquer curiosidade, interrogação, vontade de descobrir é satisfeita com um simples clik.

Hoje, afigura-se como perfeitamente normal, o acesso das crianças as redes sociais, onde partilham vídeos, fotografias, conversam em chats com pessoas desconhecidas. Os pais deveriam de fazer uma reflexão urgente, de forma a tomarem consciência de que, as coisas que as crianças partilham e conversam podem ter consequências profundas e irreparáveis para toda a vida.

Este estudo demonstra, entre outras coisas que, muitas crianças portuguesas apresentam comportamentos de risco e mais de um terço (39%) já mentiu online quanto à idade. Por outro lado, quase metade (42%) já foi contactada por estranhos.

Vivemos tempos em que a criminalidade organizada, nomeadamente a que se dedica ao tráfico de seres humanos, aproveita as redes sociais para angariar possíveis vítimas. As crianças apresentam-se como um grupo mais vulnerável, sendo esta realidade um atentado ao direito inalienável de crescer num ambiente protegido e acolhedor e de ser livre de qualquer forma de abuso e/ou exploração. Só que os milhões de euros que, esta criminalidade gera por esse Mundo fora, falam mais alto, sendo que a exploração de crianças continua a aumentar. Um dia a humanidade pagará também esta elevada factura. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:12

O homem já não compreende o Mundo

por franciscofonseca, em 07.02.11

 

O Homem moderno necessita de fazer uma reflexão profunda, na forma de percepcionar o mundo, de reinterpretação da sua própria existência. Necessita de emergir os sentidos da turbulência do quotidiano, ou seja, libertar-se do aprisionamento físico e psicológico em que se encontra.

O Mundo de hoje, já não consegue ser percepcionado pelo homem. Alguns exemplos perturbadores começam a acontecer. Nenhum economista antecipou a grave crise económica e financeira porque que estamos a passar. Mais recentemente, nenhum politólogo antecipou as revoluções que, estão a ocorrer no mundo árabe.

Estamos habituados a viver de forma pragmática, veloz e utilitarista, numa sociedade, em que a luta pela vida é cada vez mais incerta, intensa e competitiva, onde a maioria das pessoas passou a não dar atenção aos seus sentidos, de forma a percepcionar os sinais que, se encontram a nossa volta.

Nos últimos séculos, a humanidade foi conduzida de olhos vendados. Chegou a hora de todos retirarmos a venda, de olharmos o Mundo tal e qual conforme ele é, de fazermos as nossas escolhas, de corrermos riscos, de sermos audazes, corajosos, determinados, em prol de uma vivência mais humanizante e solidária. É essencial que o homem volte, como acontecia nos velhos tempos, a conseguir percepcionar os sinais que, o Mundo vai emitindo, como forma de alerta, para as suas fraquezas e debilidades. A modernidade é inundada em tecnologia, mas escassa em massa cinzenta que, pense a vivência do próprio homem.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 16:29

A era das revoluções

por franciscofonseca, em 04.02.11

  

Estamos e entrar numa era em que, as revoluções vão ditar o fim dos ditadores, dos tiranos. Os acontecimentos no mundo árabe vão contagiar outros pontos no globo. Quando o povo faz as revoluções, elas são imparáveis, não há regime que as consiga deter por muito tempo. A revolução da Tunísia alastrou ao Iémen, Egipto e muito provavelmente irá contagiar a Jordânia, Argélia, Marrocos, Arábia Saudita, Síria, Sudão, Líbia e Mauritânia.

Mas as revoluções irão chegar à Europa, à América, à China. Quando o povo perceber que, os sacrifícios por que está a passar servem sobretudo para engrossar os lucros dos banqueiros, dos especuladores, dos que servem o liberalismo selvagem, as revoltas irão surgir.

O preço dos bens alimentares estão a aumentar mundialmente, os desempregados são cada vez mais, a pobreza alastra em todas as sociedades, pelo que será inevitável a revolta dos povos. Hoje, em Portugal os maiores 3 bancos privados anunciaram o aumento astronómico dos seus lucros em 2010, ano de crise e de grandes dificuldades para a maioria dos portugueses. Não deixa de ser curioso. Espero que os milhares de jovens licenciados desempregados deste país tomem consciência, para onde estão a ser conduzidos. Revoltem-se, gritem, façam-se ouvir, deixem o conformismo e partam para a luta, só assim conseguirão sair do lodo onde estão atolados.

A história humana está recheada de revoluções, muitas delas fratricidas. Creio que brevemente estaremos na presença de uma grande revolução de valores, de solidariedade, liberdade, a nível mundial.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 13:40

A volta dos que não foram ao Egipto

por franciscofonseca, em 02.02.11

 

Regressei hoje do Egipto, onde estive algumas horas no Cairo. Em conversa com gente bem informada sobre a realidade Egípcia, constatei que é um dos países mais populosos de África, com cerca de 84 milhões de habitantes, dos quais 24 milhões vivem no Cairo. Aproximadamente 40% da população vive com 1 dólar por dia, não existe classe média, enquanto outra parte vive luxuosamente. Os jovens com menos de 24 anos, bem formados são a maioria da população e vêem-se sem quaisquer perspectivas de futuro, sendo o motor desta revolução.

O presidente Hosni Mubarak não vai deixar o poder, pois tem muito a perder, as manifestações e os confrontos intensificam-se, agora entre apoiantes do regime e manifestantes que apelam à saída do presidente. Todos os centros comerciais do Cairo já foram incendiados, o principal museu do Egipto já foi pilhado, 10 mil presos foram libertados espalhando o caos durante a noite, assaltando residências e pilhando as lojas comerciais.

Os manifestantes revoltaram-se contra a polícia, o que levou estes a despiram a farda e juntaram-se aos manifestantes. No seio das forças armadas já aconteceram várias cisões, entre as principais chefias. A guarda presidencial já tomou medidas de reforço na defesa do palácio, mas o assalto final pode mesmo acontecer nos próximos dias, com um banho de sangue.

Esta corrente revolucionária que começou na Tunísia e contagiou o Egipto pode vir a contagiar outros países como a Síria, Jordânia, Arábia Saudita, Argélia, Marrocos e Líbia. Podemos estar na presença de um contágio sem precedentes no mundo árabe, sendo o principal perigo o surgimento de forças radicais e extremistas, que tomem o poder, à semelhança do que aconteceu no Irão.

Autoria e outros dados (tags, etc)

publicado às 18:01


Mais sobre mim

foto do autor


Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.




Arquivo

  1. 2020
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2019
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2018
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2017
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2016
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2015
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2014
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2013
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2012
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2011
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2010
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2009
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2008
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D