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Azulejo do século  XVI, do Palácio Real de Sintra, representando a Esfera  Armilar.

O diagnóstico da realidade portuguesa é muito fácil de traçar. Temos uma dívida gigantesca às nossas costas para pagar, um Estado demasiado burocrático e excessivamente pesado, responsável pelo crescimento económico nulo. Para agravar a situação temos uma população cada vez mais envelhecida, a tender para a pobreza extrema e sem perspectivas de trabalho futuro. Tudo isto se explica através da enorme irresponsabilidade, impreparação aliada a incompetência e uma fuga constante à verdade, de políticos e governantes, que apenas zelaram pelos seus interesses pessoais e partidários, em detrimento dos interesses nacionais.

Como se isso não bastasse, nas últimas décadas foram implementadas políticas neoliberais, que promoveram o individualismo e o consumismo exacerbados. Com este estado de coisas, o endividamento das famílias foi-se acumulando, o facilitismo apoderou-se de valores fundamentais da nossa sociedade, instalando-se uma cultura de direitos sem o cumprimento mínimo dos deveres e, o sucesso fácil passou a ser denominador comum, enquanto a exigência, a dedicação, o empenho e competência no trabalho passaram a não ter qualquer valor, pois o sucesso é alcançado através de métodos, que nada têm a ver com a meritocracia.

Ao longo da história, as crises acabaram por constituir excelentes oportunidades, em termos de inovação, evolução e empreendorismo. Portugal terá de tomar importantes opções no sentido de perspectivar um futuro melhor. As sociedades envelhecidas não têm futuro, pois são os jovens que asseguram a sustentabilidade e a força de trabalho de um país.

O modelo de estado social terá de ser radicalmente alterado, o Estado não tem mais capacidade para sustentar o desemprego, as situações de pobreza e as reformas. Novos mecanismos terão de ser encontrados urgentemente, no seio da sociedade, para fazer face a esta nova realidade, que poderá passar por sermos mais solidários e menos individualistas.

Existe um ditado popular de que eu gosto muito: “de pequenino é que se troce o pepino” e para mim aqui está é a chave para ultrapassar a crise actual. Enquanto as famílias não forem capazes de se constituir como indústrias, de preparação de crianças e jovens, pautadas pelo crescimento e desenvolvimento humano, fundadas na competência, desenvolvendo uma cultura de valores baseada na verdade, confiança, exigência e rigor, o nosso futuro colectivo dos portugueses continuará
hipotecado, por longos anos.

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publicado às 17:22

Estados Unidos e China aliados ou adversários

por franciscofonseca, em 26.04.11

Estes dois gigantes económicos são aliados ou adversários? O dólar americano e o yuan são moedas concorrentes no comércio internacional? Após a crise mundial de 2008 a economia norte-americana ainda não conseguiu reerguer-se. Os EUA querem mudar de paradigma, ou seja, de maior consumidor mundial, para grande exportador internacional. A China é uma porta para escoar as suas exportações, mas a constante desvalorização do yuan face ao dólar faz com que os preços, dos produtos americanos sejam elevados, isto explica, em parte o deficit da balança comercial com a China.

Quando a china se constipa, o mundo fica com febre. Uma China forte pode representar uma ameaça, para o futuro dos Estados Unidos. Mas actualmente os dois países são dependentes um do outro. O desenvolvimento da China depende muito dos investimentos norte-americanos e o governo norte-americano não funcionaria, se o Banco Central chinês não comprasse boa parte da dívida dos EUA.

Por outro lado, podemos estar a assistir a uma mudança geopolítica do Atlântico para o Pacífico. Hoje, existe uma grande ansiedade nos homens de negócios e políticos norte-americanos, devido a uma sensação pouco familiar, pois assistem a tomada de decisões, numa parte do mundo muito distante e por comunistas. Na minha opinião, esta aliança estratégica chegará ao fim, resta saber se o divórcio será litigioso.

Muitos analistas olham esta intervenção da OTAN na Líbia, com o aval da UN, como uma forma de afastar a China do Mediterrâneo. A economia chinesa cada vez mais necessita de energia, os seus investimentos na Líbia eram avultados e representava a porta de entrada em África, para explorar fontes energéticas. Por outro lado, o controle da costa mediterrânica não está nas mãos dos EUA e assim ficará.

Este bloqueio energético, de que a China está a ser alvo pode trazer consequências imprevisíveis. A ganância, a arrogância e a busca da hegemonia norte-americana, pode arrastar o mundo para um conflito mundial.

A Europa deveria ter uma palavra a dizer, mas está completamente acorrentada, pois os países da OTAN, como a Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália são autênticas marionetas de Washington. A grande ambição dos EUA do século XXI, passará por mandar na China, Rússia, América do Sul, África e no Médio Oriente e, ninguém duvide que esse objectivo será perseguido a todo o custo, se o vão conseguir, a ver vamos.

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publicado às 15:53

Não devemos ter medo das revoluções

por franciscofonseca, em 24.04.11

Em Portugal comemora-se os 37 anos do 25 de Abril, data em que se assinala o fim de um regime neofascista e a passagem para uma democracia liberal. No meu entender demasiado liberal, pois, durante estes anos assistimos à destruição da indústria, das pescas, da agricultura, da cultura e da soberania. Não necessitamos entrar em pânico, apesar de as revoluções serem muito confusas, não seguirem qualquer tipo de lógica e serem imprevisíveis, quanto ao seu desfecho.

As revoluções que se vivem no Médio Oriente, numa primeira análise têm a ver com a falta de fornecimento suficiente de emprego, educação, habitação e dignidade de uma população jovem, em acelerado crescimento, ressentida com passados dinásticos, cada vez mais ligada entre si e com o mundo através das tecnologias, comparando a sua situação com outras em qualquer parte do mundo. Quando um Estado fracassa no fornecimento, as tensões aumentam entre a população.

Nenhuma revolução constitui uma analogia perfeita para qualquer uma outra. Na medida que as revoluções vão evoluindo, as memórias, os ressentimentos e as fracturas sociais específicas de cada país irão moldar os resultados futuros.

O Zeca Afonso dizia “eles comem tudo, comem tudo e não deixam nada”, nunca esta frase foi tão actual como agora. Os nossos políticos durante todos estes anos viveram deslumbrados com os almoços grátis. Agora chegou a hora dos senhores que controlam o capital financeiro, através dos seus mandatários (FMI e EU), virem impor as suas regras, financiarem os principais bancos europeus, através do empréstimo que vão conceder ao nosso país. É um abraço mafioso, como podem comprovar os cidadãos gregos e irlandeses, pois continuam iguais ou piores depois de serem intervencionados.

Quando o fornecimento não é suficiente no emprego, educação, habitação e dignidade, as tenções crescem no seio das populações e Portugal caminha sem dúvida nesse sentido. Não está posto de parte que os trabalhadores e os povos europeus se revoltem, que aconteçam revoluções nos sistemas sociais e políticos. Penso que poderemos assistir a revoluções contra os abutres internos e externos, que transformaram o nosso país numa grande ossada. Eu não tenho medo das revoluções!

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publicado às 11:22

As grandes diferenças entre portugueses e japoneses

por franciscofonseca, em 22.04.11

A tragédia que se abateu sobre o Japão demonstrou, que o planeta tinha acabado de fazer a sua prova de vida, ou seja, a terra tem a sua própria evolução. Os seus movimentos não têm a ver com sentimentos humanos, com deuses, com culturas e com vinganças. Em seguida irei abordar as grandes diferenças entre portugueses e japoneses.

No japão as crianças são educadas para serem capazes de suportar dificuldades e superá-las, em Portugal, as nossas crianças são educadas para evitar as difucldades e se elas acontecerem, a torneá-las.

A violência dos terramotos e do tsunami poderiam levar os japoneses à desorientação e à desordem. Mas, continuou a existir disciplina, ordem, dignidade, paciência, honra e respeito pelos seus mortos. Em Portugal, com uma profunda crise instalada, o povo está desorientado, desacreditado, deprimido, indisciplinado e sem paciência.

Os japoneses com o caos instalado mantiverem a disciplina colectiva, o sentimento de partilha, pois partilharam alimentos, agasalhos, dores, saudades, preocupações, inquietações e tristezas.

Não houve fura filas, para a assistência médica, distribuição de remédios e alimentos. Cada um aguardava a sua vez para receber atenção médica, alimentos, roupas. Em Portugal assistimos todos os dias a pessoas que furam as filas nos centros de saúde, nas filas dos hipermercados, nas filas dos transportes públicos, sem um pedir de desculpa, com licença, ou desculpe pelo incómodo.

Quando um povo tem humildade e respeito, somos capazes de pensar nos outros, nos seus sentimentos, nas suas necessidades. Quando zelamos pela vida como um todo, somos cuidados e respeitados. Quando penso primeiro em mim e só cuidar de mim, só tenho a perder. Tudo na vida é transitório, nada é completamente seguro neste mundo, tudo pode ser destruído num instante e reconstruído com muito esforço novamente.

Os portugueses para saírem desta crise têm de reaprender a ser solidários, pacientes e aprender a sofrer colectivamente. A grande lição que os japoneses deram ao mundo foi que a solidariedade leva à ordem, que a paciência leva à tranquilidade e que o sofrimento compartilhado leva à reconstrução.

Como eu gostaria que o povo português desse o exemplo, como o dado pelo povo japonês, em termos de solidariedade, de bravura, dignidade, de humildade e de respeito pela sua memória colectiva, de forma, a podermos desmontar ao mundo que, não necessitamos de nos subjugar, a troikas, a bancos, a agências de rating, nem a baronesas, nem barões venham eles donde vierem.

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publicado às 17:36

O atroz turismo sexual de crianças

por franciscofonseca, em 20.04.11

Esta seria a pena acessória que eu aplicaria a este tipo de turistas.

O Camboja é visitado por dois milhões de turistas, que procuram crianças para terem relações sexuais. Este turismo pedófilo é do conhecimento das autoridades cambojanas, que nada ou pouco fazem, nem investigam, nem combatem este flagelo da humanidade. Existem cerca de 2 mil crianças nas ruas na capital do Camboja, Phnom Penh, que estão à espera dos predadores sexuais. Os polícias não querem saber dos vários bordéis destinados à prostituição de menores.

As crianças são apresentadas aos seus clientes, desfilando na passerelle, até serem escolhidas. Os turistas aproveitam para ter relações sexuais com as crianças e para gravar as imagens, que seguidamente são vendidas e colocadas na internet, através das redes de pedofilia.

Há turistas que fazem falsas adopções de crianças. Mas na realidade apenas as querem para ter relações sexuais. Muitas das vezes são os próprios pais, que oferecem as crianças para este tipo de adopção.

Como se não bastasse, estas crianças estão obrigadas a nunca contradizer um adulto, sendo violadas frequentemente pelos próprios pais, padrastos, irmãos, tios, primos e vizinhos. A sociedade cambojana apresenta uma matriz de profunda discriminação sexual, provocando uma estigmatização das vítimas.

A prisão mais mediática foi a de Kent Frank, um milionário da Flórida, de 45 anos, que foi detido, no seu quarto de hotel, quando abusava de  quatrocrianças. É horrendo saber que as organizações mundiais defensoras dos direitos humanos, quase nada fazem para acabar com este martírio de milhares de crianças inocentes, presas fáceis para estes abutres disfarçados de turistas. O Mundo caminha repentinamente, para a desumanização, onde cada vez mais impera a cor do dinheiro.

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publicado às 12:09

A morte do estado social europeu

por franciscofonseca, em 18.04.11

A manutenção do estado social na velha Europa é insustentável. Com Portugal em estado de sítio, o debate sobre o tema, em época de fantochada eleitoral é pouco sério. Quer me parecer, que os portugueses não estão muito interessados nas questões de ordem político-ideológicas, mas sim, nas repercussões que se vão fazer sentir nas suas vidas, nomeadamente, os aumentos de impostos, cortes nos benefícios socais, redução das prestações sociais e o aumento do desemprego.

Para manter um estado social sustentável é necessário uma boa organização do Estado e dispor de uma economia de boa saúde. Portugal não tem nem uma coisa, nem outra. Os sucessivos eleitos não souberam cuidar da organização do Estado, nem da saúde da economia, muitos apenas se aproveitaram e, ainda teimam em escudar-se na crise internacional, acordem, envergonhem-se e arrepiem caminho.

Existem quatro fortes tendências, que empurram o estado social para a extinção. O nosso país é campeão no envelhecimento dentro da Europa. Brevemente, 30 por cento da população portuguesa terá mais de 65 anos. Pergunta-se, quem vai pagar as pensões e a saúde dessas pessoas? Não faço a mínima ideia.

O desemprego crónico, uma das maiores chagas sociais dos nossos tempos, constitui-se como um dos grandes responsáveis pelos gastos avultados do Estado. Espanha já contabiliza 22% de desemprego e Portugal aproxima-se dos 12%.

O peso dos funcionários públicos é gigantesco, em Portugal, só a administração central conta com 600 mil. Em muitos países europeus 25 por cento da força de trabalho pertence ao sector público.

Por último, como o contrato social não é escrito, tem permitido uma troca de favores entre as elites governantes e eleitores, que deu origem a uma classe política fraca, especializada em subornar eleitores, com o dinheirinho emprestado. Vamos entrar novamente, numa época de promessas eleitorais, de caça ao voto, que já se tornaram habituais e que ninguém questiona, mas desta feita, acho que nos deveríamos questionar todos, sem excepções.

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publicado às 16:33

Quem pode tirar Portugal da crise?

por franciscofonseca, em 15.04.11

Portugal andou a gastar mais do que tinha, durante muito tempo, por isso chegámos a esta crise económica e social profunda. O processo de reequilíbrio das contas do país vai demorar muito tempo, vai ser muito doloroso para a maioria dos portugueses. O país tem graves deficiências estruturais ao nível do funcionamento do Estado. Muitos governos tentaram fazer reformas, mas quase todas elas ficaram pelo meio do caminho, pois a resistência das chefias intermédias, normalmente cooperativas com interesses instalados impediram a sua concretização.

Por outro lado, os partidos políticos em Portugal foram transformados em corporações de barões, que só pensam nos seus interesses individuais, que influenciam transversalmente toda a sociedade, todas as estruturas do Estado, chegando à justiça. Os cidadãos estão preocupados apenas com os seus direitos, sendo poucos aqueles que percebem que os deveres vem em primeiro lugar, enquanto inseridos na sociedade.

Como já referi anteriormente, a meritocracia não existe, os lugares estão sempre reservados para os detentores dos cartões partidários. Penso que esta crise constitui uma grande oportunidade, para redesenhar uma nova configuração das nossas instituições políticas. Seguidamente, reformular as estruturas mentais dos políticos, de forma, a que a sua actuação seja em prol do interesse público e não do interesse dos lobbies instalados.

Então, só mesmo os portugueses é que podem retirar o país desta crise. É urgente uma revolução nos comportamentos de todos nós, para assim sermos mais produtivos, competitivos, criativos, empreendedores, na nossa vivência diária. As políticas económicas, sociais, têm de ser feitas pelos portugueses. A reacção tem de ser nossa, evitando os erros do passado e olhando para a frente, acreditando no nosso futuro colectivo e demonstrando que não necessitamos do FMI, nem de qualquer outra organização externa.

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publicado às 15:53

As agências de notação financeira foram as principais responsáveis pela crise, que teve o seu início em 2007. Os produtos mais tóxicos facilmente obtiveram as notações mais elevadas, para que os investidores os adquirissem. As grandes perdas do sistema bancário estão a ser pagas, actualmente pelos contribuintes. Mas, apesar disso, as agências continuam a influenciar as políticas dos países, nomeadamente nas de apertar o cinto, pois caso contrário ameaçam com a descida do rating e, o consequente aumento dos custos do crédito.

A fraude está bem montada, as empresas do Capital Group e do Capital World Investors, são as maiores accionistas da Standard & Poor’s, e da Moody’s. Estas empresas detêm um significativo investimento em títulos das dívidas soberanas da Irlanda, Grécia, Portugal, entre outros. Assim, pelo menos duas das maiores accionistas das agências de notação do mundo agem e beneficiam directamente do mercado, pois a sua evolução é fortemente condicionada pelas suas próprias agências de notação. Foi possível verificar a sua intervenção no mercado português.

Quem não se lembra da empresa financeira, do agora preso Bernad Madoff, que teve sempre a melhor classificação, em AAA, até surgir a hecatombe financeira. Quem não se lembra do banco Lehman Brothers, que tinha sempre a máxima classificação até a sua falência.

A frágil e fragmentada União Europeia, devido a aliança franco-alemã sente-se impotente e com enorme frustração por não conseguir supervisionar a actividade das três grandes agências de notação norte-americanas. Este é hoje, o grande instrumento de manipulação dos mercados utilizado pelos Estados Unidos, para disfarçarem o seu enormíssimo endividamento externo, mas cuidado com os abutres.

Como cereja em cima do bolo temos o Fundo Monetário Internacional (FMI), que só no caso português vai lucrar cerca de 550 milhões de euros. A ausência de crises financeiras internacionais é, em si mesma, uma crise para o FMI. Sem crises não há empréstimos, sem empréstimos não há rendimentos e sem rendimentos não há empregos.

Os governos eleitos democraticamente ficam impedidos de adoptar as suas políticas em matéria de finanças públicas. A dívida acumulada portuguesa está muito abaixo de outros países europeus, nomeadamente a Itália. O défice orçamental é inferior ao de muitos países europeus. Porque fomos nós os escolhidos? E porque será que as próximas vítimas vão ser a Bélgica, Itália e Espanha? Estas respostas ficarão para outro post.

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publicado às 17:08

A internet e a reinvenção do capitalismo

por franciscofonseca, em 11.04.11

Os senhores detentores do capital continuam apenas concentrados estritamente nos lucros. Este é o principal factor, responsável pela falta de uma maior legitimação popular do capitalismo. Assim, a reinvenção do capitalismo terá de passar por corporações socialmente responsáveis, que ao mesmo tempo que prosseguem a sua actividade, promovem o bem comum. A concentração de capital está no cerne das principais crises económico-financeiras. No novo mundo, que temos de construir, o capital tem de fluir, de forma produtiva e segura, para os países mais pobres.

Por conseguinte, já não existem dúvidas sobre a forma como a internet e as redes sociais estão a alterar as relações humanas e a própria natureza humana. O mais fascinante é a forma como a internet faz despoletar actos de generosidade e de verdadeira conexão e partilha de informação. Todos nós, ao navegarmos online retiramos vantagens da generosidade de outros.

A informação é o bem que as pessoas partilham com maior facilidade, seguido do tempo e dos bens materiais. Existem novos websites que estão a eclodir para facilitar a doação de bens e serviços, ou seja, baseiam-se no princípio de partilha, a partir do virtual para o mundo real. O poder da informação é hoje determinante no desenvolvimento dos países e das sociedades.

Assim, parece-me que aproveitar a generosidade e a informação para redistribuir um excesso de bens e serviços é uma ideia muito atractiva. As pessoas estão a colocar o poder da Internet nas suas próprias mãos para criar uma nova forma de partilha global. Esta é sem dúvida uma forma de redistribuição do capital por aqueles que mais necessitam.

A verdade é que a informação circula de forma instantânea a nível global, mesmo que tenha pouco valor para nós, poderá ter grande valor para outra pessoa, esteja ela em qualquer parte do mundo.

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publicado às 19:05

O nosso planeta vive numa era de risco existencial

por franciscofonseca, em 08.04.11

Os relógios em todo o mundo contabilizam o tempo da mesma forma. Acontece, que vivemos numa era, onde o tempo está em aceleração exponencial. Os pressupostos e fundamentos sociais, económicos e políticos da humanidade mudam dramaticamente, normalmente de 50 em 50 anos. A incerteza radical vivenciada actualmente, nada tem a ver com a vivida nos anos 80 do século XX, pois as razões, as dimensões, a complexidade e a simetria do risco são completamente diferentes.

Hoje, o planeta é palco de revoluções sociais inesperadas, repressões contra-revolucionárias, desastres naturais assustadores, fugas nucleares, caos financeiro, escassez de bens essenciais, ataques terroristas em larga escala, disrupções organizadas pelos media sociais, derrames de petróleo, países que emergem, países que caem, tudo num curto espaço de tempo, que conduz à incerteza radical.

Todas as crises latentes são resultado, da impreparação dos líderes mundiais para lidarem, com este novo e complexo estado e incerteza. É urgente que os líderes reformulem as suas percepções relativamente aos problemas e oportunidades, que redefinam as suas organizações estatais e privadas e, acima de tudo, que repensem a forma como pensam. As velhas estruturas de pensamento, baseadas em processos e modelos racionais terão de ser rapidamente substituídas, por uma nova inteligência criativa, baseada na inovação, gestão e configuração de novas respostas viradas para o futuro.

Os acontecimentos, as ameaças e as oportunidades estão a chegar-nos com maior velocidade, interdependência e com menor previsibilidade. Os instrumentos que serviam aos estados, aos gestores para fazer previsões quanto ao futuro, estão obsoletos, deixaram de funcionar. É devido a este factor, que as previsões económicas, sociais e políticas são normalmente erróneas, pois os analistas utilizam estilos de pensamento e utensílios totalmente desajustados da realidade.

O futuro do mundo dependerá da gestão dos riscos complexos e das oportunidades, que estamos a enfrentar de forma crescente. Esta gestão terá de ser baseada na agilidade mental e na flexibilidade organizacional. As organizações governamentais e empresariais terão de possuir os seus centros estratégicos, onde o estilo de pensamento terá de ser vocacionado, para a previsão de cenários com designs multivariados e interdependentes. Esta poderá ser a chave, a ser utilizada pelos líderes, que tem de aprender a lidar, com um mundo cada vez mais caracterizado pela incerteza radical.

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publicado às 12:12

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