Copyright Info / Info Adicional
Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Mais uma vindima se realizou com muito esforço e diversão, durante dois dias. A produção de 2011 foi excelente, quer em quantidade, quer em qualidade. Os mostos são graduados e muito encorpados, fazendo prever deliciosos néctares. Deixo algumas fotos para os leitores deste blog.
Aos 87 anos de idade ainda continua a ser o patrão da Quinta. Parabéns.
Aqui o patrão júnior com algumas dificuldades em manobrar a máquina, mas saiu-se bem!
As uvas vão ser processadas. As brancas directamente para as cubas de fermentação e as tintas para o lagar.
Existem muitas definições para Estado falhado, uma das mais consensuais, da ciência política diz-nos, que um Estado falhado é aquele cujo respectivo governo não tem capacidade de controlo sobre a totalidade do seu território, ou não tem o monopólio do uso da força.
A avaliar pelos resultados do recente ranking da Fund for Peace, publicado anualmente na Foreign Policy, os países mais falhados são a Somália, o Sudão e o Chade. Em contraponto, a Suécia, Noruega e Finlândia são os que oferecem menos risco. Portugal ocupa o lugar 163ª posição entre 177 países. Esta classificação indica que os países do topo estão mais longe da sustentabilidade política, económica e social.
Esta classificação pode alterar-se a qualquer momento, pois as consequências globais da revolução árabe, que começou na Tunísia e depressa se espalhou para o Egipto, o Bahrein, a Líbia, o Iémen e a Síria, até ao momento ainda não estão completamente dissecadas.
Os confrontos a que assistimos ultimamente em Londres, constituem exemplos de como as consequências de uma agitação social, rapidamente pode inflamar outras regiões, com a difusão dos confrontos e apelos muito fortes para a violência urbana, que transformou a Inglaterra, momentaneamente num país falhado. O fenómeno da violência urbana, por regra, acontece em países em que existe um deficiente funcionamento dos mecanismos de controlo social, político e jurídico.
As medidas de austeridade que estão a ser impostas, na maior parte dos países europeus, vão fazer diminuir drasticamente os mecanismos de controlo, e por outro lado, os comportamentos criminosos, os tráficos, os gangs rivais, a corrupção, o desrespeito sistemático às normas de conduta estabelecidas, vão aumentar exponencialmente. Espero que a velha Europa, não se venha a transformar num conjunto de países falidos e alguns, mesmo falhados. A situação a que chegamos fica-se a dever à inexistência, de uma visão de médio e longo prazo, da parte de todos os políticos europeus.
Os arquitectos do euro tiveram consciência dos riscos da moeda única, pois a solidez impulsionou os esbanjadores. Assim, nasceu o Pacto de Estabilidade e Crescimento de 1997, um método rígido, simplista, mas eficaz. A maior flexibilidade reclamada pelos estados membros tornou o euro muito mais frágil.
Se Portugal ainda tivesse o escudo, jamais nos teriam emprestado os milhões que agora nos sufocam, e já há muito tempo, os desequilíbrios orçamentais teriam sido forçosamente corrigidos. Curioso, a segurança que o euro constitui no meio da crise, foi a mesma segurança, que permitiu aos países cometerem os erros, que agora ameaçam a moeda única.
A história fala por si, qualquer moeda, multi-nacional é condenada a explodir quando há desequilíbrios nas economias de quem a partilha, como é o caso da União Monetária. Assim sendo, o euro não fugirá à regra, pois as diferenças culturais e económicas na Europa são enormes. O desnível das economias da zona euro é gigantesco. A bancarrota da Grécia é apenas o primeiro sintoma, outros se seguirão, como é o caso de Portugal, Irlanda, Itália, Espanha, Bélgica e França. As medidas e os planos de austeridade impostas aos países prevaricadores, apenas adiam o fim anunciado. Não vale apena adiar a agonia.
Parece teoria da conspiração, mas a verdade é que os Estados Unidos arquitetaram o euro, com a cumplicidade da Comunidade Europeia, com intenção de infectar a Europa, com o conceito americano de globalização e de lucro máximo a curtíssimo prazo.
A dívida americana é insondável, eles dissociaram o dólar do padrão do ouro, baixaram o valor do dólar em 98% relativamente à onça do ouro. Os EUA ao imprimirem montanhas de dinheiro, para desvalorizar o dólar, arriscam-se a uma terrível hiperinflação, seguida de uma depressão.
A queda da Europa e do euro ao charco, empurrará o mundo para uma segunda grande depressão, onde a ganância de ganhos financeiros rápidos será exterminada e substituída pela sobrevivência do capital. O dólar moribundo, com o desaparecimento do euro, continuará temporariamente vivo.
Em nove meses de governação a presidente Dilma Rousseff perde o seu quinto ministro, por alegada corrupção. O ministro brasileiro do Turismo, Pedro Novais, demitiu-se devido à utilização de dinheiros públicos, para pagar a empregados domésticos. Os ministros da Agricultura, Defesa, Transportes e Relações Institucionais, também caíram, por suspeitas de práticas de corrupção.
Hoje, a sociedade brasileira debate se estas demissões constituem uma limpeza no governo, operada por Dilma, ou pelo contrário representam a fragilidade da sua administração.
É com alguma tristeza, que constato que a corrupção no Brasil é endémica, ou seja, ela faz parte do sistema político, da sua arquitectura, da forma como os três poderes se correlacionam. Este é o pecado original do Brasil, isto é, algumas franjas da sociedade servem-se dos dinheiros públicos. Serve-se o ministro, serve-se o governador, serve-se o deputado, serve-se o procurador, serve-se o polícia, serve-se o escrivão, serve-se o cunhado, e quase “todo o mundo” acaba por servir-se da coisa pública.
Dilma tem nas mãos um país que é o maior exportador mundial de ferro, carne, frango, açúcar, café e muito brevemente será um dos principais exportadores de petróleo. Actualmente, o Brasil está a ser invadido rapidamente por fluxos de capitais, que fez do real, uma das moedas mais supervalorizadas do mundo.
O custo de vida, a habitação, o aluguer de escritórios e os ordenados de gestores, em São Paulo e no Rio de Janeiro são mais elevados do que em Nova
York. O real muito valorizado faz temer o pior, ou seja, o Brasil perder mercado no exterior, aumento da inflação, aparecimento de bolhas de especulação financeira, o aparecimento de instabilidade social e o aumento da corrupção.
O capital que invade rapidamente um país, também pode abandoná-lo a mesma velocidade. Temo que o futuro que acaba de chegar seja breve. Está nas mãos dos governantes brasileiros não deixar fugir o futuro, e para isso a luta contra a corrupção deve ser um desígnio nacional.
Ontem foi assinalado o 10º aniversário sobre os atentados terroristas de 11 de Setembro, de 2001, que mudaram o Mundo e principalmente a Nação dos Estados Unidos. Hoje, sem qualquer dúvida, vivemos num mundo caracterizado pela incerteza e circundado por diversas ameaças, que passam pela pobreza, as doenças infecciosas, a poluição a degradação do ambiente, as guerras civis e os conflitos entre Estados, a proliferação de armas nucleares, radiológicas, químicas e biológicas, o terrorismo, a criminalidade transnacional organizada.
A velocidade dos acontecimentos é cada vez mais acelerada. As guerras do Iraque, do Afeganistão estão em fase de estabilização vulnerável, não havendo previsões seguras, do que ainda poderá acontecer. As revoltas que estão a acontecer no mundo árabe, primeiro na Tunísia, Egipto, e mais recentemente na Líbia e na Síria poderão espalhar-se à Arábia Saudita e até ao próprio Irão. Os regimes totalitários ainda existentes vivem inseguros, com o medo da revolta popular. Já diz o velho ditado “o povo é quem mais ordena”.
A relação entre os direitos humanos e o Estado de direito tende a ser cada vez mais respeitada. Uma sociedade que não respeite os direitos humanos ou o Estado de direito, seja ela qual for e por melhor armada que esteja, manter-se-á vulnerável e o seu desenvolvimento, por mais dinâmico que seja, permanecerá precário. A este respeito tenho a certeza que os angolanos ainda vão escrever a sua própria história.
A geoestratégia mundial está em mudança, os Estados Unidos adoptam uma posição defensiva e de retaguarda, o que não deixa de ser uma novidade, nesta última década. A China cada vez mais influente no jogo estratégico condiciona toda a região asiática, incluindo o Japão. Veremos o que nos reserva o próximo decénio, mas não me restam dúvidas que as mudanças vão acontecer de forma ainda mais acelerada e surpreendente.
O memorando assinado com a Troika traz as vantagens de obrigar os governantes, a retornarem à disciplina e equilíbrio das contas públicas, e reduz
o espaço aos políticos para se exibirem. Os detentores de cargos públicos ostentaram durante muitos anos, um bacoco e parolo riquismo, fundado em clubes de interesses, nomeadamente entre o sector financeiro e o Estado, que atiraram o nosso Portugal para a pré-insolvência.
Os vários apelos feitos pelos nossos governantes ao sacrifício e sofrimento deveriam ser acompanhados pelo julgamento dos verdadeiros culpados, e responsabilizados pela situação a que chegamos. A velha desculpa da punição do julgamento eleitoral é muito pouco, para as atrocidades cometidas na gestão da coisa pública. A desastrosa competência interessada criou avultadas gorduras públicas, para regozijo dos lobies políticos.
No sistema partidário, na governação, no parlamento, a meritocracia deveria ser a regra, onde os mais competentes deveriam ter assento, mas assistimos precisamente ao contrário, isto é, têm assento aquelas figuras de mérito e carreira partidária muito duvidosa. O resultado é a escandalosa infiltração de lugares, ordenados chorudos acima dos praticados nos países mais ricos, regalias e mordomias vergonhosas à custa dos dinheiros públicos.
Vivemos tempos de grande exigência, a situação volátil e de incerteza devido à globalização requer que os mais preparados conduzam os destinos do país e não quaisquer uns, sem qualquer preparação, que nunca geriram coisa alguma, como tem acontecido e temo que continue a acontecer.
A classe política esqueceu-se de forma intencional, que uma sociedade equilibrada e próspera é aquela onde a ética, os valores, o rigor nos estudos e no trabalho, os deveres e os direitos, a família e o bem comum, são na realidade os verdadeiros pilares de uma sociedade saudável, livre da corrupção, do tráfico de influências, da ganância financeira e do consumismo, que só fomentam, cada vez mais, as desigualdades sociais.
No mundo actual, mais de metade da população mundial vive nas cidades. Estas pessoas dispõem de uma vasta oferta cultural, tecnológica e energética. Os ritmos do quotidiano são muito acelerados, devido às exigências profissionais e familiares. Hoje, sabe-se que muitos distúrbios mentais provêm do estilo de vida urbano. Os cidadãos tendem a ter níveis mais elevados de stress, de alterações de humor e de doenças psicóticas e cardiovasculares, comparativamente aos que vivem em zonas rurais.
Os citadinos para além do stress estão mais expostos a sentimentos de ansiedade, de medo, em resultado das ameaças, que advêm da maior incerteza da vida, nas grandes metrópoles. Veja-se o caso norte-americano, onde existem 125 milhões de pessoas, cerca de 45% da população com doenças crónicas depressivas, que consomem 80% dos 1.9 triliões de dólares gastos nos sistemas público e privados de saúde, dos Estados Unidos, que já corresponde a 20% do PIB.
O mito de que quanto maior for a exposição das pessoas ao stress, maior é a adaptabilidade, mais tolerantes e imunes ficam, é completamente erróneo.
Manter o equilíbrio no que respeita ao stress é uma tarefa cada vez mais difícil nos tempos que correm. Os citadinos são hoje confrontados com períodos de trabalho mais alargados, mais intensos e têm mesmo que saber desligar. O que é fácil de dizer, mas nem sempre fácil de fazer.
O resultado desta equação é fácil de obter, na conjuntura actual. Maior incerteza, leva ao aumento do stress, maior stress leva ao aumento das doenças crónicas e da improdutividade, maior improdutividade leva à diminuição da riqueza do país e maior número de doenças crónicas, contribuem para o aumento da despesa do Estado. Senhores governantes, um dos grandes segredos para uma boa governação é não aumentar as incertezas das populações, se possível diminuí-las.
A chanceler Angela Merkel desabafa e primeiro-ministro Passos Coelho manietado. Este governo prometeu que ia reformar tudo, mas a única coisa que fez até agora foi subir impostos. É fácil cortar, difícil é cortar cirurgicamente, onde existem as chamadas gorduras localizadas, mas por vezes difíceis de cortar, por se encontrarem bem camufladas, pelos lóbis e grupos de interesse, que capturaram os ministérios. Há muito tempo que o governo anda a tentar cortar, mas corta onde pode e não onde deve.
Os lóbis a que me refiro são a banca, a construção civil, os médicos, os professores, os funcionários públicos e algumas câmaras do país, que minam e interrompem o ciclo da implementação das políticas públicas, em Portugal são raras as políticas que cumprem o seu ciclo.
Angela Merkel durante a recepção a Passos Coelho abriu uma frente de batalha entre Berlim e os países do sul, ao afirmar que "na Grécia, Espanha e Portugal não se devia poder reformar mais cedo do que na Alemanha" ou "não podemos ter uma moeda única onde uns têm muitas férias e outros poucas". Estas afirmações não deixam dúvidas quanto aos objectivos da Alemanha, a solidariedade cada vez mais necessária, nos tempos que correm está a esgotar-se.
A minha esperança já se esfumou, pois o governo não vai ter coragem para reduzir o número de Câmaras Municipais, juntas de freguesias, tudo vai continuar na mesma e mais uma oportunidade vai passar, sem que as grandes reformas estruturais, de que o Estado português necessita urgentemente sejam levadas a cabo. Sem isso não se consegue cortar na despesa do Estado.
A única coisa que o primeiro-ministro tirou da cartola é errada. Compreendo que seja necessário subir impostos, mas não vai resolver literalmente nada, porque quando aumentamos os impostos a despesa também aumenta. Estes impostos vão destruir as empresas e desestruturar as famílias, no final fica tudo pior, ou seja, não há empresa e não há impostos, porque a empresa desapareceu e as famílias portuguesas acabam por falir financeiramente.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.