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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
O escândalo de espionagem eletrónica encetado pelos Estados Unidos da América, contra os principais membros da ONU tem provocado as mais variadas reações no seio dos Estados e na comunidade internacional. O Mundo acordou devido as revelações feitas por Edward Snowden, ex-técnico da CIA e ex-consultor da Agência Nacional de Inteligência (NSA). A agência tem acesso a e-mails, serviços de chat, vídeos, fotos, downloads, senhas e dados armazenados dos usuários de nove empresas da internet: Microsoft, Yahoo, Google, Facebook, PalTalk, YouTube, Skype, AOL e Apple, com o aval do Congresso dos EUA e da própria Casa Branca.
A NSA teve acesso a telefonemas, e-mails e mensagens do telemóvel de Dilma e dos principais assessores do governo brasileiro. Este escândalo causou extrema insegurança e desconfiança nas relações entre os países, uma vez que interfere diretamente no conceito de Soberania dos Estados. Mais recentemente foi revelado que a espionagem norte-americana chegou à chanceler alemã, Ângela Merkel. Esta prática é um atentado contra aos direitos dos indivíduos, bem como ameaça a soberania dos países, ferindo claramente o conceito de Soberania dos Estados.
Existem suspeitas fundamentadas que os Estados Unidos estão a vender hardware comprometido, com portas dos fundos secretas em chips, para ajudar no trabalho de espionagem. Se o hardware está comprometido de alguma forma, a segurança perde-se de uma forma brutal. Evitar ou detetar todas essas ameaças, evitando a inserção de portas dos fundos no hardware é uma tarefa quase impossível.
Muitos países já estão a utilizar técnicas de guerra cibernética para lançar ataques uns contra os outros e há necessidade de vigilância contínua para proteger sistemas críticos de computadores. O ciberespaço é disputado a cada hora, a cada dia, a cada minuto, a cada segundo. A internet reduziu as barreiras de acesso aos jogos da espionagem. A sua expansão eleva o risco de perturbações em infraestruturas, por exemplo em centrais nucleares e serviços financeiros.
Esta nova guerra fria tem múltiplos atores e objetivos diferentes da anterior. Agora os objetivos das nações passam por ampliar o seu poder no mundo e obter vantagens económicas para os governos e empresas. Sem sombra de dúvidas, que o propósito principal dos EUA não é o combate ao terrorismo, não é a segurança nacional, não é o combate a outros crimes como a pedofilia ou o tráfico de seres humanos. É para aumentar o seu poder no Mundo e tirar vantagens financeiras. Estamos em tempo de guerra e espião que engana espião tem mil anos de perdão.
A economia global está moribunda. Necessita de uma vitamina para revitalizar as empresas, aumentando as vendas e a produtividade. Isto conduziria a um acesso ao crédito mais facilitado, aumentando a diversidade e a qualidade dos bens, assim como, a redução dos preços. Esta vitamina chama-se globalização.
Contudo, após a crise económica de 2008 a tendência tem sido contrária, nalguns casos na construção de barreiras ao comércio livre. A tecnologia e a liberalização económica deixaram de estimular maiores volumes de capital, bens e pessoas a cruzar fronteiras. Mas como é do conhecimento geral, o protecionismo torna pior uma situação já por si nefasta.
Os fluxos de capitais globais caíram de 8 triliões de euros em 2007 para 2,6 triliões em 2012. Isto aconteceu em parte devido aos reguladores na América e na Europa tentarem proteger os seus sistemas financeiros, depois de alguns bancos acabarem em desastre. Estas medidas dotaram os sistemas financeiros de maior segurança relativamente ao contágio e as crises financeiras.
Mas os governos têm de se abrir financeiramente, a concorrência de bancos estrangeiros força os seus congéneres domésticos a competir mais seriamente. Todos os países que adotaram medidas protecionistas o crescimento desapareceu. Alguns países estão a contabilizar as perdas e a abrir os olhos e as fronteiras, no que respeita aos capitais estrangeiros.
Todavia, a globalização continua a depender da América, apesar da crescente influência da China. A china está a fazer uma transição de uma economia pobre para uma de classe média. A ideia popular de que a China está acima de tudo isto, que nunca terá um retrocesso, é uma miragem. Há muitas mudanças sociais, políticas e económicas que estão a ocorrer. Na minha opinião continua a ser a América a ter o poder para influenciar o mundo a abrir as suas portas.
A Europa continua em plano inclinado, ignorando a verdadeira raiz dos problemas e a terapia da austeridade tem falhado em todos os quadrantes. O exemplo português serve bem para ilustrar esta anarquia economia e social. O Governo sob o chapéu da troika continua a cortar nos salários, nas despesas de capital, na saúde, e na educação, passando por cima da redução brutal das receitas correntes e dos juros.
Vivemos um tempo de retirada desorganizada dos direitos sociais e estamos a construir uma sociedade, onde cabem cada vez mais lutas sociais. Caminhamos no sentido de termos uma Europa dos ricos e uma Europa dos pobres, como mostram os números. As manifestações populares não enquadradas revelam a falta de confiança no poder instituído e nas leis.
No momento não temos todos de ser políticos mas, perante a situação, temos todos de fazer política em defesa própria. Numa sociedade onde falta o trabalho, falta dignidade. A decadência mundial do sistema económico, que nos levou a esta tragédia em que o ídolo é o dinheiro tem de ser ultrapassada. A Europa e o mundo precisam de um regresso aos valores essenciais: os humanos e não os financeiros.
A União Europeia sofre de um problema congénito, a que já fiz referência em outros posts. A União Económica e Monetária é uma utopia, pela simples razão, que uma união que arranca aos seus Estados-membros o poder soberano sobre a emissão de moeda e sobre o seu valor, sem criar uma soberania partilhada nos domínios fiscal, orçamental e de governação económica, é uma ilusão colossal.
Os tempos são de grandes disrupções impostas pelo globalismo. Os centros de poder que comandam a crise financeira, não têm cobertura jurídica, como é o caso do G20. O Conselho Económico e Social da ONU nunca foi convocado, ou seja, sendo a crise mundial, porque este não toma conta da situação. Possivelmente porque a 3ª Guerra Mundial já começou, como se lê num texto da autoria de Nixon, com a luta pela hegemonia, que ocorre hoje no mundo. Em tempos de guerra nunca pare de lutar.
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