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Ser socialmente esperto

por franciscofonseca, em 19.01.14

As redes sociais tornaram-se omnipresentes, a revolução digital chegou para ficar, os mercados emergentes entraram na economia global, milhões de pessoas com as suas vozes reinventaram mercados e derrubaram governos. As tecnologias sociais transformaram-se em repositórios de informação, de afetos e de partilha.

Os utilizadores começam a mudar-se para redes de nicho, privilegiando o regresso ao sentimento de comunidade e também a uma maior compreensão nas interações sociais. As empresas têm também que perceber que as redes sociais já não são sítios que ligam somente indivíduos mas, e de forma crescente, locais para interagir com os seus clientes, nos seus serviços e nos processos de desenvolvimento de produtos ou vendas.

O Facebook conta já com mais de mil milhões de utilizadores, sendo até a data a rede social com maior sucesso. Mas, a empresa de Mark Zuckerberg terá de se reinventar rapidamente, tal como aconteceu com outros líderes em tecnologia como a Apple, a Google ou a Yahoo, os seus dias de glória podem estar mais perto do fim do que se julga.

Por outro lado, à medida que aumenta a ligação entre as coisas e as pessoas, criam-se volumes astronómicos de dados úteis, mas que muitas empresas não sabem, nem conseguem extrair valor desses dados. Nos dias de hoje, muitas cidades por esse mundo fora utilizam estes dados para controlar o tráfego, os locais de estacionamento ou os consumos de energia pública. O futuro cada vez mais se torna presente, neste mundo global em que quase tudo é social, mas não significa que todos sejam socialmente espertos.

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publicado às 15:44

A democracia está nos cuidados intensivos

por franciscofonseca, em 11.01.14

Em Portugal os líderes partidários começam a contabilizar as espingardas para as próximas eleições. Mas um pouco por todo o mundo, a desilusão com os políticos e com as suas eleições está cada vez mais enraizada. Os eleitores estão tentados a votar nos partidos pertencentes às alas extremistas.

A austeridade está a desgastar o acordo que sustentava a democracia. Os eleitores estão ainda a ser alimentados com a dieta da austeridade e continuam a sofrer um desemprego elevado, sem vislumbrarem sinais sólidos de alguma melhoria. Os políticos não têm rebuçados para adoçar a boca aos eleitores, bem pelo contrário, estão a cortar nos serviços e nos benefícios dos quais estes dependiam.

Por outro lado assistimos ao debate político cada vez mais rancoroso, tornando mais difícil selar os acordos dos quais depende a democracia. A democracia moderna teve como base o princípio da representatividade, ou seja, os eleitores delegam as decisões aos que elegem e que podem ser substituídos. Todavia, e de forma crescente, os seus representantes optam por passar as decisões para os tecnocratas.

Os governos perderam um instrumento fundamental, isto é, a política monetária está nas mãos de bancos centrais não eleitos, os quais com uma palavra apenas parecem conseguir mover os mercados, sendo que as suas figuras económicas são mais importantes que os primeiros-ministros. As leis da República são agora sujeitas à subserviência dos tribunais internacionais, seja o Tribunal Europeu da Justiça ou o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. O FMI e a Organização Mundial do Comércio podem determinar a política económica.

Muitos eleitores devem pensar que a sua voz conta muito pouco face a todo este controlo externo, o que poderá explicar a ascensão dos sentimentos de revolta, um pouco por toda a Europa, e que serão depois refletidos no aumento do apoio aos partidos extremistas, nas eleições que irão decorrer em 2014.

Os direitos dos cidadãos têm sido limitados, na medida em que os governos prendem pessoas sem direito a julgamento, monitorizam as chamadas telefónicas e os emails dos cidadãos e voltaram a recorrer à tortura, tudo em nome da guerra ao terror. Assim, não vislumbro outro caminho para tirar a democracia dos cuidados intensivos, que não seja crescer o suficiente para conseguir deitar abaixo o desemprego e aumentar os rendimentos reais, tornando os eleitores mais contentes. Caso contrário, a morte pode mesmo ocorrer a todo o instante.

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publicado às 16:02

Uma forma alternativa para combater a pobreza

por franciscofonseca, em 05.01.14

O meu primeiro post de 2014 é sobre a pobreza. Este flagelo global continua a afetar 3 mil milhões de pessoas em todo o mundo, apesar de serem gastos milhares de milhões de euros, em áreas como a saúde, a educação e a habitabilidade. Centenas de organizações sem fins lucrativos têm um impacto real na vida destas pessoas, mas não têm recursos para operarem à escala verdadeiramente global.

As políticas seguidas para acabar com a pobreza têm vindo a falhar amplamente e, tal como Einstein nos disse, continuar a acreditar que elas serão um dia bem-sucedidas seria uma loucura. A solução, passa pelos líderes empresariais, que têm de explorar os mercados de capitais tradicionais para financiar empreendimentos globais e de grande escala, por forma a abordarem as necessidades básicas das pessoas pobres.

Primeiro é necessário determinar aquilo que as pessoas pobres acreditam que poderá ir ao encontro das suas necessidades. Se não se falar com pelo menos 100 clientes sobre aquilo que precisam, é melhor nem sequer pensar em desenhar uma solução para eles.

É necessário criar produtos que possam, realmente, aliviar a pobreza a uma escala global. Por exemplo, a conceção de dispositivos de irrigação gota a gota de baixo custo a sistemas de água potável seguros são produtos brutalmente acessíveis e que chegaram até milhares de milhões de pessoas.

Mas será que as multinacionais estão interessadas em serem o player principal no conturbado cenário do alívio da pobreza. Uma empresa que entre neste mercado terá uma missão social que a diferenciará das demais multinacionais. Por outro lado, o argumento mais convincente são os lucros tremendos que estas empresas poderão vir a recolher.

Por outro lado, temos de alterar as normas sociais e culturais que fazem da pobreza uma questão tão difícil de abordar. Nesta área em concreto, as organizações não lucrativas, as organizações da sociedade civil e os governos estão já a fazer progressos reais. Espero que as empresas possam gerar lucros consideráveis indo ao encontro das necessidades dos mais pobres. Esta é uma oportunidade demasiado grande para ser descartada.

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publicado às 17:39


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