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Não devemos ter medo das revoluções

por franciscofonseca, em 24.04.11

Em Portugal comemora-se os 37 anos do 25 de Abril, data em que se assinala o fim de um regime neofascista e a passagem para uma democracia liberal. No meu entender demasiado liberal, pois, durante estes anos assistimos à destruição da indústria, das pescas, da agricultura, da cultura e da soberania. Não necessitamos entrar em pânico, apesar de as revoluções serem muito confusas, não seguirem qualquer tipo de lógica e serem imprevisíveis, quanto ao seu desfecho.

As revoluções que se vivem no Médio Oriente, numa primeira análise têm a ver com a falta de fornecimento suficiente de emprego, educação, habitação e dignidade de uma população jovem, em acelerado crescimento, ressentida com passados dinásticos, cada vez mais ligada entre si e com o mundo através das tecnologias, comparando a sua situação com outras em qualquer parte do mundo. Quando um Estado fracassa no fornecimento, as tensões aumentam entre a população.

Nenhuma revolução constitui uma analogia perfeita para qualquer uma outra. Na medida que as revoluções vão evoluindo, as memórias, os ressentimentos e as fracturas sociais específicas de cada país irão moldar os resultados futuros.

O Zeca Afonso dizia “eles comem tudo, comem tudo e não deixam nada”, nunca esta frase foi tão actual como agora. Os nossos políticos durante todos estes anos viveram deslumbrados com os almoços grátis. Agora chegou a hora dos senhores que controlam o capital financeiro, através dos seus mandatários (FMI e EU), virem impor as suas regras, financiarem os principais bancos europeus, através do empréstimo que vão conceder ao nosso país. É um abraço mafioso, como podem comprovar os cidadãos gregos e irlandeses, pois continuam iguais ou piores depois de serem intervencionados.

Quando o fornecimento não é suficiente no emprego, educação, habitação e dignidade, as tenções crescem no seio das populações e Portugal caminha sem dúvida nesse sentido. Não está posto de parte que os trabalhadores e os povos europeus se revoltem, que aconteçam revoluções nos sistemas sociais e políticos. Penso que poderemos assistir a revoluções contra os abutres internos e externos, que transformaram o nosso país numa grande ossada. Eu não tenho medo das revoluções!

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publicado às 11:22



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