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Portugal à beira de uma crise alimentar

por franciscofonseca, em 21.08.11

Portugal está a beira de uma grave crise alimentar, segundo o Banco Alimentar Mundial e a FAO (Food and Agriculture Organization) das Nações Unidas. Actualmente somos auto-suficientes apenas na produção do leite, vinho e azeite. Produzimos somente 60% das batatas, cebolas, tomates, pimentos, alhos, 30% da carne de bovino, 40% da carne suína, 40% do peixe e 25% dos cereais, relativamente às necessidades de consumo dos portugueses.

Um velho ditado, muito actual diz que, cada um colhe o que semeia e quem semeia ventos colhe tempestades. Na última década, meio milhão de hectares agrícolas foram abandonados, pois a política agrícola dos vários governos, desde a entrada de Portugal para a CEE, em 1986 tem sido desastrosa, incentivando os agricultores a não produzirem, dando avultados subsídios para deixar os terrenos por cultivar, uma prática ainda hoje em vigor.

Em 2010 Portugal importou 7 mil milhões de euros em produtos alimentares, um valor que espelha bem a nossa realidade produtiva. Este ano Portugal vai produzir menos 20% de vinho do Porto, por determinação do Ministério da Agricultura. Como eu gostaria de perceber estas políticas, por mais que me esforce não consigo.

A única fábrica de açúcar em Portugal, que custou 16 milhões de euros, inaugurada em 1994 deixou de utilizar a beterraba produzida em Portugal e passou a utilizar a cana-de-açúcar vinda da América do Sul. Resultado: milhares de agricultores foram à ruína. 

Os sectores de produção agrícola, pescas, têxtil foram desmantelados, ao longo destes anos. Os hábitos de consumo é que ditam as leis para a distribuição, logo só vejo uma janela de oportunidade para aumentar a produção nacional, ressuscitar os principais sectores nacionais e inverter as tendências de consumo, que passa por todos os portugueses darem preferência aos produtos nacionais e deixar os produtos importados nas prateleiras.

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publicado às 22:37


2 comentários

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De anónimo a 22.08.2011 às 10:04

Não sei se existe mas deveria haver uma lei que permitisse a apanha de alfarroba que caia na via pública. Explico - faço 21km de casa para o trabalho por vias rurais e vejo muita alfarroba na estrada pisada pelos carros. Se os proprietários não a apanham qualquer pessoa deveria ter permissão para o fazer. Acontece que a alfarroba é um produto de exportação que ficando pisada pelas estradas não servirá para nada. Já agora remeto os leitores para o filme de Agnés Varda - Les glaneurs et la glaneuse.

P.S. No meu percurso vejo muita na estrada e presumo que não seja só no percurso que faço. No resto do Algarve deve ser a mesma coisa. Claro que a maior parte dos proprietários apanham 1º a que caia na estrada mas há muito quem não o faça e seguramente representam algumas toneladas.
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De franciscofonseca a 22.08.2011 às 10:14

Obrigado pelo comentário. Somos um país que vive à farta. Começa a faltar tudo! Mas mesmo assim desperdiçamos os nossos recursos. Somos cada vez mais ricos em miséria!

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