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E agora que futuro Portugal

por franciscofonseca, em 02.01.12

Portugal enfrenta um dos seus maiores desafios dos tempos de democracia. A economia portuguesa não cresce há uma década. Sem crescimento económico, a degradação do Estado social e o agravamento do desemprego e da pobreza serão uma inevitabilidade e a capacidade para pagar o empréstimo externo uma perigosa incerteza.

É urgente corrigir desequilíbrios estruturais e voltar a colocar o país numa trajetória de crescimento económico sustentado que possibilite a criação de riqueza, de emprego e de bem-estar social, mas as reformas tardam em ser implementadas, mesmo com uma conjuntura favorável para a sua aplicação.

Por outro lado, dinamizar a economia portuguesa requer novas capacidades de investimento que alicercem estratégias de crescimento orientadas para a inovação e internacionalização, só possíveis de alcançar com a resolução dos problemas de liquidez e da generalização do acesso ao crédito a custos competitivos. Mas a banca portuguesa necessita de reorientar mais o seu crédito para as empresas em detrimento do crédito pessoal.

A atual crise portuguesa coloca uma emergência individual, uma emergência económica, uma emergência social e uma emergência política. O presidente português no seu discurso de ano novo ao país não disse nada de muito significativo, mas também não seria de esperar outra coisa.

Os sacrifícios pedidos pela classe política estão a ser redistribuídos de forma desigual. Esta distribuição desigual é determinada não só pela necessidade mas também por aqueles que detêm o poder e o controlo sobre as instituições nacionais e europeias. Aqui reside o maior perigo da sociedade portuguesa entrar em convulsões, que em nada contribuirá para a resolução da grave situação em que o país mergulhou.

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publicado às 14:13



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