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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
O continente africano é um mundo de oportunidades para milhares de pessoas e investidores, que têm pela frente riscos e desafios muito diversificados. A realidade dos 56 países é muito heterogénea em termos de regulamentações, governos e línguas. O mundo dos negócios é extremamente complexo devido principalmente à burocracia e a corrupção que está enraizada nas principais instituições.
Neste mundo global a comunicação constitui uma barreira difícil de ultrapassar, nomeadamente entre diferentes culturas e onde existem 2 mil dialetos em uso. Os riscos e a instabilidade política a par da corrupção continuam a ser as principais barreiras ao investimento estrageiro no continente. A acrescentar a estas dificuldades temos ainda as barreiras da deficiente qualificação da força laboral, em termos de competências técnicas, os prazos nas importações e exportações e ainda os custos com a energia. Mesmo com estas dificuldades é de realçar que, um quinto das empresas pertencentes ao ranking 500 da Fortune estão sediadas em África.
Este desenvolvimento deverá impulsionar os governos para a transformação da realidade social, criando infraestruturas necessárias ao desenvolvimento, reduzir os níveis de corrupção e clarificar e simplificar as regulamentações estatais. Tenho lido algumas opiniões, de gente conceituada, que defendem que dentro de pouco tempo África estará em condições de competir com a Ásia. Esta gente possui imaginação fértil, pois enquanto a Ásia funciona como um workshop mundial, África exporta exclusivamente, o que cresce nos seus solos e o que é extraído das suas profundezas, minérios, petróleo e diamantes.
O desenvolvimento pode camuflar algumas das maiores chagas deste continente. A pobreza continua disseminada, embora seja menos visível nas capitais. A fome continua a ser uma dura realidade, apesar das várias campanhas de luta, levadas a cabo por vários organismos. O desenvolvimento gera riqueza, mas continua a ser distribuída de forma extremamente desigual. Mesmo com todos estes problemas, África tem sido a solução encontrada para muitos europeus, que na Europa já haviam perdido a esperança de a encontrar. Como já alguém disse “ é melhor viver uma crise de crescimento do que viver o crescimento da crise”. Na Europa, esta é a realidade com que temos de nos confrontar diariamente e por mais alguns anos.
Aparentemente, Portugal pode ser considerado um país quase falido, mas estamos muito longe de sermos um país falhado. Os resultados do mais recente ranking da Fund for Peace, que é publicado todos os anos pela Foreign Policy, o nosso país melhorou no índice dos Estados falhados, ocupando agora a 163ª posição entre 177 países. Nesta classificação os lugares de topo são ocupados pela Somália, Sudão e o Chade. Estas posições significam que estes países estão distantes da sustentabilidade política, económica e social. Em contraponto, temos a Noruega, Finlândia e Suécia que ocupam os lugares do fundo da tabela.
A situação económica do país é muito grave, estamos fortemente condicionados pelos 78 mil milhões de euros concedidos pela ajuda externa. Mas, somos de entre os países europeus em crise dos mais sólidos, estando apenas atrás da Irlanda, mesmo à frente da Alemanha, em termos de sustentabilidade política, económica e social. Apesar da nossa situação económica ser mais desfavorável, na Alemanha há um desempenho mais negativo, em áreas como o acolhimento e a integração de refugiados, os conflitos inter-raciais e desigualdades no desenvolvimento económico.
Relativamente aos países lusófonos, Timor-Leste ocupa a 18ª posição, Guiné-Bissau está no lugar 22º, Angola está em 59º, Moçambique é o 69º, Cabo
Verde encontra-se em 88º e finalmente o Brasil que ocupa a 119ª posição no ranking.
Podem denominar-se Estados falhados, aqueles cujos respectivos governos não têm controlo sobre a totalidade do território ou não têm o monopólio do uso da força.
Considero arrepiante ver que 81% da população mundial vive na pior metade da tabela, vivendo apenas 1,72% em Estados sustentáveis económica, política e socialmente, como sublinha este relatório.
Os resultados revelados demonstram ainda os graves efeitos da especulação e flutuação dos mercados em todo o mundo, resultantes da crise económica iniciada em 2008 nos Estados Unidos. Esta crise está a assombrar o futuro da civilização, devido principalmente, ao aumento dos preços dos produtos alimentares, ao colapso das transacções comerciais e a estagnação do investimento, a que estamos a assistir.
O conceito de assimetria tem por base as diferenças estruturais, que podem ser naturais ou adquiridas. A pergunta que faço é se o mundo está preparado para a democracia? O poder democrático deveria garantir a segurança individual, o respeito pelo ser humano, o bem-estar de todos os membros da comunidade, ou seja, oportunidades iguais para todos, independentemente das desigualdades existentes na nossa sociedade. Contudo, todos sabemos que isto não acontece, uma das razões para que não aconteça, tem ver com as assimetrias.
Vejamos algumas das assimetrias, mais brutais do mundo dos nossos dias:
1 – A pobreza, 27% da população mundial vive com menos de 1,25 dólares por dia;
2 – Alfabetização, existe 1 bilião de analfabetos adultos, sendo dois terços mulheres;
3 – População, a Índia e a China constituem um terço da população mundial, isto é, 80% da população vive em países em desenvolvimento;
4 – Riqueza, 15% dos países mais ricos concentram 85% da riqueza mundial, enquanto os 85% mais pobres concentram apenas 15% dessa riqueza;
5 – Ainda na riqueza, sabiam que a cidade de Singapura uma pequena ilha, a sua riqueza produzida anualmente é superior à produzida, por todos os países da África austral;
6 – Para terminar deixo uma verdade em estilo de provocação, sabiam que a energia consumida durante um ano na Índia é a mesma, que a consumida na cidade de Los Angeles, nos EUA. Incrível, mas a lista das assimetrias poderia continuar, mas esse não é o objectivo.
A meu ver o problema das assimetrias é um dos maiores espinhos, que a humanidade tem de enfrentar e resolver, se quisermos viver uma paz duradoira e de respeitos mútuos entre os povos, num quadro de democracias estáveis, de cooperação e desenvolvimento social e económico. Os grupos do G8, os G20 e os outros G`s todos têm de arrepiar caminho e deixar de lado o quadro das democracias voltadas para a afirmação do seu próprio poderio, que infelizmente, são as democracias do nosso tempo.
Francisco Fonseca
Durante os dois últimos dias, os países que formam o G20 comprometeram-se a tomar medidas para evitar a chamada guerra cambial, fortalecer a cooperação internacional, no sentido de reduzir os principais desequilíbrios globais.
Na minha opinião, esta cimeira traduziu-se num fracasso total, pois nenhum acordo concreto foi anunciado, pelos líderes das maiores economias do mundo. O que vamos assistir é a adopção de medidas proteccionistas unilaterais, como a que os EUA anunciaram na semana passada ao a Federal Reserve americana injectar 600 biliões de dólares no mercado financeiro, desvalorizando assim a moeda, para estimular as próprias exportações.
Os principais países temem as economias emergentes, mas a nova ordem é inevitável e, Portugal pode vir a beneficiar muito se for adoptada uma estratégia sustentada de expansão empresarial, em três eixos fundamentais, América do sul, África e oriente.
Francisco Fonseca
Lisboa é uma cidade repleta de história e uma das mais antigas capitais da Europa. Cidade que podia respirar cultura, arte, harmonia, beleza, pois os seus bairros tradicionais, situados no coração da metrópole, podiam constituir o seu principal cartão de visita.
Mas tudo isto é uma realidade bem diferente, Lisboa profunda é constituída por um aglomerado de edifícios devolutos, bairros históricos que se transformam rapidamente, em favelas de 2.ª geração, os seus habitantes são idosos, excluídos da sociedade, imigrantes ilegais oriundos principalmente do Paquistão, do Nepal, da China, da Índia, do Brasil e de África, que alugam e subalugam os edifícios, transformando-os em autênticos albergues da miséria, da clandestinidade, do crime, da exclusão, da exploração humana e dos tráficos.
Este mundo subterrâneo, oculto, sombrio, onde milhares de pessoas sobrevivem, não é do conhecimento do Sr. Presidente da Câmara, nem dos governantes deste país, pois estes vivem em outra dimensão humana.
Não sou de Lisboa, mas estou por cá a vinte anos por razões profissionais e, choca-me ver o coração da capital do meu país transformar-se aos poucos, num submundo degradante, onde pessoas vivem, sem qualquer dignidade humana.
O laxismo que se apoderou da sociedade portuguesa está neste caso bem patente, pois esta realidade que constatei in loco fica mesmo nas traseiras, da casa dos governantes camarários e, na frente da chamada casa dos representantes do povo.
Francisco Fonseca
O homem continua a trilhar caminhos, pelos quais jamais chegará ao desenvolvimento integrado, ou seja, ao desenvolvimento humano e tecnológico.
Se não vejamos alguns números arrepiantes. Segundo a UNICEF em 2006, morreram 9,2 milhões de crianças, sendo as principais causas de morte os problemas neonatais, a pneumonia, as doenças diarreicas, a malária, o sarampo, o HIV.
A mesma fonte refere que existem 133 milhões de crianças órfãs em todo o mundo, 15 milhões das quais por causa do vírus da SIDA.
Neste mesmo ano o número de crianças com peso abaixo do normal excedeu os 140 milhões em todo o mundo.
Outro vector essencial é a educação, que é um direito humano básico, fundamental para o desenvolvimento e bem-estar dos indivíduos e das sociedades como um todo. A maior parte da população que abandona a escola encontra-se na África Subsariana, onde cerca de 45,5 milhões de crianças de idade escolar primária não a frequentam. É seguida pelo Sul da Ásia (35 milhões), Médio Oriente e Norte da África (6,7 milhões), Ásia Oriental e Pacífico (4,7 milhões) e pela América Latina e Caraíbas (4,2 milhões).
Proteger as crianças contra a violência, a exploração e abusos diversos, constituem factores essenciais para protecção do seu direito à sobrevivência, crescimento e desenvolvimento. Estima-se que 300 milhões de crianças no mundo inteiro estão sujeitas à violência, exploração e abusos de várias espécies.
Destes 158 milhões de crianças, são obrigadas a trabalhar.
Cerca de dois milhões de crianças, no ano 2007, foram exploradas no negócio multimilionário da indústria sexual, especificamente em prostituição e pornografia.
Estimativas da União Europeia indicam que, no último decénio, os conflitos armados custaram a vida a mais de 2 milhões de crianças, mutilaram 6 milhões, tornaram órfãs 1 milhão e originaram cerca de 20 milhões de crianças deslocadas ou refugiadas.
Perante estes números, como pode o homem, os senhores do desenvolvimento e da prosperidade, acalentar a viver num mundo melhor!
Francisco Fonseca
Amanhã regresso ao coração morto de África, terra de pó quente, onde quase tudo é imprevisível, e o presidente Idriss Deby, acaba de romper as relações diplomáticas com o vizinho Sudão, acusando o governo de Cartum de tentar derrubá-lo.
Acusou, mais uma vez, o Sudão de apoiar milícias que actuam no Chade e de uma acção rebelde surpresa na capital na quinta-feira.
Espero que o sol tórrido não afecte de forma irreversível, o processo de estabilização do Chade.
Francisco Fonseca
No perigoso mundo de hoje, as ameaças que temos pela frente são caracterizadas por crime, violência e terrorismo. Um líder militar, tribal ou fundamentalista fanático pode encabeçar, uma milícia ou uma rede terrorista ancorada na extorsão, tráfico de estupefacientes e de seres humanos.
Como exemplo temos, vários países na África subsariana, que mergulham numa espiral descendente, na qual as faltas de Nação e Estado são decisivas e onde gangs armados e guerrilhas sem ideologia proliferam. A guerra entre gangs ocorre periodicamente; o crime organizado desenvolve-se cada vez mais a par de uma cultura de impunidade galopante.
O desenvolvimento que alguns países começam a ter, no continente Africano, pode potenciar ainda mais estes movimentos criminosos e, num futuro próximo termos Estados sem poder capaz de fazer face a estes movimentos.Espero que a comunidade Internacional, que anda tão distraída com a crise económica e, com os problemas daí resultantes, não esqueça desta realidade cada vez mais actual!
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