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A sua ética é assim tão forte ?

por franciscofonseca, em 09.03.14

A maioria das pessoas acredita que são pessoas com um forte sentido de ética, mas a realidade é bem diferente. As pessoas têm tendência para se julgarem a si mesmas de acordo com os seus pensamentos e intenções e não pelo que realmente fazem. Mas, o mais importante é avaliarmos a nossa própria ética da mesma forma que avaliamos as das outras pessoas, ou seja, através do seu comportamento.

A realidade diz-nos saber o que é melhor, mas optar pelo que é pior. Avalie o seu próprio comportamento e pense como iria avaliar ou julgar uma outra pessoa, que fizesse exatamente a mesma coisa. A lealdade é um caso interessante para testar a ética. A maioria das pessoas clama valorizar a lealdade, mas tal como acontece com a ética, as suas ações contam uma história bem diferente. Por exemplo, as pessoas que dizem ser leais podem estar a trabalhar para uma organização que contribuiu para o seu desenvolvimento e crescimento, mas assim que recebem uma oferta ligeiramente melhor, acabam por mudar de ares.

Nas instituições fortemente hierarquizadas, sempre que alguém abre a boca para identificar um problema, o instinto imediato do superior hierárquico é magoar essa pessoa. Não existe uma verdadeira cultura que proteja verdadeiramente os colaboradores que informam de questões significativas. As represálias ainda fazem parte do nosso quotidiano e essas pessoas julgam ter uma forte ética.

Outra prática que deveria ser implementada passa pela criação de um ambiente de trabalho no qual os funcionários se sintam seguros em falarem de assuntos negativos. Quando se diz aos colaboradores para falarem das suas preocupações, tem de se estar preparado para o facto de 99% das mesmas não serem devidamente preocupantes. Mas um por cento que resta pode ser suficiente para alterar o futuro da organização.

Quando existem más notícias ou quando é necessário discutir algum assunto melindroso, a sua disponibilidade para arcar com as consequências consiste num bom indicador da sua ética. Então a sua ética é assim tão forte como julga?

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publicado às 18:09

Numa época de grandes incertezas, de crises sucessivas é inegável que a ética deixou de ser uma prioridade, nos relacionamentos entre o Estado, empresas e cidadãos. Estamos perante um admirável mundo novo, onde a ética e o honrar de compromissos deixaram de fazer parte das prioridades.

Em Portugal os cidadãos não representam uma força de pressão e o Estado e as empresas podem dar-se ao luxo de ignorar as suas preferências ou até as suas queixas. Em outros países mais competitivos, o Estado e as empresas envidam sérios esforços para subir na escala; afinal, ninguém quer estar na base da pirâmide.

Hoje, verificamos que o Estado pôs de lado o compromisso de pagamento no prazo acordado, enveredando pela degradação dos prazos de pagamento, em vez de seguir uma cultura de pagamentos atempados. Este exemplo foi copiado também pelas empresas. Os atrasos nos pagamentos destruíram cerca de 70 mil empregos e liquidaram 13 mil milhões euros da atividade económica nacional. E em média circulam 48 mil milhões de euros com atraso entre as empresas.

A economia real precisa de confiança no sentido de que já basta a incerteza sobre os mercados, sobre as tecnologias e sobre os produtos. O problema é a incerteza no cumprimento dos compromissos. Estamos a viver numa lógica de “salve-se quem puder” e é isso que temos de combater, caso contrário morreremos todos atropelados.

Tem de passar a haver uma lógica de eficiência coletiva, ou seja, a redução do risco moral traduzida em redução de custos, com base não em gastos de dinheiro público ou de dinheiro privado, mas sim com gastos de ética e de inteligência de quem honra compromissos. O Estado, as empresas e as pessoas têm de perceber que a vida sustentada no endividamento acabou e que os seus rendimentos terão de ser obtidos do seu próprio mérito e qualidade, cultural, educacional e de competências.

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publicado às 19:04

Qualidades do bom gestor ou do bom político

por franciscofonseca, em 19.10.09

Hoje aprendi numa aula de políticas públicas leccionada pelo Professor José Oliveira Rocha, os 3 princípios para se chegar longe em muitas situações na nossa vida em Portugal:

1 – Estar sempre pronto para o serviço;

2 – Não fazer nada;

3 – Como vossa excelência quiser.

Para quem como eu, que já passou alguns anos numa instituição da Administração Pública, percebe isto perfeitamente.

Para quem nunca ouviu falar, este Professor Catedrático é o “super sumo” em termos de políticas públicas e administração pública em Portugal.

Posto isto, devo dizer que nos tempos que se avizinham, mais importante se constituem estes princípios, principalmente para quem quer construir grandes carreiras e nunca perder o lugar.

Somos um país onde crescemos numa cultura, em que temos muita dificuldade em harmonizar direitos com deveres, liberdade com responsabilidade, sistema político com o sistema judicial, ética com comportamentos e valores com princípios.

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 23:15

As favelas de Setúbal

por franciscofonseca, em 01.03.09

Ontem falei de insegurança pública, e hoje salta para as primeiras páginas dos jornais, a criminalidade violenta em Setúbal, que no meu ponto de vista tardam medidas, sejam elas preventivas ou repressivas, para fazer face a este estado de insegurança.

 

Portugal apresenta altos níveis de corrupção, onde a impunidade existente incentiva a percepção absurda de que o crime compensa e pode ser um caminho a ser seguido.

 

Essas duas realidades, juntas, insegurança pública e impunidade, causam um estrago descomunal na formação dos jovens, que serão os adultos de amanhã, criando um ciclo vicioso que dificilmente será interrompido.

 

Quanto antes e o mais urgentemente, a sociedade e o governo, têm de repensar esta triste realidade nacional e propor agora, para as entidades em geral, privadas ou públicas, as mudanças necessárias para inverter esta situação e alcançar a segurança das nossas famílias e, assim, poder construir uma sociedade ética, honesta e segura.

 

Vamos acreditar que será possível…

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 22:03


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