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Estados Unidos e os vários paióis geopolíticos

por franciscofonseca, em 10.01.12

Os Estados Unidos iniciam 2012 com muitos paióis para controlar. O secretário americano da Defesa, Leon Panetta, referiu a Índia e a China como ameaças para a segurança dos Estados Unidos, a par do Irão, da Coreia do Norte e dos ataques na internet.

Em contraponto com a diplomacia americana o secretário da Defesa juntou à lista a Índia e China, proferindo as seguintes palavras: "Enfrentamos ameaças de potências emergentes, como a China, Índia e outros países, contra os quais devemos manter a nossa guarda e certificarmo-nos sempre de que temos poder suficiente no Pacífico para fazê-los entender que não cedemos". Assim, as surpresas podem acontecer, também, na Ásia - não faltam braseiros potenciais.

A par da luta pela hegemonia dentro da União Europeia e do crescente radicalismo dentro do Congresso norte-americano, há vários pontos do mundo à espera de um fósforo. Qualquer um deles tem carga suficiente para fazer sacudir os mercados.

A ameaça atual do Irão em bloquear o estreito de Ormuz pode potenciar um conflito entre Israel e o Irão, patrocinado pelos Estados Unidos, com impactos nos circuitos logísticos do petróleo e no seu preço, bem como num conflito mais generalizado que pode incendiar.

O estreito de Ormuz situa-se numa posição estratégica do Golfo Pérsico. Separa o Irão, a norte, dos Emirados Árabes Unidos e do Omã, a sul. Passam por lá cerca de 40 por cento das importações de petróleo dos EUA e da Europa. Não tenho grandes dúvidas que se o Irão fizer o bloqueio, os Estados Unidos vão reagir militarmente, resta saber com que forças aliadas, pois não creio que o façam sozinhos, apesar de terem poderio suficiente.

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publicado às 19:11

Hoje existe um contraste enorme entre as fortunas das atualmente estagnadas economias ricas e as dos novos mercados emergentes. Os países emergentes têm imprimido uma passada larga no seu desenvolvimento económico. A China, o Brasil e a Índia duplicaram o seu nível de riqueza em apenas uma década, e isso retirou milhões de pessoas da pobreza.

Mas para além destes dois gigantes asiáticos, mesmo antes da crise global ter afetado os países mais ricos, já muitas economias emergentes estavam a ter taxas de crescimento mais elevadas que a dos Estados Unidos, a maior economia do mundo. A crise financeira apenas acentuou os contrastes.

Os últimos dados conhecidos apontam para um abrandamento dos ritmos de crescimento dos países emergentes, podendo mesmo, nalguns casos passarem por sobressaltos. Isto é explicável pelo facto de que à medida que as economias se tornam mais ricas, também a sustentação do seu ritmo de crescimento passa a depender cada vez menos, do investimento intensivo associado a um fluxo contínuo de mão-de-obra desqualificada de baixo custo.

Por outro lado, necessitam de uma mão-de-obra cada vez mais qualificada e de um sistema financeiro mais moderno. O problema reside na massificação das exportações de bens de baixo custo para as nações mais ricas, necessitando agora de se virarem para o seu mercado interno. Aqui reside o perigo, pois têm de evitar os mesmos caminhos que, no passado, levaram à ruína outras economias emergentes: crédito fácil e excessivo; desmesurado investimento do Estado e inflação galopante.

A mudança não será fácil. E os problemas gostam habitualmente de bater à porta dos que, por se terem tornado tão autoconfiantes, não se prepararam para as crises. O peso da economia mundial está a mudar, a uma velocidade considerável, para os mercados emergentes mais populosos. Mas ao contrário do que muita gente julga, a transição não se deverá processar de forma serena, pois no plano geoeconómico, geopolítico e geoestratégico, profundas alterações estão em marcha, a que dedicarei um novo post.

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publicado às 10:42

A morte e a vida coabitam na índia.

por franciscofonseca, em 16.02.11

 

Enquanto a Europa se afunda, se desorganiza, as economias ocidentais se arrastam, a China, a Índia e o Brasil marcam o passo do crescimento económico. Hoje, são estes países que ditam o ritmo da economia mundial e determinam os preços internacionais, nomeadamente o do petróleo.

O mundo actual é marcado por fortes contrastes. Nem todos os países em desenvolvimento apresentam o mesmo nível de riqueza e de bem-estar económico e social, da sua população.

Hoje, vou falar da Índia, o segundo país mais populoso do mundo, com 1,1 bilhão de habitantes, a segunda grande economia de mais rápido crescimento e onde 25% população vive abaixo do limiar da pobreza. É um dos países, onde a riqueza e o luxo de cidades, como Mumbai apresenta um contraste gigantesco dos edifícios sumptuosos, com as cidades mais periféricas, onde a miséria e a pobreza andam de mãos dadas.

É impressionante, como o rio Ganges é considerado um rio sagrado para os hindus, que o veneram na forma da deusa Ganga. Neste rio, muito rituais são desenvolvidos, desde tomar banho, beber água, como forma de purificação, deitar cadáveres de pessoas que, não são cremados, pois o rio tem o poder de tudo depurar. Aqui, os vivos e os mortos partilham o mesmo espaço. Sou daqueles que defende a preservação das culturas, mas esta muito sinceramente, bem que podia mudar, pois só desta forma, a Índia conseguirá ser um país verdadeiramente desenvolvido e humanamente sustentável.

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publicado às 18:25

Democracria mundial e assimetrias brutais

por franciscofonseca, em 13.12.10

 

O conceito de assimetria tem por base as diferenças estruturais, que podem ser naturais ou adquiridas. A pergunta que faço é se o mundo está preparado para a democracia? O poder democrático deveria garantir a segurança individual, o respeito pelo ser humano, o bem-estar de todos os membros da comunidade, ou seja, oportunidades iguais para todos, independentemente das desigualdades existentes na nossa sociedade. Contudo, todos sabemos que isto não acontece, uma das razões para que não aconteça, tem ver com as assimetrias.

Vejamos algumas das assimetrias, mais brutais do mundo dos nossos dias:

1 – A pobreza, 27% da população mundial vive com menos de 1,25 dólares por dia;

2 – Alfabetização, existe 1 bilião de analfabetos adultos, sendo dois terços mulheres;

3 – População, a Índia e a China constituem um terço da população mundial, isto é, 80% da população vive em países em desenvolvimento;

4 – Riqueza, 15% dos países mais ricos concentram 85% da riqueza mundial, enquanto os 85% mais pobres concentram apenas 15% dessa riqueza;

5 – Ainda na riqueza, sabiam que a cidade de Singapura uma pequena ilha, a sua riqueza produzida anualmente é superior à produzida, por todos os países da África austral;

6 – Para terminar deixo uma verdade em estilo de provocação, sabiam que a energia consumida durante um ano na Índia é a mesma, que a consumida na cidade de Los Angeles, nos EUA. Incrível, mas a lista das assimetrias poderia continuar, mas esse não é o objectivo.

A meu ver o problema das assimetrias é um dos maiores espinhos, que a humanidade tem de enfrentar e resolver, se quisermos viver uma paz duradoira e de respeitos mútuos entre os povos, num quadro de democracias estáveis, de cooperação e desenvolvimento social e económico. Os grupos do G8, os G20 e os outros G`s todos têm de arrepiar caminho e deixar de lado o quadro das democracias voltadas para a afirmação do seu próprio poderio, que infelizmente, são as democracias do nosso tempo.

Francisco Fonseca

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publicado às 15:56

O coração de lisboa

por franciscofonseca, em 11.09.10

Lisboa é uma cidade repleta de história e uma das mais antigas capitais da Europa. Cidade que podia respirar cultura, arte, harmonia, beleza, pois os seus bairros tradicionais, situados no coração da metrópole, podiam constituir o seu principal cartão de visita.

 

 Mas tudo isto é uma realidade bem diferente, Lisboa profunda é constituída por um aglomerado de edifícios devolutos, bairros históricos que se transformam rapidamente, em favelas de 2.ª geração, os seus habitantes são idosos, excluídos da sociedade, imigrantes ilegais oriundos principalmente do Paquistão, do Nepal, da China, da Índia, do Brasil e de África, que alugam e subalugam os edifícios, transformando-os em autênticos albergues da miséria, da clandestinidade, do crime, da exclusão, da exploração humana e dos tráficos.

 

Este mundo subterrâneo, oculto, sombrio, onde milhares de pessoas sobrevivem, não é do conhecimento do Sr. Presidente da Câmara, nem dos governantes deste país, pois estes vivem em outra dimensão humana.

 

Não sou de Lisboa, mas estou por cá a vinte anos por razões profissionais e, choca-me ver o coração da capital do meu país transformar-se aos poucos, num submundo degradante, onde pessoas vivem, sem qualquer dignidade humana.

 

O laxismo que se apoderou da sociedade portuguesa está neste caso bem patente, pois esta realidade que constatei in loco fica mesmo nas traseiras, da casa dos governantes camarários e, na frente da chamada casa dos representantes do povo.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 08:52


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