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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Na Europa a corrupção tende a agravar-se com a crise financeira. Existe uma forte correlação entre este fenómeno e os défices dos países do sul da Europa, que lideram o problema de endividamento e os que menos praticam uma cultura política de transparência.
Na Grécia, Itália, Portugal e Espanha a corrupção consiste com frequência em práticas que resultam da opacidade nas regras entre os grupos de pressão, de tráfico de influência e de relações muito estreitas entre o sector público e o privado. A permeabilidade entre empresas e governos favorece o abuso de poder, o desvio de fundos e a fraude, minando a estabilidade económica.
Nos países que passam por dificuldades financeiras, os abusos e a corrupção não estão controlados. Estes países padecem de uma grave carência de responsabilidade dos poderes públicos e revelam uma ineficácia, negligência e corrupção tão enraizadas que não é possível ignorar a relação entre a corrupção e as crises financeira e orçamental que se vive nestes países. Esta é a realidade nua e crua e que os lobbies sem controlo tudo farão para que assim continue.
Neste momento de grande incerteza a Europa necessita de uma cultura política de transparência para sair da crise económica. Existem demasiados governos que se furtam à sua responsabilidade na gestão das finanças públicas e dos concursos públicos.
Mas quando o problema não é a crise económica mas, pelo contrário, o fenómeno da corrupção prolífera graças à riqueza, ou seja, o modo descarado como as elites políticas e económicas desse país delapidam essa riqueza em prol de benefícios próprios. Falo de Angola, de facto dos países mais corruptos do mundo. Os mais corruptos têm toda a proteção política e jurídica para que não sejam responsabilizados pelos seus atos. É quase impossível uma empresa estrangeira investir hoje em Angola sem que tenha um sócio que seja membro do governo ou que esteja ligado à família presidencial. Há uma associação de tráfico de influências.
Os principais sinais deste fenómeno continuam enraizados na administração pública, onde impera a gorjeta, chamada gasosa, o tráfico de influências, a retórica da falta de verbas como forma de justificar a não concretização de projetos sociais, o nepotismo e os sinais exteriores de riqueza e, ainda, a regra do sócio, apelidada em Angola de cabritismo, e do amigo do partido. O sul da Europa aproxima-se perigosamente deste tipo de corrupção. Espero que este fenómeno seja passageiro, caso contrário será a ruína completa dos povos.
Este caminho está esgotado, é necessário mudar de rumo!
Estamos a atravessar uma conjuntura, que tem de criar um novo ciclo de desenvolvimento universal e integrador das diferentes dimensões da sociedade humana – social, económica, cultural e ambiental –, a solidariedade tem de passar pelos conceitos e práticas ligados à sustentabilidade, ética, política e comunicação social. Se isto não acontecer urgentemente, esta crise vai afectar muitos mais desempregados por esse mundo fora.
A crise a que assistimos, passa pela destruição do tecido económico que é sintoma de que os principais sectores da produção estão a ser atingidos duramente, passando pela produção em massa, pela revolução tecnológica, pelos serviços, incluindo a sofisticação que foi alcançada no sector financeiro.
Muitos acreditam que os EUA são os culpados desta depressão, mas na minha opinião o cenário de sucessão dos EUA não vai ocorrer tão cedo. Mas acredito que a geopolítica vai misturar-se profundamente com esta crise.
Mas como a História teima em repetir-se, podemos estar no inicio de uma conjugação de duas transições – uma de ciclo longo geopolítico e outra de ciclo longo económico. Este fenómeno acontecendo, já não ocorria há cerca de cento e vinte anos.
Francisco Fonseca
Um sorriso com alguma esperança, que a mudança aconteça!
Ontem tive de recorrer a saúde pública, fui ao hospital Francisco Xavier, por apresentar alguns sintomas febris.
Na triagem, o primeiro diagnóstico, resfriado acompanho de febre, mas nada de urgente. Interpelei a enfremeira dizendo-lhe que tinha chegado do Chade fazia 4 dias. Ela, muito admirada, perguntou: “onde fica isso?” e, o meu caso passou a ser muito urgente, tive de colocar uma mascara e ir para uma sala isolada.
De imediato sou chamado e a doutora que me esperava, só de ouvir a história da viagem, sem me fazer qualquer auscultação, começa a ler um protocolo assinado pela respectiva ministra e, diz-me: "o senhor vai ser transferido para o hospital Curri Cabral, pois é um caso suspeito da Gripe A."
Por uns segundos fico perplexo, mudo de cor, fico gelado, a ferver, mas consigo pensar por uns segundos. Perguntei a médica como é que ela fundamentava a suspeita, sem me fazer qualquer exame. Mais, caso ela não explica-se eu sairia de imediato do hospital.
Foi então que chega a chefe do serviço e manda-me fazer uma quantidade de exames. Chegados os exames, a médica faz mais um diagnóstico brilhante e, diz: "o senhor está com uma pneumonia avançada ou tuberculose."
Bem, pensei, a coisa já melhorou. Entretanto chega um outro médico e diz: "isto será melhor encaminhar para o pneumologista."
Nisto tudo já tinham passado 5 horas. Chega finalmente uma especialista na matéria, vê os exames, manda fazer mais um e, passa-me uma mensagem de tranquilidade. Concluído o exame, vem um novo diagnóstico. Infecção pulmonar causada por uma bactéria ou virose.
Eu que procurava a ajuda na saúde pública, quase entrava pelas portas da morte, pois a médica ainda teve o desplante de dizer: “o que mais me custa é que se o senhor não estiver infectado, vai acabar por ficar”. Obrigado senhora pneumologista! Menos pânico, senhora doutora!
Francisco Fonseca
Acabo de chegar do leste do Chade, onde estive muito perto dos rebeldes e, foi impressionante constatar o medo das pessoas de Goz Beida. Não é para menos, com os rebeldes mesmo a porta, muitos já abandonaram a vila, a começar pelas autoridades, Governador e Prefeito.
Este é o verdadeiro sinal de que algo de grave está para acontecer, para as populações que nada tem a ver com este conflito, mas que são os que mais sofrem, a par dos deslocados e dos refugiados, que vêm as ONG´s saírem do terreno por não terem condições de continuar o seu trabalho.
Francisco Fonseca
Estive há dois dias no leste do Chade, junto a fronteira com o Darfur, em Goz Beida no campo de refugiados de Djabal, local de areias quentes e de gente a viver no fim da linha.
Uma delegação da União Africana foi ouvir as reivindicações dos refugiados do Darfur. Homens e mulheres falaram, num discurso esclarecido e inteligente, mostraram as suas inquietudes e preocupações com o seu futuro.
Os ex-presidentes da África do Sul Thabo Mbeki, da Nigéria Abubacar e do Burundi Buyoya escutaram atentamente, tomaram as suas notas e deixaram uma brisa de esperança nestas gentes.
Mas como acontece em quase todos os conflitos a nível mundial, creio que este não foge a regra, a solução terá de sair dentro das partes beligerantes. Pode haver pressões exteriores, mediação, negociações e acompanhamento internacional, mas a solução só chegara quando as partes tomarem consciência que a violência, descriminação, jamais conduzira os povos ao bem-estar, progresso e desenvolvimento.
Francisco Fonseca
Durante os últimos três séculos, os estados entravam em conflito de acordo com princípios e métodos baseados em estratégias de guerra clássica, suportadas pelo conceito de compromisso hostil entre dois estados soberanos vistos como únicas entidades. Esta definição está agora obsoleta.
O dealbar deste terceiro milénio continua cheio de incertezas. Num mundo hoje marcado pela volatilidade identitária, as zonas de interesse estratégico fundamentais alteraram-se, e passaram a ser aquelas que são capazes de exportar a sua própria instabilidade.
A actual conjuntura internacional, onde o papel do Estado soberano está em crise, também se caracteriza pela flexibilização do conceito de fronteira e pela aceitação de situações de cidadanias múltiplas e de governança partilhada.
A superioridade tecnológica dos meios militares ocidentais, e principalmente americanos, induz qualquer adversário a refugiar-se em respostas assimétricas, socorrendo-se de métodos tradicionais, por vezes rudimentares, à mistura com meios de alta tecnologia disponíveis no mercado civil.
São inúmeros os exemplos, da operação Restore Hope na Somália, das operações da KFOR no Kosovo e mais recentemente as operações Enduring Freedoom, no Afeganistão e Operation Iraqi Freedoom, no Iraque.
Esta forma de enfrentar o poder convencional, está cada vez mais a expandir-se, pois o destaque dado pela imprensa internacional e a incapacidade de uma resposta adequada potenciam o aparecimento deste modus operandi.
Francisco Fonseca
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