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Traficantes e polícia, a guerra continua no rio

por franciscofonseca, em 15.12.10

 

Por vezes o preço a pagar é elevado, para ambos os lados.

 

O futuro destas criança esta hipotecado, por terem nascido no local errado e na hora errada!

Mais três suspeitos morreram hoje durante uma operação do Batalhão de Operações Policiais Especiais (BOPE) na zona oeste do Rio de Janeiro. Esta operação tinha como objectivo capturar traficantes, apreender drogas e armamento. Os suspeitos foram baleados durante um confronto com o BOPE.

Os traficantes do Rio de Janeiro, depois das baixas que tiveram nas operações anteriores, estão numa fase de reorganização e na luta pelos lugares daqueles que partiram em definitivo. Esta é uma saga que não tem fim à vista, muitas operações são efectuadas pela polícia, mas a organização do narcotráfico é internacional, a resposta tem de ser, também ela internacional. Para que isto aconteça é necessário estabelecer-se uma cooperação efectiva, ou seja, os Estados necessitam de criar interdependências entre si, para que este combate seja mais eficaz e eficiente.

O problema é que existem alguns Estados, que necessitam do dinheiro proveniente do narcotráfico, como receita para os seus cofres, dependem desses montantes para financiar as suas economias, a sua defesa e a classe política apoiante.

O terreno onde se movimentam os barões do narcotráfico é pantanoso, emergido por um lodo espesso de relações perigosos, que se estabelecem em rede, entre grupos do crime organizado internacional e patrocinados por Estados falhados.

Pena é a falta de vontade política internacional, para clarear estas águas turvas, quando se sabe que existem 250 milhões de pessoas dependentes de drogas e com tendência de crescimento. Mas esta não é uma prioridade na agenda internacional, pois a crise financeira internacional, só não é mais grave, porque foi injectado dinheiro, muito dinheiro, proveniente do narcotráfico, no sistema financeiro mundial.

Francisco Fonseca

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publicado às 16:31

Resultados da operação nas favelas do Rio Janeiro

por franciscofonseca, em 28.11.10

Batalhão de Operações especiais da Polícia Militar do Rio de Janeiro

 

Hoje, muitos brasileiros estão frustrados com as expectativas criadas em torno desta mega operação de combate aos traficantes. Muitos queriam que o exército, a marinha e as polícias massacrassem todos quantos aparentassem ser suspeitos, ou seja, os mediatalistas e os justiceiros advogavam para os bandidos o mesmo tratamento que é dado às vítimas do tráfico. Mas os resultados até agora são bem diferentes, assistimos a uma operação responsável e competente, onde foram presos mais de 400 suspeitos, apreendidas 40 toneladas de drogas, centenas de armas e mortos mais de 50 traficantes, por terem oferecido resistência as forças policiais.

 

Pois, mas muitos pensam que os chefes do tráfico nas favelas fugiram, os verdadeiros donos do tráfico nunca estiveram na favela, nem sequer foram descobertos, continuando a viver em segurança e luxuosamente. Um grande objetivo acho que já foi conseguido, isto é, acabou-se com a inércia, com a posição de vítimas ao ser tomada esta atitude. Claro que o tráfico não vai acabar, isso em lugar nenhum do Mundo, mas se for dada continuidade a este trabalho pelas autoridades brasileiras, pode ser reduzido a níveis socialmente aceitáveis.

 

Outro objetivo, na minha opinião também foi conseguido, que passa pelo fato de os traficantes perderem o sossego e o sentimento de impunidade que acreditavam ter. Por outro lado, a confiança das populações e das polícias sai reforçada, o que pode ser um bom sinal para o estabelecimento do controlo social nestas áreas de grande vulnerabilidade social.

 

Deixo o meu reconhecimento a todos os operacionais do BOPE, pelos longos anos de trabalho nesta dura realidade, com grande profissionalismo, de que os brasileiros se devem orgulhar, sem reservas.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 18:34

Guerra urbana no Rio de Janeiro já vai em 50 mortos

por franciscofonseca, em 26.11.10

Cristo parece pedir calma às tropas!

Nos últimos 6 dias o Rio de Janeiro, uma das cidades mais belas do Brasil, está a ser alvo de uma violenta guerra urbana, que já conta com 50 mortos e mais de 300 presos, entre os traficantes. A mobilização é geral, cerca de 22 mil operacionais, desde corpos especiais de polícia, principalmente o BOPE, polícia federal, fuzileiros, pára-quedistas, armada de guerra, entre outros corpos de polícia e militares, participam nesta megaoperação de combate à violência dos narcotraficantes.

 

As favelas Vila Cruzeiro e Complexo do Alemão são os principais alvos dos operacionais, onde o quartel-general dos traficantes acaba de ser tomado pela polícia. Já estive em cidades, em determinadas alturas, também dominadas pela guerra urbana, Iraque (Bagdad); Bósnia (Sarajevo); Angola (Luanda); República democrática do Congo (Kinshasa); Argélia (Argel); Chade (Fronteira com o Sudão). Mas esta guerra nas favelas do Rio, que vem acontecendo já a alguns anos, tem sido mais mortífera do que qualquer umas das tive oportunidade de vivenciar no terreno.

 

Um amigo meu, polícia especial no Rio de Janeiro, confidenciou-me, que a situação é explosiva, vive todos os dias com o coração nas mãos, pois teme represálias contra a família. É também já um experimentado, com muitas operações de alto risco, já viu muitos companheiros serem abatidos pelos traficantes. Ele sabe que esta guerra não tem fim anunciado, ela é patrocinada por muita gente influente e com muito poder no sistema político brasileiro. A corrupção mina os principais valores do ser humano. Neste caso estamos a falar de um negócio, que tem cerca de 300 milhões de clientes em todo o Mundo, com tendência para crescer e render fortunas para os traficantes.

 

Espero que os cariocas e o povo brasileiro possam conquistar a paz duradoura, e viver tempos de prosperidade económica, desenvolvimento social e diminuir a corrupção para níveis aceitáveis. Um homem de grande sapiência disse, com a corrupção morre o corpo, com a impiedade morre a alma.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 20:15


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