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Tragédia humana fruto do capitalismo especulativo

por franciscofonseca, em 01.05.13

Comemorou-se o Dia Internacional dos trabalhadores por todo o mundo, que foi decretado no 1º de Maio de 1889, no Congresso Operário Internacional, reunido em Paris. Mas, o 1º de Maio teve a sua origem em 1886, quando cerca de 500 mil trabalhadores se manifestaram nas ruas de Chicago, nos EUA, exigindo a redução da jornada de trabalho para oito horas. Os manifestantes foram reprimidos e dispersados pela polícia violentamente, acabando por ferir e matar dezenas de trabalhadores.

Passados 116 anos o 1º de Maio mantém todo o seu significado e atualidade, numa época em que cada vez mais pessoas são atiradas para o desemprego, em nome dos interesses do capital financeiro. O capitalismo tem hoje como característica básica a financeirização, ou seja, uma predominância das finanças em comparação com as atividades substantivas do capital. Karl Marx dizia que "Todas as nações capitalistas são periodicamente acometidas de um desvario: o de procurar fazer dinheiro sem recorrer ao processo de produção." Esta fase trágica que vivemos deve-se ao desvario da especulação, que resultou na crise financeira. Mas a especulação ainda não terminou e o incremento da exploração do trabalho acarretará níveis insustentáveis de exploração para os trabalhadores.

É nesta conjuntura que continuam a existir milhões de adultos e crianças, que são escravizados por grandes multinacionais, pois só dessa forma se consegue uma produção a baixo custo e produtos a preços competitivos.

Por isso assistimos a deslocalização de grandes grupos económicos, para países onde se pratica a mão-de-obra barata, a ganância dos predadores, contínua e com a feroz competitividade económica, os produtos finais têm de chegar aos consumidores aos melhores preços, com os mais baixos custos de produção.

O futuro é demasiado inserto para fazer previsões, mas não vislumbro, no curto e médio prazo, um retorno a um capitalismo menos violento do que aquele que sofremos todos nós atualmente. Por isso penso que a tragédia humana vai continuar a agravar-se e tentar sustentar o contrário é viver no mundo de ilusões.

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publicado às 13:29

Como reinventar e refundar as formas de negócio

por franciscofonseca, em 20.01.13

Hoje os negócios têm sempre o objetivo da maximização do lucro, este é o principal desiderato do capitalismo instalado na nossa sociedade. Os grandes grupos económicos trabalham todos os dias para serem os melhores do mundo, pondo de lado constantemente valores e princípios essenciais para serem melhores para o mundo.

É necessário urgentemente uma nova forma consciente de pensar sobre o capitalismo e os negócios, que reflita o estado do mundo atual, nomeadamente a crise económica e social, o desemprego, as desigualdades cada vez mais acentuadas entre ricos e pobres e os negócios que criam um impacto negativo na natureza.

O conceito de capitalismo foi definido por volta de 1850 como sendo “simplesmente a coexistência de mercados e pessoas livres, ou de liberdade económica e política. Únicos entre todas as espécies, nós, seres humanos, somos criados para criar valor e fazer trocas entre todos. Isto está na nossa natureza. A evidência avassaladora diz-nos que sempre que, na história, os humanos gozaram de liberdade para assim o fazerem, prosperaram, os números cresceram e as vidas foram mais longas, mais felizes e mais pacíficas. Em contrapartida, nas alturas em que a nossa necessidade natural de interagir e trocar com os outros foi suprimida, houve uma regressão”, espero que esses tempos não tenham chegado.

Está na natureza do homem criar condições para empurrar a humanidade para cima em termos de melhoria continua. Mas nestes últimos tempos, o homem utilizou o capitalismo para criar desvios nocivos para a humanidade, criando tendências de clientelismo, levando a erosão total da ética dos negócios e destorcendo os verdadeiros propósitos do capitalismo.

A sociedade está hoje mais muito mais consciente do que alguma vez esteve, se o capitalismo não desaparecer, então terá de evoluir, adotando novos valores e princípios, e todos os praticantes terão de ser mais conscientes. Acredito em negócios que criam valor, onde a ética impera em trocas voluntárias, que tiram pessoas da pobreza e criam prosperidade, que incentivam a cooperação social e o progresso humano. Espero que seja este o caminho, para podermos a aspirar a algo mais genial do que o velho capitalismo.

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publicado às 20:51

Será que o capitalismo terá uma nova oportunidade?

por franciscofonseca, em 18.09.12

A instabilidade económica atual é uma oportunidade para o capitalismo se renovar e corrigir as suas teorias. O capitalismo entra numa nova fase, na qual a desigualdade entre as pessoas é evidenciada, questionada através de grandes manifestações. É urgente que capitalismo reveja as suas antigas políticas e comece a encontrar soluções para a grande desigualdade que gerou.

Até a este momento, a desigualdade era justificada com o argumento de que os que mais contribuíam deviam receber mais. Contudo, as pessoas que destruíram a economia foram as que recebiam mais. Portanto, sou de opinião que o capitalismo está a entrar numa nova fase, na qual reexaminamos algumas das premissas básicas para a desigualdade que sempre aceitamos.

Por outro lado, as nações europeias estão equivocadas ao pensarem que resolverão os problemas com políticas de austeridade; elas só aumentarão a desaceleração económica. Para alterar o curso das coisas, precisam ser diagnosticados os problemas subjacentes à crise. A questão depende da compreensão dessa complexidade, ainda não vista nos governantes europeus até ao momento.

O primeiro enfoque consiste em reduzir as desigualdades do mercado, oferecendo educação a quem está na base e contando com leis que travem as práticas anticompetitivas. O segundo é o estabelecimento de medidas que revertam a desigualdade dos rendimentos, como a cobrança de impostos progressivos. Assim, a educação e a reforma tributária são caminhos para equilibrar as condições de vida das populações.

Contudo, o euro impede a adaptação da Europa ao novo mundo que surge da crise e, com isso, está contribuir para a debilidade global. Agora, se o euro não sobreviver, as consequências para a Europa serão ainda mais drásticas; por isso, é preciso fazer com que sobreviva, encarar a realidade transformando- o e se necessário reconstruí-lo.

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publicado às 17:13

Esta ideia parece completamente errada, pois o que temos como certo é completamente o oposto. A maioria das políticas governamentais estão precisamente orientadas em sentido contrário. Também durante milhares de anos as pessoas acreditavam que a Terra era o centro do universo. Hoje parece-me claro que, o aumento das desigualdades sociais é prejudicial para a economia global e que os milionários deveriam pagar mais impostos.

Na sociedade atual pensa-se que se os impostos dos mais ricos aumentarem, a criação de emprego declinará, sendo esta a ideia absolutamente espantosa que influencia a sociedade e as principais políticas e o ambiente económico. Mas o que realmente acontece é que um consumidor normal cria mais postos de trabalho do que um capitalista.

Os decisores políticos acreditam que são os ricos e os seus negócios os verdadeiros criadores de empregos e que devido a essa razão, não devem ser taxados. O que conduz a mais emprego é um ciclo de vida, uma espécie de ciclo de reação entre consumidores e negócios. E apenas os consumidores podem colocar em movimento este ciclo virtuoso de aumentar a procura e, por conseguinte, a contratação de trabalhadores. E, neste sentido, um consumidor normal da classe média é muito mais um criador de emprego do que um capitalista.

Todos sabemos que contratar mais pessoas é um recurso capitalista de último caso, algo que só fazem quando o aumento da procura por parte do consumidor assim o exige. Neste sentido, denominá-los como criadores de emprego não só é desadequado, como desonesto.

As políticas implementadas atuais estão completamente erradas. Quando se tem um sistema fiscal no qual a maioria das isenções e as taxas mais baixas beneficiam os mais ricos, tudo em nome da criação de emprego, o que acaba por acontecer é que os ricos ficam mais ricos. Nas últimas três décadas a quota de rendimentos para os ocidentais mais ricos mais do que triplicou, ao mesmo tempo que as taxas de impostos efetivas declinaram quase 50%. Se fosse verdade que taxas mais baixas de impostos e mais riqueza para os ricos conduziriam a uma maior criação de emprego, então hoje estaríamos afogados em empregos. Mas e como sabemos o desemprego e o sub-emprego continuam em níveis elevadíssimos. Quando a classe média prospera, as empresas crescem e contratam, e os seus proprietários lucram. Atualmente, com o desaparecimento da classe média desaparecem também as empresas e aumenta exponencialmente o desemprego.

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publicado às 21:55

A internet e a reinvenção do capitalismo

por franciscofonseca, em 11.04.11

Os senhores detentores do capital continuam apenas concentrados estritamente nos lucros. Este é o principal factor, responsável pela falta de uma maior legitimação popular do capitalismo. Assim, a reinvenção do capitalismo terá de passar por corporações socialmente responsáveis, que ao mesmo tempo que prosseguem a sua actividade, promovem o bem comum. A concentração de capital está no cerne das principais crises económico-financeiras. No novo mundo, que temos de construir, o capital tem de fluir, de forma produtiva e segura, para os países mais pobres.

Por conseguinte, já não existem dúvidas sobre a forma como a internet e as redes sociais estão a alterar as relações humanas e a própria natureza humana. O mais fascinante é a forma como a internet faz despoletar actos de generosidade e de verdadeira conexão e partilha de informação. Todos nós, ao navegarmos online retiramos vantagens da generosidade de outros.

A informação é o bem que as pessoas partilham com maior facilidade, seguido do tempo e dos bens materiais. Existem novos websites que estão a eclodir para facilitar a doação de bens e serviços, ou seja, baseiam-se no princípio de partilha, a partir do virtual para o mundo real. O poder da informação é hoje determinante no desenvolvimento dos países e das sociedades.

Assim, parece-me que aproveitar a generosidade e a informação para redistribuir um excesso de bens e serviços é uma ideia muito atractiva. As pessoas estão a colocar o poder da Internet nas suas próprias mãos para criar uma nova forma de partilha global. Esta é sem dúvida uma forma de redistribuição do capital por aqueles que mais necessitam.

A verdade é que a informação circula de forma instantânea a nível global, mesmo que tenha pouco valor para nós, poderá ter grande valor para outra pessoa, esteja ela em qualquer parte do mundo.

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publicado às 19:05

O COMUNISMO SALVA CAPITALISMO

por franciscofonseca, em 15.11.10

 

Será que o comunismo está a preparar-se para salvar o capitalismo? Esta pergunta a uns 10 anos atrás faria rir meio Mundo. Mas uma década passada tudo se alterou, vemos a poderosa China, interessada em comprar dívida pública, de alguns países capitalistas, como é o caso dos EUA, Alemanha, França, entre outros.

 

Alguns analistas consideram, que esta poderá bem ser, a tábua de salvação para os países com elevada dívida pública, assim como para às respectivas economias.

 

Muitos dirão que esta é uma boa notícia, vista no curto prazo, mas, na minha opinião, no médio e longo prazo, esta solução traduzir-se-á na completa falência de alguns destes países.

 

Brevemente, a segunda maior economia do Mundo, destronará os EUA e as leis de mercado, seguramente serão alteradas.

Francisco Fonseca

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publicado às 18:51

Os sinais da ganância

por franciscofonseca, em 01.05.10

Hoje comemora-se o dia do trabalhador quase por todo o mundo. As notícias não são animadoras, manifestações acontecem por toda a parte, imagens de confrontos com a polícia, estamos a entrar numa era de convulsão social.

Mas a ganância dos predadores, contínua e com a feroz competitividade económica, os produtos finais têm de chegar aos consumidores com os melhores preços, com os mais baixos custos de produção.

Neste nosso mundo desenvolvido, maravilhoso, existem milhões de crianças que são escravizadas por grandes multinacionais, pois só dessa forma se consegue uma produção a baixo custo e produtos a preços competitivos.

Por isso assistimos a deslocalização de grandes empresas para países onde o trabalho infantil é permitido, os predadores sabem disso, mas a desculpa é sempre a mesma, tudo se fica a dever a competitividade económica.

Espantoso, porque será que o grupo do G8 não faz cimeiras para discutir este problema? Porque será que as organizações de protecção dos direitos humanos estão silenciosas? Hoje o poder dos predadores corrói todos os pilares da sociedade.

Deixo algumas fotos das vítimas dos predadores económicos.

 

 

 

 

 

  

 

 Francisco Fonseca

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publicado às 17:46

A banca à moda portuguesa

por franciscofonseca, em 30.06.09

 

O Estado Português está preocupado com a diminuição dos lucros da banca que nos últimos anos têm crescido, em média, mais de 30% ao ano. O ministro das finanças disse que a banca é um sector fundamental na economia. Nos últimos anos os lucros têm sido notáveis e mesmo com a crise continuam a ter lucro, mas muito abaixo dos anos anteriores e do que seria expectável para os accionistas, por isso os bancos precisam de ajuda do Governo.

 

Os bancos espanhóis reduziram os lucros, no primeiro trimestre deste ano, em 21,5%, para os quatro mil milhões de euros, face aos 5,2 mil milhões um ano antes, de acordo com os dados revelados pela Asociación Española de Banca. Foi uma medida estratégica para combater o crédito mal parado.

Em Portugal aumentam-se as margens dos lucros, pois necessitamos de uma banca forte, mesmo que 60% dos lares portugueses sejam obrigados a viver com 900€ por mês, ou seja, 60% dos portugueses a tender para a pobreza extrema.

 

A banca à moda portuguesa, apenas nos três primeiros meses deste ano os cinco maiores bancos que operam em Portugal (CGD, BES, BCP, BPI e Santander Totta) obtiveram 533 milhões de euros de lucro. Estes milhões de lucros foram conseguidos, em grande parte, à custa do aumento do preço dos serviços bancários e das elevadas margens impostas no crédito à habitação. A crise, portanto, não é para todos: a pobreza crescente da população trabalhadora é o reverso da acumulação de capital. Hoje mesmo, podemos confirmar na imprensa que os Bancos triplicaram as suas margens de lucro com os sucessivos aumentos dos spreads, de forma a compensar as sucessivas baixas das taxas de juro indexadas à euribor.

 

Assim vai este belo país plantado a beira-mar. Haja coragem e patriotismo para se continuar a viver aqui!

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 18:44

O LUCRO DO NEGÓCIO SOCIAL

por franciscofonseca, em 29.01.09

Em muitos lugares do Mundo as crianças tem esta visão do futuro!

 Ao contrário dos negócios das multinacionais, que têm como objectivo principal maximizar os lucros e nos quais o que conta são os dividendos ganhos ao final do ano, num negócio social, o que se conta são as pessoas que dele beneficiaram.

Pretender ganhar dinheiro constitui uma parte muito significativa do ser humano, mas não o representa na sua totalidade.

Um ser humano no seu pleno e em meu entender, é muito mais do que isso, ou melhor deveria ser, mas infelizmente e cada vez mais vemos por esse mundo fora precisamente o contrário.

Na minha perspectiva grande parte dos problemas que assolam o mundo continuam sem solução, porque continuamos a interpretar o capitalismo de uma forma demasiado estreita, pois é necessário ilumina-lo e não acabar com ele.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 21:59


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