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Sistema político português está doente

por franciscofonseca, em 24.01.11

O povo português escolheu ontem o seu presidente para os próximos 5 anos. Os resultados ditaram a reeleição de Cavaco Silva, com uma votação expressiva. Também a abstenção obteve um novo recorde de 53%. Mas desta eleição, na minha opinião, podem ser retiradas muitas ilações. A primeira delas prende-se com o desinteresse manifestado pelos portugueses, pois mais de metade dos eleitores inscritos não participaram, o que pode levar à falta de representatividade dos eleitos, em futuros actos eleitorais.

Segundo, todos os prestigiados analistas, comentadores políticos, da nossa praça criticaram o sistema eleitoral brasileiro, a quando das últimas eleições presidenciais, a propósito dos resultados obtidos pelo Tiririca, mas, as mesmas celebridades, desta feita, não fizerem qualquer comentário, aos 4,5% do Tiririca português. Pois é, já diz o velho ditado: pimenta no rabinho dos outros, para nós é refresco. Sejam coerentes, mesmo gozando do direito ao disparate.

Terceiro, os partidos políticos esgotaram a sua capacidade de mobilização, o vazio de ideias, de projectos, de iniciativas, o marasmo em que se encontra a política portuguesa, afasta as pessoas dos movimentos partidários. A prova está no facto de 20% dos votos terem sido dados, a candidatos sem qualquer apoio partidário. Os partidos ainda não perceberam, que já não faz sentido falar de políticas de esquerda, de centro, e de direita, de matrizes ideológicas do século passado. O fim das ideologias já foi anunciado, os políticos do futuro, terão de voltar-se para a defesa de valores, causas, em prol de uma sociedade mais equilibrada, onde os grandes contrastes sociais sejam atenuados e os jogos de influência postos de parte.

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publicado às 18:28

A Nação lusa tem de voltar a redescobrir o seu caminho!

 

A primeira grande greve geral teve lugar, em de 28 de Março de 1988, contra o pacote laboral e o projecto da Lei dos Despedimentos, que viria a ser aprovada pelo governo, do agora Presidente Cavaco Silva.

 

Muitas interrogações se colocam quanto à pertinência desta greve. Sou daqueles que luto e sempre lutarei contra as injustiças. O povo português está a passar por momentos muito complicados, as perspectivas de melhoras não existem, bem pelo contrário. A pergunta que todos devemos colocar é como foi possível deixar o país chegar a este ponto?

 

As minhas respostas são iguais as de quase todos os portugueses. Querem mesmo saber quem deve arcar com as consequências? A minha resposta é todos quantos têm sangue lusitano. Muitos me dirão, que resposta mais absurda. Outros pensarão, a culpa é dos políticos. Muitas mais respostas haverá, sem dúvida.

 

Mas deixo 5 causas que explicam, a meu ver, a situação em que nós encontrámos:

1-    O deslumbramento colectivo com entrada na CEE em 1986 levou à perda do sentido de disciplina e rigor das contas públicas e privadas, devido à enxurrada de dinheiro vindo da Europa, tornando o acesso ao dinheiro fácil;

2-    Aproveitamento dos fundos europeus, em grande parte, para o enriquecimento fácil e individual, dos boys partidários, dos ali babás portugueses;

3-    Não criação de infra-estruturas produtivas, capazes de modernizar o país, implementar e conduzir, as reformas administrativas e sociais de fundo, de que tanto este país necessita;

4-    Desmantelamento da capacidade produtiva, principalmente da agricultura, pesca e industria, devido aos avultados subsídios vindos da União Europeia. Não conheço nenhum país rico e desenvolvido, que não tenha uma agricultura forte;

5-    Falta de qualidade na classe política, neste quarto de século, gente com as vistas muito curtas, políticas eleitoralistas, fracos zeladores da coisa pública, gastadores bacocos, falta de políticos com as vistas largas, capazes de rasgar horizontes e de puro-sangue luso.

 

Muitas mais explicações haverá com certeza, mas deixo para os leitores deste blog. Só nos conseguiremos levantar, erguer das cinzas, se reencontramos colectivamente o espírito combativo, o querer, a determinação, a disciplina, o rigor e a visão dos portugueses, de há quinhentos anos, que colocaram Portugal no Top das mais poderosas Nações do Mundo.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 16:29


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