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Alguns povos em risco de colapso

por franciscofonseca, em 12.10.11

Jared Diamond, Professor de Geografia na Universidade da Califórnia em Los Angeles, publicou em 2005 o livro Collapse – How societies choose to fail or to survive, onde fala do desaparecimento de uma dúzia de povos. A principal ideia do livro tem a ver com a necessidade de todos ajustarmos o nosso modo de vida, produção e hábitos de consumo de recursos naturais, que temos à nossa disposição, pois disso depende a sobrevivência das sociedades actuais.

Hoje, todas as economias desenvolvidas dependem indiscutivelmente do petróleo, fundamentalmente, do petróleo do Médio Oriente, onde confluem grandes fluxos de capitais. Por outro lado, observamos curiosamente, que todos os países desenvolvidos vêm-se a braços com problemas de endividamento, alguns deles, em plena falência. Provavelmente, alguns destes povos podem extinguirem-se, se vier a existir uma insuficiência no fornecimento energético, que pode muito bem acontecer.

Apesar de termos a ideia de que vivemos tempos difíceis, conturbados, de incerteza, principalmente devido ao processo de globalização, do terrorismo transnacional, da criminalidade organizada e da crise económica mundial, penso que vivemos ainda numa zona de conforto e segurança. Diamond relembra-nos que este mundo é uma excepção e que dificilmente se poderá manter por muito mais tempo, se não fizermos as escolhas certas.

A crise económica mundial, que afecta hoje quase todo o planeta tem a sua origem, nas opções de vivência adoptadas pelas sociedades desenvolvidas. Neste sentido, a grande questão que se coloca a todos os povos é a da escolha, de um modo de vida compatível com a capacidade de produção e seus recursos. Caso contrário, o destino desses povos será o colapso, onde poderá estar incluído Portugal.

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publicado às 18:55

Internet perigosa para crianças

por franciscofonseca, em 09.02.11

 

Um estudo da Microsoft Portugal revelou que 31% dos pais não tomam quaisquer cuidados para limitar e controlar a utilização da Internet em casa pelos filhos. Este número é assustador, pois um terço das crianças portuguesas navega na internet a seu belo prazer. Qualquer curiosidade, interrogação, vontade de descobrir é satisfeita com um simples clik.

Hoje, afigura-se como perfeitamente normal, o acesso das crianças as redes sociais, onde partilham vídeos, fotografias, conversam em chats com pessoas desconhecidas. Os pais deveriam de fazer uma reflexão urgente, de forma a tomarem consciência de que, as coisas que as crianças partilham e conversam podem ter consequências profundas e irreparáveis para toda a vida.

Este estudo demonstra, entre outras coisas que, muitas crianças portuguesas apresentam comportamentos de risco e mais de um terço (39%) já mentiu online quanto à idade. Por outro lado, quase metade (42%) já foi contactada por estranhos.

Vivemos tempos em que a criminalidade organizada, nomeadamente a que se dedica ao tráfico de seres humanos, aproveita as redes sociais para angariar possíveis vítimas. As crianças apresentam-se como um grupo mais vulnerável, sendo esta realidade um atentado ao direito inalienável de crescer num ambiente protegido e acolhedor e de ser livre de qualquer forma de abuso e/ou exploração. Só que os milhões de euros que, esta criminalidade gera por esse Mundo fora, falam mais alto, sendo que a exploração de crianças continua a aumentar. Um dia a humanidade pagará também esta elevada factura. 

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publicado às 18:12

Criminalidade violenta e as crises socioeconómicas

por franciscofonseca, em 06.01.11

 

A criminalidade violenta e grave teve um decréscimo de 10% no ano transacto em Portugal no número de crimes participados. A primeira vista parece ser uma boa notícia, mas houve um aumento qualitativo sustentado da violência e da organização imprimida pelos grupos criminosos, na sua actividade.

Os últimos assaltos a ourivesarias que ocorreram por todo o país demonstram bem a preparação, o planeamento elaborado, o profissionalismo e a eficácia com que estas acções são executadas. Outras das características fundamentais destas organizações são a sua capacidade de adaptabilidade e regeneração, em curtos espaços de tempo.

Muitos se recordarão dos famosos anos 80, onde a criminalidade violenta e organizada teve um grande crescimento, que por sua vez coincidiu com uma das mais fortes crises económicas sentidas no nosso país. Na minha opinião estamos a entrar num novo ciclo, de aumento qualitativo deste tipo de crime.

Por outro lado, considero que a investigação criminal necessita urgentemente de uma profunda reestruturação e reorganização, pois actualmente, o que existe é um lodaçal onde várias forças e serviços detêm competências de investigação diferenciadas, mas que não existe qualquer coordenação e troca de informações, ao nível táctico, conducentes a uma melhor operacionalização e rentabilização dos meios humanos e materiais, a disposição do Estado. É necessário urgentemente repensar a estrutura da investigação criminal, adaptando-a às novas realidades criminais, caso contrário, o nosso país poderá transformar-se, a muito curto prazo, num paraíso para estes grupos criminosos transnacionais.

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publicado às 17:26

A segurança na cimeira da NATO/OTAN

por franciscofonseca, em 18.11.10

Cimeira da NATO/OTAN 

Sala principal da Cimeira da NATO em Lisboa

 

Portugal nunca organizou um evento de tanta complexidade em termos de segurança. É sem dúvida um grande desafio para as forças e serviços de segurança.

 

Nestes próximos dois dias vão decorrer, a par da cimeira da NATO, a cimeira NATO/Rússia e Estados Unidos/União Europeia.

 

Do novo conceito estratégico, que vier a ser aprovado, muito vai depender o futuro desta organização atlântica. A situação do Afeganistão também vai passar por Lisboa, pois a passagem da responsabilidade, do controlo dos talibãs, para os afegãos vai ser concertado estrategicamente.

 

As ameaças e os riscos são reais, sendo necessário o levantamento de todas a vulnerabilidades, em termos de terrorismo, violência urbana e criminalidade altamente organizada.

 

Espero que nenhuma janela de oportunidade tenha ficado aberta, pois caso contrário o pior pode mesmo acontecer, faço votos para que tudo decorra dentro da normalidade.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 20:02

As belas vistas

por franciscofonseca, em 11.05.09

 

De regresso a realidade portuguesa, constato que a criminalidade, a insegurança em cerca de 53 bairros problemáticos é cada vez mais preocupante.

Ainda estamos longe da realidade das favelas do Brasil, mas por este andar, se não forem tomadas medidas urgentes e eficazes no combate a este fenómeno, muito em breve se tornará incontrolável.

O trabalho das polícias é cada vez mais exigente, para além de ser feito, quase sempre, com a cobertura dos meios de comunicação social. Mas desenganem-se aqueles que pensam que as policias são a solução para estes problemas sociais.

Nas últimas décadas em Portugal, a estrutura da família, da economia e do mercado de trabalho sofreu alterações profundas. E se fizermos uma análise mais demorada, somos levados a concluir que a sociedade actual é bem mais complexa que a sociedade dos nossos pais e avós.

Desta forma soluções simples para problemas complexos não dão bom resultado.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 14:02

A guerra assimétrica

por franciscofonseca, em 19.04.09

Durante os últimos três séculos, os estados entravam em conflito de acordo com princípios e métodos baseados em estratégias de guerra clássica, suportadas pelo conceito de compromisso hostil entre dois estados soberanos vistos como únicas entidades. Esta definição está agora obsoleta.

O dealbar deste terceiro milénio continua cheio de incertezas. Num mundo hoje marcado pela volatilidade identitária, as zonas de interesse estratégico fundamentais alteraram-se, e passaram a ser aquelas que são capazes de exportar a sua própria instabilidade.

A actual conjuntura internacional, onde o papel do Estado soberano está em crise, também se caracteriza pela flexibilização do conceito de fronteira e pela aceitação de situações de cidadanias múltiplas e de governança partilhada.

A superioridade tecnológica dos meios militares ocidentais, e principalmente americanos, induz qualquer adversário a refugiar-se em respostas assimétricas, socorrendo-se de métodos tradicionais, por vezes rudimentares, à mistura com meios de alta tecnologia disponíveis no mercado civil.

São inúmeros os exemplos, da operação Restore Hope na Somália, das operações da KFOR no Kosovo e mais recentemente as operações Enduring Freedoom, no Afeganistão e Operation Iraqi Freedoom, no Iraque.

Esta forma de enfrentar o poder convencional, está cada vez mais a expandir-se, pois o destaque dado pela imprensa internacional e a incapacidade de uma resposta adequada potenciam o aparecimento deste modus operandi.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 21:25

A pesada herança da guerra fria

por franciscofonseca, em 05.04.09

A Guerra Fria desapareceu mas deixou um grande arsenal de armas nucleares, espalhadas por esse mundo fora e, algumas com paradeiro desconhecido.

Os Estados Unidos, foram a única potência nuclear que usou armas nucleares e, ainda não rectificou o Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares. O tratado já foi ratificado por 148 países, mas faltam EUA, China, Irão, Coreia do Norte, Índia, Paquistão, Egipto e Indonésia, ou seja, jamais será rectificado por todos e entrará em vigor, o que deixa uma janela de oportunidade para alguns Estados continuarem a desenvolver os seus programas nucleares.

Pyongyang lançou com êxito um foguetão esta madrugada, que segundo as autoridades norte-coreanas serviu para colocar um satélite de telecomunicações em órbita.

Mas os japoneses dizem que os norte-coreanos fizeram um ensaio dissimulado do seu míssil de longo alcance Taepondong-2, com capacidade para percorrer cerca de 6.500 quilómetros e atingir o estado norte-americano do Alasca.

O lançamento deste míssil pela Coreia do Norte, é uma afronta a comunidade internacional e considero que chegou a hora de uma resposta firme, consertada por todos os países e por todas as organizações com competência para tomar medidas nesta matéria.

Alguns países, nomeadamente o Japão, a Coreia do Sul e EUA já pediram uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU que já foi agendado para esta tarde. A ver vamos que medidas vão ser tomadas, no sentido de dar um claro sinal que não estamos em tempo, de provocações deste tipo. O mundo necessidade de caminhar em outra direcção.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 17:35

A mudança

por franciscofonseca, em 02.04.09

 

Até mesmo as tartarugas vivem em constante mudança, adaptabilidade constante ao modus vivendi.

 

A era em que vivemos é chamada por muitos como era da sociedade do conhecimento e da economia global, mas eu acrescentaria ainda outras denominações, como era da criminalidade global, da ameaça global e da exploração global.

A tecnologia e os equipamentos evoluem de forma rápida, nem sempre as pessoas conseguem acompanhar essa evolução, pois é necessária uma formação constante, mas infelizmente, no nosso país há carências dramáticas ao nível da formação e na forma como são geridos os recursos humanos.

Estas carências podem ajudar a explicar um dos nossos problemas estruturais mais graves, no que concerne à produtividade e competitividade. Por isso é urgente fazer um esforço estrondoso nesta área, reinventar novas formas de competitividade e criar riqueza.

No mundo actual e cada vez mais vamos ter de viver, em mudança permanente, em evolução permanente e adaptação permanente!

Francisco Fonseca

 

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publicado às 19:21

Uma questão de segurança

por franciscofonseca, em 01.04.09

A violência, como uma das características do Homem, a meu ver não é provável que se possa erradicar, já que acompanha o Homem desde os primórdios da civilização.

No entanto, na sociedade em que vivemos é necessário mantê-la sempre sob controlo a níveis aceitáveis, pois caso contrário o seu controlo torna-se quase impossível, tendo de ser empregues meios fortemente reactivos por parte das forças de segurança pública.

São crimes contra a vida, contra a honra e contra a integridade física dos cidadãos, roubos ou a simples destruição de bens e haveres, praticados cada vez mais de forma violenta, que fazem aumentar a criminalidade e que causam o sentimento de insegurança generalizado na sociedade portuguesa.

Por outro lado, estamos a assistir em quase todos os países da Europa a uma mudança da relação entre cidadãos e governos, que passa do bem estar social para a segurança, isto devido a dois factores principais, primeiro ao neoliberalismo e ao surgimento de uma nova indústria, a indústria da segurança.

Mais, as relações entre cidadãos nos dias de hoje, também se estão a alterar, ou seja, as solidariedades básicas de cidadania, a hospitalidade, a entreajuda vão sendo substituídas pela suspeita, pelo egoísmo, xenofobia, preferência pelo familiar e privado, como são exemplos os cada vez mais condomínios fechados.

A solução para este mal social, podia passar por termos uma polícia, no exercício estrito da sua finalidade, dinâmica e ágil na sua actuação, tecnicamente versátil, ponderada, com poder de antecipação á pratica de qualquer ilícito criminal, de modo a melhorar efectivamente o nível de segurança dos cidadãos, repondo e mantendo, com pronta eficácia, a ordem e tranquilidade públicas.

Mas, desenganem-se todos os defensores desta teoria, pois esta não é a única receita para este perigo público, pode atenuar alguns efeitos, mas não controla a doença. Penso que a solução passará por uma consciencialização definitiva dos tempos em que vivemos, estabelecer fortes compromissos sinergéticos, entre governos, cidadãos, instituições deste país.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 19:58

Criminalidade global

por franciscofonseca, em 08.03.09

 

A nova criminalidade caracteriza-se por recorrer a sofisticadas tecnologias de informação, que pela rapidez, volatilidade, agressividade e violência na sua actuação, trás um novo campo de problemas que o nosso Direito Penal tradicional orientado exclusivamente para a protecção dos bens jurídicos individuais e concretos, já não dá resposta adequada.

Estamos perante novas condutas criminosas, que pelos instrumentos utilizados e pela dimensão global, surge a necessidade dum direito penal preventivo, que seja mais eficaz, mas claro, sem nunca colocar em perigo as garantias do processo criminal justo e transparente.

O direito penal protege os bens jurídicos principais como a vida, a integridade física, a liberdade, a auto determinação sexual, a honra, o património, a procura da justiça e outros valores da vida em sociedade.

Mas esta nova criminalidade apresenta uma mutabilidade constante do conceito de bem jurídico, pois não se trata só de proteger o património, mas os valores da vida em partilha e da paz social.

Desta realidade de formas especiais de crime, resulta a necessidade de uma incriminação cada vez mais ampla e menos vinculada, assim como de uma tutela de bens jurídicos cada vez mais imprevisíveis.

Portanto o direito penal terá de dar resposta urgente, para fazer face aos riscos da vida moderna, as novas e mutantes formas de criminalidade organizada e transnacional, dum mundo cada vez mais globalizado e pequeno devido as novas tecnologias de informação.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 14:02


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