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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Em nove meses de governação a presidente Dilma Rousseff perde o seu quinto ministro, por alegada corrupção. O ministro brasileiro do Turismo, Pedro Novais, demitiu-se devido à utilização de dinheiros públicos, para pagar a empregados domésticos. Os ministros da Agricultura, Defesa, Transportes e Relações Institucionais, também caíram, por suspeitas de práticas de corrupção.
Hoje, a sociedade brasileira debate se estas demissões constituem uma limpeza no governo, operada por Dilma, ou pelo contrário representam a fragilidade da sua administração.
É com alguma tristeza, que constato que a corrupção no Brasil é endémica, ou seja, ela faz parte do sistema político, da sua arquitectura, da forma como os três poderes se correlacionam. Este é o pecado original do Brasil, isto é, algumas franjas da sociedade servem-se dos dinheiros públicos. Serve-se o ministro, serve-se o governador, serve-se o deputado, serve-se o procurador, serve-se o polícia, serve-se o escrivão, serve-se o cunhado, e quase “todo o mundo” acaba por servir-se da coisa pública.
Dilma tem nas mãos um país que é o maior exportador mundial de ferro, carne, frango, açúcar, café e muito brevemente será um dos principais exportadores de petróleo. Actualmente, o Brasil está a ser invadido rapidamente por fluxos de capitais, que fez do real, uma das moedas mais supervalorizadas do mundo.
O custo de vida, a habitação, o aluguer de escritórios e os ordenados de gestores, em São Paulo e no Rio de Janeiro são mais elevados do que em Nova
York. O real muito valorizado faz temer o pior, ou seja, o Brasil perder mercado no exterior, aumento da inflação, aparecimento de bolhas de especulação financeira, o aparecimento de instabilidade social e o aumento da corrupção.
O capital que invade rapidamente um país, também pode abandoná-lo a mesma velocidade. Temo que o futuro que acaba de chegar seja breve. Está nas mãos dos governantes brasileiros não deixar fugir o futuro, e para isso a luta contra a corrupção deve ser um desígnio nacional.
O ex-presidente do Brasil Lula da Silva esteve em Portugal, para ser homenageado com o título de doutor honoris causa pela Universidade de Coimbra e, premiado com o Prémio Norte-Sul, atribuído pelo Centro Norte-Sul do Conselho da Europa, que lhe foi entregue, na Assembleia da República portuguesa. Com Portugal a passar uma das maiores crises económicas e financeiras, que há memória, muitos foram aqueles que viram nesta visita uma oportunidade, para Portugal pedir ajuda financeira.
Ainda antes de ser homenageado, Lula da Silva declarou que não pode falar em nome do Brasil, mas afirmou, que o seu país deverá fazer tudo o que estiver ao seu alcance, para ajudar Portugal. Muitos foram aqueles que gostaram destas palavras. Mas foi advertindo, que o Mundo necessita urgentemente de reformas profundas, nomeadamente, ao nível das Nações Unidas e do sistema financeiro internacional.
Acrescentou ainda, que é necessária uma nova governação mundial, para garantir o crescimento económico, mas com distribuição de riqueza. Palavras sábias, mas o que está acontecer é precisamente o contrário, ou seja, estamos a assistir a concentração de riqueza e do capital financeiro.
A Presidente Dilma Rousseff, que veio assistir a homenagem de Lula da Silva, afirmou que o Brasil poderá ajudar, assim como Portugal já ajudou o Brasil economicamente. Muitos tem sido aqueles, que tem vindo a comentar estas declarações, mas desculpem-me a expressão, a diarreia verbal é generalizada, quer seja à esquerda, ao centro ou à direita. Penso que é chegado o momento, de todos fazermos uma reflexão nacional, parar para pensar e sair desta psicose colectiva.
A culpa de o país se encontrar falido é dos vários governos portugueses, que não souberam criar estruturas de desenvolvimento sustentado, no tempo das vacas gordas. Mas, a culpa também é dos portugueses porque não tiveram a capacidade de separar o trigo do joio, ou então não havia trigo para escolher. Somos um país não desenvolvido, um país pessimista, triste, apático e conformista. Estamos muito doentes e a melhor ajuda vem sempre do médico de família, não daqueles muito especializados, pois estes, normalmente cobram muito caro e acertam menos.
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