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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Vivemos tempos conturbados, em que a incerteza se apodera das nossas vidas, as assimetrias sociais se acentuam, os valores que dão dignidade às pessoas estão cada vez mais ausentes da nossa sociedade e como se já não bastasse, assistimos à globalização da indiferença, que está a colocar a nossa civilização na rota dos desastres paradoxais, trágicos, desumanos pela ausência de padrões éticos e morais na governance mundial.
Nos finais do século passado e no início deste, assistimos a um pensamento único, que tem como foco o mercado, como principal regulador das relações sociais, resultando daí um enorme embuste que culmina na ideia que vivemos tempos de paz mundial entre as nações, devido à globalização económica e à cooperação reciproca nas relações internacionais. Daqui resulta, na minha opinião, outro enorme equívoco, ou seja, a ideia de que se vive uma época de estabilidade política e democrática.
Basta estar mais atento às notícias e verificamos que todos os dias centenas de pessoas perdem a vida, em resultado de ataques terroristas, de conflitos regionais, em rotas de imigração ilegal ou até mesmo devido ao abandono social, que a cada dia que passa engrossa as suas fileiras.
A situação agrava-se devido aos países estarem reféns com as suas dívidas externas, sem terem recursos suficientes. Os esforços para arrecadar receitas, através do incremento dos impostos, das privatizações e do aumento das exportações, não podem funcionar enquanto o custo for a precarização do mercado laboral. Daqui resulta mais desemprego e exclusão social, pois os Estados deixam de ter condições para investir na dimensão social.
O avanço da globalização económica esvazia os Estados e promove a degradação das condições de vida de grande parte da população, pois o lucro gerado neste tipo de economias apenas fica concentrado nos mais poderosos, sem que haja produção e distribuição de riquezas geradas pela mão-de-obra precária. O desenvolvimento de um país só é possível quando existe um processo ativo de canalização de forças sociais latentes ou dispersas, capazes de gerar energias de forma convergente, em prol de um processo social e cultural, e secundariamente, económico.
Existe uma ideologia que passa pelo neoliberalismo que está a empurrar as economias periféricas contra a parede. Os advogados da austeridade que preveem que os cortes da despesa trarão dividendos rápidos, na forma de uma confiança crescente e que terão pouco, se nenhum, efeito adverso no crescimento e no emprego estão completamente errados.
Os aumentos dos impostos e os cortes na despesa pública deprimirão ainda mais as economias, agravando o desemprego. Cortar na despesa numa economia muito deprimida leva a que qualquer poupança conseguida é parcialmente anulada com a redução das receitas, à medida que a economia decresce. Os recentes dados da execução orçamental demonstram isso mesmo, no caso português. Já entramos no ciclo vicioso.
Portugal através do seu governo continua a aplicar a política cega de reduzir a despesa pública quando existe um desemprego crescente, isto é um erro trágico, a estratégia correta seria criar empregos agora e reduzir défices depois.
A capitalização da banca não é sinonimo de que as empresas tenham acesso imediato ao crédito. A opinião e o mau estar sentidos na população com a recapitalização da banca, pode fraturar a europa e criar grandes clivagens entre os cidadãos e os bancários.
O problema da europa é que tem uma economia dependente do financiamento bancário, ao contrário do que se passa com os Estados Unidos, que tem uma economia muito mais independente do sistema bancário.
O empréstimo à banca espanhola aumenta a dívida do Estado espanhol e isso aumenta o risco para os privados, logo os mercados vão agravar os juros da dívida espanhola, que poderá obrigar Espanha a pedir um resgate para o próprio Estado.
Mas a grande dificuldade para a economia portuguesa passa pelo acesso ao crédito das empresas que é muito mais caro do que na Alemanha e isso cria um desequilíbrio estrutural gigantesco em termos de competitividade das empresas na economia. Mas, ainda há quem defenda que a solução para sermos mais competitivos passa pela redução de salários. Haja paciência e pachorra para ouvir estes indigentes mentais.
No mundo existem 1,8 mil milhões de pessoas que vivem de atividades paralelas, gerando oito biliões de euros, o que faria da economia paralela, caso fosse considerada, a segunda maior, logo a seguir à dos Estados Unidos. Em Portugal a economia paralela equivale a 25% do PIB, rendendo 43 mil milhões de euros. O aumento dos impostos indiretos, como o IVA, o crescimento do desemprego, o elevado consumo do estado são as principais causas do aumento da economia paralela.
Os portugueses sempre tiveram apetência pela economia subterrânea, com o agudizar da crise, na atual conjuntura, a subida do IVA para 23% na restauração, torna-se um negócio cada vez mais rentável sem fatura.
Os impactos da economia paralela para o desenvolvimento económico do país são devastadores, principalmente na concorrência entre as empresas, pois umas pagam impostos e outras não pagam. Esta tendência está a agravar-se, sendo necessário tomar medidas urgentes no combate efetivo contra a fraude fiscal.
O grave problema da economia paralela é a diminuição da receita fiscal, logo menos receita fiscal significa mais sobrecarga para aqueles que já cumprem as suas obrigações, acabando por asfixiar empresas e cidadãos.
As atividades paralelas não estão englobadas no PIB nacional, assim o PIB é menor do que é na realidade. A pressão imposta a Portugal pelas agências de rating, devido ao rácio da dívida sobre o PIB de 83% ser muito elevado, da possibilidade de não conseguirmos pagar a dívida, nem termos crescimento económico, seria bem diferente se o PIB fosse maior, pois o rácio da dívida seria substancialmente menor. O aumento brutal da carga fiscal só está a servir para agravar o fenómeno da economia paralela, o encerramento das empresas, aumento do desemprego e diminuição da receita fiscal. Será que nunca vamos conseguir sair da teoria e cair na realidade?
No chamado corno de África que inclui o Quénia, Somália, Etiópia e Eritreia morrem centenas de crianças diariamente devido à fome, pois as organizações humanitárias e as Nações Unidas não conseguem chegar, com meios suficientes para salvar estas vidas. Estima-se que só entre Abril e Agosto de 2011 tenham morrido mais de 100 mil crianças. Não existem números oficias, mas a catástrofe humanitária pode ser gigantesca, com números arrepiantes.
Três milhões de habitantes no Quénia, 3,7 milhões na Somália, 4,5 milhões na Etiópia e 2,5 milhões na Eritreia estão afetados pela fome. Para amenizar o problema, o Banco Mundial, Estados Unidos, ONU e a União Europeia, além de dezenas de organizações não-governamentais de todo o mundo, doaram milhões de euros para combater este flagelo. Nem assim conseguiram resolver a situação.
O grande problema nesta região prende-se com segurança. As organizações humanitárias, para desenvolverem o seu trabalho necessitam de condições de segurança, sem as quais não conseguem fazer chegar a assistência humanitária a quem mais precisa. Por exemplo, na Somália, duas partes a sul são controladas por Al Shabad, um grupo de radicais islamitas, com ligações à Al- Qaeda.
Muito se fala no crescente mal-estar causado pelos altos níveis de desigualdade crescente, em todo o mundo, que tem sido evidenciado por movimentos como o Ocupa Wall Street e a Primavera Árabe. Estes movimentos podem fazer descarrilar o processo da globalização e ameaçar as economias globais. A atenção política imediata está concentrada em responder a esta agitação social, que gerará nacionalismos, protecionismos e um retrocesso no processo de globalização.
Na minha opinião urge que as nações deem passos concretos, para prevenir desastres catastróficos futuros nesta região e noutras, pois a globalização não pode ser vista somente na sua vertente económica, pondo de lado a sua vertente humanitária, caso contrário poderá efetivamente dar-se um retrocesso civilizacional.
A Europa está à venda e a preço de saldo. A poderosa China está a fazer uma investida sem precedentes, aproveitando a fraqueza das nações europeias, devido às dívidas soberanas e, ainda colocando os Estados-membros uns contra os outros.
O dragão chinês está definitivamente a devorar as suas presas, em busca de matérias-primas, para alimentar a sua chama, em benefício da sua participação na economia mundial.
A China dominará até 2020 a economia mundial, alterando as regras de mercado, influenciando muitos países culturalmente. Os homens de negócio chineses necessitam de adoptar procedimentos mais transparentes, maior partilha de conhecimento e incrementar a cultura de meritocracia.
O maior desafio para a China, numa economia global e multi-polar, consiste em alcançar o crescimento empresarial através das pessoas, pois esse é o seu maior problema. Mas uma coisa a China já conseguiu, impediu que os Estados Unidos continuassem a ser o centro económico e cultural dominante no planeta, sem que isso signifique que o futuro será chinês.
Os elevados custos humanos desta crise económica, vão ser pagos por aqueles que não encontram trabalho, o que acarreta consequências óbvias, aumento das depressões, abusos de substâncias estupefacientes, divórcios, criminalidade, e um sem número de outras ciosas, que podem correr mal na vida.
No presente momento são várias as gerações, que se confrontam com este drama. O desemprego está cada vez mais crónico, os desempregados de longa duração assistem ao definhamento das suas competências, ficando cada vez mais longe do mercado de trabalho e por último, as graves consequências para as finanças públicas e no desenvolvimento da sociedade em geral.
Em conclusão, a crise actual e a sua principal consequência, o desemprego, não poupam ninguém, a não ser os que ganham e muito com ela, pois enquanto muitos perdem, existem outros que muito ganham.
No mundo actual, mais de metade da população mundial vive nas cidades. Estas pessoas dispõem de uma vasta oferta cultural, tecnológica e energética. Os ritmos do quotidiano são muito acelerados, devido às exigências profissionais e familiares. Hoje, sabe-se que muitos distúrbios mentais provêm do estilo de vida urbano. Os cidadãos tendem a ter níveis mais elevados de stress, de alterações de humor e de doenças psicóticas e cardiovasculares, comparativamente aos que vivem em zonas rurais.
Os citadinos para além do stress estão mais expostos a sentimentos de ansiedade, de medo, em resultado das ameaças, que advêm da maior incerteza da vida, nas grandes metrópoles. Veja-se o caso norte-americano, onde existem 125 milhões de pessoas, cerca de 45% da população com doenças crónicas depressivas, que consomem 80% dos 1.9 triliões de dólares gastos nos sistemas público e privados de saúde, dos Estados Unidos, que já corresponde a 20% do PIB.
O mito de que quanto maior for a exposição das pessoas ao stress, maior é a adaptabilidade, mais tolerantes e imunes ficam, é completamente erróneo.
Manter o equilíbrio no que respeita ao stress é uma tarefa cada vez mais difícil nos tempos que correm. Os citadinos são hoje confrontados com períodos de trabalho mais alargados, mais intensos e têm mesmo que saber desligar. O que é fácil de dizer, mas nem sempre fácil de fazer.
O resultado desta equação é fácil de obter, na conjuntura actual. Maior incerteza, leva ao aumento do stress, maior stress leva ao aumento das doenças crónicas e da improdutividade, maior improdutividade leva à diminuição da riqueza do país e maior número de doenças crónicas, contribuem para o aumento da despesa do Estado. Senhores governantes, um dos grandes segredos para uma boa governação é não aumentar as incertezas das populações, se possível diminuí-las.
Enquanto a Europa se afunda, se desorganiza, as economias ocidentais se arrastam, a China, a Índia e o Brasil marcam o passo do crescimento económico. Hoje, são estes países que ditam o ritmo da economia mundial e determinam os preços internacionais, nomeadamente o do petróleo.
O mundo actual é marcado por fortes contrastes. Nem todos os países em desenvolvimento apresentam o mesmo nível de riqueza e de bem-estar económico e social, da sua população.
Hoje, vou falar da Índia, o segundo país mais populoso do mundo, com 1,1 bilhão de habitantes, a segunda grande economia de mais rápido crescimento e onde 25% população vive abaixo do limiar da pobreza. É um dos países, onde a riqueza e o luxo de cidades, como Mumbai apresenta um contraste gigantesco dos edifícios sumptuosos, com as cidades mais periféricas, onde a miséria e a pobreza andam de mãos dadas.
É impressionante, como o rio Ganges é considerado um rio sagrado para os hindus, que o veneram na forma da deusa Ganga. Neste rio, muito rituais são desenvolvidos, desde tomar banho, beber água, como forma de purificação, deitar cadáveres de pessoas que, não são cremados, pois o rio tem o poder de tudo depurar. Aqui, os vivos e os mortos partilham o mesmo espaço. Sou daqueles que defende a preservação das culturas, mas esta muito sinceramente, bem que podia mudar, pois só desta forma, a Índia conseguirá ser um país verdadeiramente desenvolvido e humanamente sustentável.
Será que o comunismo está a preparar-se para salvar o capitalismo? Esta pergunta a uns 10 anos atrás faria rir meio Mundo. Mas uma década passada tudo se alterou, vemos a poderosa China, interessada em comprar dívida pública, de alguns países capitalistas, como é o caso dos EUA, Alemanha, França, entre outros.
Alguns analistas consideram, que esta poderá bem ser, a tábua de salvação para os países com elevada dívida pública, assim como para às respectivas economias.
Muitos dirão que esta é uma boa notícia, vista no curto prazo, mas, na minha opinião, no médio e longo prazo, esta solução traduzir-se-á na completa falência de alguns destes países.
Brevemente, a segunda maior economia do Mundo, destronará os EUA e as leis de mercado, seguramente serão alteradas.
Francisco Fonseca
Portugal colocou hoje, no mercado mais uma emissão de divida, no valor de 1.242 milhões de euros, a uma taxa de juro mais alta de sempre.
Alguns analistas conceituados estavam preocupados, como o mercado iria reagir a esta operação financeira. A procura duplicou a oferta, logo podemos dizer, que ainda existe muita gente interessada, em emprestar dinheiro ao nosso país.
O problema é que este ritmo de endividamento não pode continuar, com a taxa de juro que vamos pagar, o dinheiro fica muito caro e esta prática terá inevitavelmente de passar a constituir o último recurso.
Isto quer dizer, que as medidas de austeridade anunciadas são manifestamente insuficientes, para recolocar as finanças públicas em ordem. Mais cortes, do lado da despesa terão de ser feitos e, meus senhores, nesta matéria, muita coisa é possível cortar, desde que os nossos governantes se reeduquem e façam com que o seu exemplo seja seguido, no sentido descendente, da máquina administrativa do Estado.
Houve um inquilino do palácio de S. Bento, que tinha dois contadores de electricidade e de água, pois, o que ele gastava em proveito próprio pagava do seu bolso. Mas não era preciso chegar a tanto, bastava que a frota automóvel, os salários dos seus condutores, os cartões de crédito, os subsídios de representação, de habitação, as portagens, as telecomunicações móveis, as comemorações de simbologia feitas quase diariamente, as viagens em primeira classe, os hotéis de 5 estrelas, os jantares e os almoços de trabalho, fossem reduzidos em 50%, em tudo que diga respeito a gastos de dinheiros públicos.
Mas, este “monstro” que se chama Estado e a sua administração pública está impregnado de sanguessugas, que secam tudo quanto for coisa pública, sendo esta cultura muito difícil de mudar. Por isso, não me restam grandes dúvidas, aqueles que quiserem verdadeiramente alterar este figurino terão de dar um exemplo muito forte e replicá-lo em todos os sectores, onde seja gerida a coisa pública.
Francisco Fonseca
Portugal está a braços com potenciais problemas de insolvência, de elevada probabilidade de se verificarem num curto espaço de tempo.
A visita do Presidente, Hu Jintao a Portugal, segundo os principais analistas, foi um sucesso e pode recolocar o nosso país perante os mercados financeiros, ou seja, o facto de a China ameaçar comprar a nossa dívida pública, pode resfriar a ganância dos abutres económicos.
Vivemos na era da globalização, em que as fronteiras políticas, culturais, económicas e sociais se diluíram, mas custa-me ver o meu país vergar-se, ajoelhara-se, subjugar-se, bem sei, perante a segunda maior economia mundial. Reconheço que os acordos, agora assinados, podem resultar numa lufada de esperança no curto prazo, mas no médio e longo prazo, nada mais representam que a completa ruína do nosso mercado interno.
O nosso país continua a preferir às soluções do curto prazo, isto é, empurrar os problemas estruturais com a barriga para a frente, sem que sejam resolvidos. Ninguém fala em reformular o sistema político e eleitoral, o sistema de ensino, o sistema judicial, o sistema administrativo público e o sistema financeiro.
Nos últimos 30 anos, muitas mudanças aconteceram, do isolamento, passamos para a CEE, depois surge a globalização e, internamente nada mudou, chegou a hora de reinventar novos modelos de reestruturar a nossa sociedade. Quanto mais adiarmos estas inevitáveis reformas mais caminha-mos para um modelo de Estado falhado.
Francisco Fonseca
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