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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Há muito tempo que não escrevia nenhuma reflexão. Mas o dia de hoje ficará certamente marcado na história de milhões de pessoas.
Uma nova era começa caracteriza pelo individualismo. As escolhas racionais feitas em trono das famílias, da comunidade, das virtudes, dos erros, dos acertos, dos vícios, moldavam a nossa própria história. Hoje a interdependência social dá lugar a independência social. É este o perigo da ilusão de independência, que gera o egoísmo e a insensibilidade.
A sociedade de hoje é caracterizada pelo individualismo, que é gerador de uma perceção de vida mais acelerada, o tempo parece curto para tudo o que queremos e temos obrigação de fazer, e cada vez mais o ser humano está só nas esferas individuais, num mundo cada vez mais tecnológico e conectado.
O ser humano, regra geral, procura justiça, segurança, educação e saúde. O pensamento séptico não acredita na força coletiva, que por sua vez leva a tentação de querer encontrar coisas fáceis e respostas rápidas no mundo moderno, estamos cada vez mais sozinhos e mergulhados em nós próprios! A individualização instala-se e consequentemente leva-nos à solidão. Os indivíduos nunca tiverem tanto e, no entanto, nunca se sentiram tão sós. A escassez de relacionamento interpessoal, cada vez mais passa a noção que estamos sozinhos e incompletos. Este é o maior contra cesso da sociedade individualista que veio para ficar. Estes comportamentos e padrões acabam por ser nocivos e destrutivos para o nosso bem-estar, mental e físico.
Aos padrões da cultura vigente são a supremacia do individualismo, em detrimento do altruísmo e do personalismo. Todos os outros são colocados em segundo lugar e até descartados. O individualismo estalado e globalizado, na nossa sociedade traduz-se na absolutização do ter, do poder e do prazer. Os outros são derrotados, descartáveis, sobrantes, excluídos e marginais.
Este admirável mundo, que nunca imaginei experienciar será com certeza mais incerto, mais arriscado e mais pobre. O individualismo egoísta globalizado vai gerar certamente “povos da opulência”, mas seguramente vai gerar muito mais “povos da indigência”. Esta realidade vai alargar as desigualdades entre ricos e pobres, o império do mercado e a iniquidade social. Esta sociedade egoísta é o caminho para o abismo. A história recente demostrou isto mesmo.
Ser caluniado dói, magoa, fere a alma, destrói a nossa autoestima, traz indignação, revolta e até mesmo vontade de desistir. A vontade de passar informações faz parte do homem, é a comunicação, é uma ação humana natural e normal, mas na maioria das vezes esquecemo-nos do outro e não medimos as consequências das nossas palavras.
Quando alguém não controla a cobiça, o resultado é a inveja, que desperta o instinto animal de prejudicar o próximo pela difamação. O vaidoso que é infestado pelo orgulho e pela arrogância, é muito propenso a usar a intriga. O egoísmo é o resultado da maldade, da indiferença para com o próximo e, portanto, pela falta de escrúpulos pode-se criar as mais gigantescas mentiras com a idéia de prejudicar o seu semelhante.
O caluniador é uma pessoa que está sempre em conflito consigo mesmo. Quem está de bem com a vida não tem sequer vontade de caluniar, quer apreciar as coisas boas da vida. Assim, no caso da intriga esquecemos as qualidades boas das pessoas e exaltamos as más.
Ditados populares como "onde há fumo há fogo", em verdade são armas utilizadas pelos caluniadores. O correto é: "onde há fumo há um caluniador". Para bom entendedor, quem está sendo exposto não é o caluniado, mas sim o caluniador: revela-se e desvenda um interior em permanente conflito.
A calúnia mostra o forte instinto maldoso de usurpação da dignidade do outro pelo engodo e o embuste. Contudo, mesmo que a calúnia possa enegrecer a reputação, não pode nunca manchar o caráter. Scheakespeare escreveu: "Mesmo que sejas tão puro quanto a neve, não escaparás à calúnia". No meu caso sou mais parecido com o açucar amarelo.
Hoje todos temos opinião sobre tudo, mas a realidade é que nada conhecemos. As pessoas produzem juízos apressados, que levam a condenações precipitantes, baseados em estereótipos, pensamentos tacanhos.
Podemos dizer que vivemos também na época do fast food intelectual e, isto por culpa de comentadores, políticos, jornalistas, escritores e publicitários.
Os espaços informativos de qualquer canal televisivo são autênticos hamburgers, já as novelas e as revistas cor-de-rosa são a sobremesa servida em forma de donuts.
Penso que cada vez mais o problema está na família e na escola que temos hoje. Os pais intoxicam as crianças, desde muito cedo com desenhos animados, videojogos e telenovelas, de forma a não chatearem muito. Depois é normal que estas crianças quando passam a vida adulta, não tenham uma vida saudável e equilibrada em termos de raciocínio.
O conhecimento das pessoas aumentou, mas é feito de banalidades, ou seja, repleto de hamburgers, donuts e intoxicações de que são vítimas diariamente.
Por isso, nenhuma admiração que nestes tempos de abundância e desenvolvimento tecnológico, os grandes pilares do desenvolvimento humano estejam em decadência. Os valores da família são contestados, as tradições esquecidas, a cultura violentada e a arte passou a ser doentia, fútil e desinteressante.
Por outro lado, floresce a pornografia, a imitação banal, o egoísmo, o individualismo e, os grandes tráficos mundiais. Acho que não é o fim de uma forma de civilização, ou a decadência final, como muitos vão apregoando.
Penso que tudo isto não passa de obesidade mental, isto é, o homem dos nossos tempos está bastante adiposo no pensamento, nos sentimentos e gostos. Como todos os grandes responsáveis pelos desígnios da civilização apregoam, de que o mundo necessita de grandes reformas, desenvolvimento económico e progresso tecnológico. Na minha opinião nada disto é uma necessidade premente. Mas sim, é urgente que o homem comece a fazer uma dieta mental, caso contrário correremos o risco do cérebro humano perder a racionalidade que o caracteriza.
Francisco Fonseca
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