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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Dois caças das forças armadas iranianas abateram um avião não tripulado "drone" dos Estados Unidos, no seu espaço aéreo. Trata-se de um aparelho norte-americano RQ-170, que foi abatido no Leste do Irão, próximo da fronteira com o Paquistão e o Afeganistão, estando agora na posse de tropas iranianas. O Pentágono manteve segredo deste episódio para não perturbar as eleições nos EUA.
No jogo estratégico da guerra tecnológica, os Estados Unidos recorrem frequentemente a aviões não tripulados para atacar insurgentes no Iraque, no Afeganistão, assim como em outros países da região. Nesta quinta-feira sete alegados membros da Al Qaeda foram mortos num ataque aéreo lançado por um drone americano na cidade de Jaar, no sul do Iémen.
Este aparelho, segundo o New York Times fazia parte de uma das missões mais secretas conduzidas pelos Estados Unidos para recolher informação sobre o Irão. O aparelho norte-americano não estava armado e cumpria uma missão de observação, sendo esta resposta iraniana inédita. A sua descoberta, deitou por terra a missão e está a provocar muita tensão nas chefias militares do Irão e a embaraçar os estrategas do Pentágono em Washington.
Este episódio é mais um incidente no relacionamento muito tenso entre Teerão e o ocidente. A explosão ocorrida numa base militar do país, no dia 12 de Novembro, tem alimentado muita especulação. Os Guardas da Revolução dizem que se tratou de um acidente, mas nos corredores políticos fala-se de possível ataque externo vindo do ocidente.
Esta nova escalada de tensão começou com o último relatório da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) que levanta fortes suspeitas sobre as intenções militares do programa nuclear iraniano. Israel diz que tem míssil capaz de atingir e destruir instalações nucleares iranianas. Em resposta, Teerão ameaçou com uma resposta esmagadora no caso de um eventual ataque de Israel. Espero que o bom senso impere, pois um ataque levaria a mais conflitos e a perda de muitas vidas humanas.
Os Estados Unidos iniciam 2012 com muitos paióis para controlar. O secretário americano da Defesa, Leon Panetta, referiu a Índia e a China como ameaças para a segurança dos Estados Unidos, a par do Irão, da Coreia do Norte e dos ataques na internet.
Em contraponto com a diplomacia americana o secretário da Defesa juntou à lista a Índia e China, proferindo as seguintes palavras: "Enfrentamos ameaças de potências emergentes, como a China, Índia e outros países, contra os quais devemos manter a nossa guarda e certificarmo-nos sempre de que temos poder suficiente no Pacífico para fazê-los entender que não cedemos". Assim, as surpresas podem acontecer, também, na Ásia - não faltam braseiros potenciais.
A par da luta pela hegemonia dentro da União Europeia e do crescente radicalismo dentro do Congresso norte-americano, há vários pontos do mundo à espera de um fósforo. Qualquer um deles tem carga suficiente para fazer sacudir os mercados.
A ameaça atual do Irão em bloquear o estreito de Ormuz pode potenciar um conflito entre Israel e o Irão, patrocinado pelos Estados Unidos, com impactos nos circuitos logísticos do petróleo e no seu preço, bem como num conflito mais generalizado que pode incendiar.
O estreito de Ormuz situa-se numa posição estratégica do Golfo Pérsico. Separa o Irão, a norte, dos Emirados Árabes Unidos e do Omã, a sul. Passam por lá cerca de 40 por cento das importações de petróleo dos EUA e da Europa. Não tenho grandes dúvidas que se o Irão fizer o bloqueio, os Estados Unidos vão reagir militarmente, resta saber com que forças aliadas, pois não creio que o façam sozinhos, apesar de terem poderio suficiente.
A economia mundial é controlada pelas gigantes corporações multinacionais, que controlam os fluxos de capitais nos cinco continentes, onde os Estados passaram a ser os seus instrumentos de expressão, das suas vontades. A globalização redefiniu uma nova organização económica, aumentando as diferenças entre os países desenvolvidos e em vias de desenvolvimento.
A crise imobiliária nos EUA em 2008 espalhou o caos na Europa, a crise das dívidas soberanas na Europa espalha a desconfiança em todos os mercados do Mundo. As principais bolsas da Europa, Estados Unidos e Ásia reflectem ganhos ou perdas, consoante os resultados da actividade económica dos Estados Unidos, Europa e China.
As medidas de austeridade que estão a ser adoptadas, como forma de resolver as dívidas públicas podem levar o doente à morte. No caso português, por exemplo as grandes reformas estruturais do Estado, da Administração Pública, da banca, do tecido produtivo e da sociedade em geral, sem as quais o nosso país não conseguirá sair da crise económica e social, nem sequer ainda foram pensadas e arquitectadas.
Todos sabemos de que o endividamento leva a um crescimento fraco, que conduz a uma crise global de confiança, donde diminui a procura e reduz o investimento, que leva, por sua vez, a uma diminuição de criação de emprego. O desemprego é a grande chaga dos nossos tempos, este ciclo vicioso está a ganhar terreno, muito agravado pela indecisão e disfunção dos políticos, pois estão reféns das grandes multinacionais, que através do seu poder monopolista moldam o mundo, segundo os seus interesses económicos.
A economia mundial necessita de um reequilíbrio interno e externo. Internamente os países têm de criar estímulos à economia, para que o consumo privado aumente, o que não está a acontecer, bem pelo contrário, existindo uma forte retracção com as medidas de austeridade. Por outro lado, é preciso um reequilíbrio externo, ou seja, um aumento das exportações, de forma a compensar a quebra da procura doméstica.
Ao reflectir sobre a evolução da economia mundial, temo por tempos difíceis, pois “a maior desgraça de uma nação pobre é que em vez de produzir riqueza, produz ricos (Mia Couto)”, isto aplica-se ipsis-verbis ao sistema económico mundial vigente, que é incapaz de produzir riqueza, mas que ao mesmo tempo produz mais ricos e por outro lado mais pobres.
Estes dois gigantes económicos são aliados ou adversários? O dólar americano e o yuan são moedas concorrentes no comércio internacional? Após a crise mundial de 2008 a economia norte-americana ainda não conseguiu reerguer-se. Os EUA querem mudar de paradigma, ou seja, de maior consumidor mundial, para grande exportador internacional. A China é uma porta para escoar as suas exportações, mas a constante desvalorização do yuan face ao dólar faz com que os preços, dos produtos americanos sejam elevados, isto explica, em parte o deficit da balança comercial com a China.
Quando a china se constipa, o mundo fica com febre. Uma China forte pode representar uma ameaça, para o futuro dos Estados Unidos. Mas actualmente os dois países são dependentes um do outro. O desenvolvimento da China depende muito dos investimentos norte-americanos e o governo norte-americano não funcionaria, se o Banco Central chinês não comprasse boa parte da dívida dos EUA.
Por outro lado, podemos estar a assistir a uma mudança geopolítica do Atlântico para o Pacífico. Hoje, existe uma grande ansiedade nos homens de negócios e políticos norte-americanos, devido a uma sensação pouco familiar, pois assistem a tomada de decisões, numa parte do mundo muito distante e por comunistas. Na minha opinião, esta aliança estratégica chegará ao fim, resta saber se o divórcio será litigioso.
Muitos analistas olham esta intervenção da OTAN na Líbia, com o aval da UN, como uma forma de afastar a China do Mediterrâneo. A economia chinesa cada vez mais necessita de energia, os seus investimentos na Líbia eram avultados e representava a porta de entrada em África, para explorar fontes energéticas. Por outro lado, o controle da costa mediterrânica não está nas mãos dos EUA e assim ficará.
Este bloqueio energético, de que a China está a ser alvo pode trazer consequências imprevisíveis. A ganância, a arrogância e a busca da hegemonia norte-americana, pode arrastar o mundo para um conflito mundial.
A Europa deveria ter uma palavra a dizer, mas está completamente acorrentada, pois os países da OTAN, como a Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália são autênticas marionetas de Washington. A grande ambição dos EUA do século XXI, passará por mandar na China, Rússia, América do Sul, África e no Médio Oriente e, ninguém duvide que esse objectivo será perseguido a todo o custo, se o vão conseguir, a ver vamos.
Grande embaraço para a diplomacia dos Estados Unidos, o site WikiLeaks, responsável pela divulgação de outros documentos secretos, divulgou cerca 250 mil telegramas enviados pelos representantes diplomáticos de todo o Mundo, para o departamento de Estado dos Estados Unidos.
Muitas personalidades e líderes mundiais foram espiados. Até Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, não escapou, apesar de esta organização ser um território neutral onde a espionagem está proibida. Seguiram-se, Sarkosy, Angela Merkel, Putin, David Cameron, Berlusconni, entre outros. Sarkosy é considerado um político birrento, David Cameron um peso leve, Angela Merkel pouco flexível, Putin e Berlusconi gostam de festas selvagens. Até aqui nada de surpreendente, tudo isto é do conhecimento público.
Outra revelação explosiva refere, que um alguns estados árabes sunitas, entre os quais, Arábia Saudita, Emirados árabes Unidos e Egipto, pressionaram os Estados Unidos para uma intervenção militar no Irão, o que pode fazer estalar o verniz na situação do Médio Oriente. Num desses documentos o Rei Abdullah exorta os EUA para atacar o Irão.
As reacções tem sido prudentes, cautelosas, da maioria dos representantes políticos dos países visados, mas uma coisa é certa, as fontes dos serviços secretos dos Estados Unidos perderão a confiança nos seus agentes. A secretária de Estado Hillary Clinton disse que este caso constitui um grave ataque contra os Estados Unidos e contra a comunidade internacional. Com certeza, que as relações de confiança entre as nações sai minada. Mas uma coisa é certa, se alguém ainda tinha dúvidas de quem controla o Mundo, economicamente, militarmente, socialmente e culturalmente, hoje ficou bem claro. O Mundo continua a ser unipolar, talvez um dia deixe de ser, mas esse dia está muito longe…pena que assim seja! Novo ataque está a ser preparado, agora contra a banca internacional.
Francisco Fonseca
Sala principal da Cimeira da NATO em Lisboa
Portugal nunca organizou um evento de tanta complexidade em termos de segurança. É sem dúvida um grande desafio para as forças e serviços de segurança.
Nestes próximos dois dias vão decorrer, a par da cimeira da NATO, a cimeira NATO/Rússia e Estados Unidos/União Europeia.
Do novo conceito estratégico, que vier a ser aprovado, muito vai depender o futuro desta organização atlântica. A situação do Afeganistão também vai passar por Lisboa, pois a passagem da responsabilidade, do controlo dos talibãs, para os afegãos vai ser concertado estrategicamente.
As ameaças e os riscos são reais, sendo necessário o levantamento de todas a vulnerabilidades, em termos de terrorismo, violência urbana e criminalidade altamente organizada.
Espero que nenhuma janela de oportunidade tenha ficado aberta, pois caso contrário o pior pode mesmo acontecer, faço votos para que tudo decorra dentro da normalidade.
Francisco Fonseca
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