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O trampismo ficou sem palco

por franciscofonseca, em 07.11.20

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Hoje venceu uma nova esperança. Espero que a vitória de Joe Biden contribua para um futuro diálogo, em torno das grandes questões que afetam a humanidade. As políticas que conduziram o mundo nos últimos 50 anos estão esgotadas. Transformaram as sociedades muito assimétricas, nomeadamente no que diz respeito ao bem-estar social. Hoje vivemos num mundo extremamente desigual, onde uma pequena percentagem vive na estratosfera e a esmagadora maioria vive em condições extremamente sofríveis. São necessárias novas abordagens, em múltiplos sentidos da vida em sociedade.

Chegou a altura da instituição de novas lideranças mundiais, no sentido da compreensão das desigualdades sociais, no mundo contemporâneo analisando algumas relações essenciais entre desigualdades nacionais, internacionais e globais.

Quando o descontentamento generalizado se apodera das sociedades, as pessoas tendem a refugir-se nos extremismos, pois as promessas são sempre muito aliciantes. O trampismo teve um grande impacto, mesmo sem ideologia, no ressurgimento de movimentos extremistas em várias partes do globo, nomeadamente, na Europa e a sua matriz veio para ficar. Nunca as desigualdades, na sociedade norte americana foram tão profundas, como são atualmente.

A necessidade de uma projeção política social global está longe de se encontrar concretizada na sua plenitude, em várias áreas, nem sequer iniciada. Em vários domínios existem múltiplas lacunas, nem sequer, um grau razoável de consensualização. Tenho esperança de que a vitória de Joe Biden seja o catalisador de uma nova abordagem, no debate no mundo contemporâneo, dirigidos à redução das desigualdades, à promoção da justiça social à escala global e na procura soluções para os grandes problemas que afetam o globo, em especial, as questões climáticas, os conflitos regionais, as emigrações descontroladas, os velhos paradigmas do crescimento económico e o estabelecimento de novos conceitos nas relações internacionais.

Certezas ninguém tem, mas posso dizer com alguma segurança, que já não sou quem era, nem voltarei a ser quem fui, mas serei sempre fiel aos princípios que me foram transmitidos e fundadores dos meus alicerces enquanto ser humano. A felicidade não se resume a ausência de problemas, mas sim a nossa capacidade em lidar com eles.

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publicado às 20:44

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O projeto europeu tinha como grande objetivo enterrar estes monstros em definitivo. Passados estes anos de integração europeia intermitente, com recuos e avanços, a crise económica está a fazer com que o projeto europeu se desintegre e os europeus olhem cada vez com mais ceticismo para a Europa.

O fenómeno ganha cada vez mais força na Europa, os partidos tradicionais estão a desaparecer, por não darem respostas claras às angústias das populações. A tendência dos partidos de extrema-direita com ganhos importantes de popularidade manifestou-se mais recentemente na Áustria, mas também em França, no Reino Unido, na Alemanha, Suécia, Holanda, Finlândia, Hungria, Áustria, Letónia e Grécia.

Perante esta falta gritante de respostas por parte das instituições europeias, crescem os partidos xenófobos, nacionalistas, antieuropeus. As principais divisões são de ordem política, em torno de questões como a União Europeia, os refugiados, a confiança no sistema político vigente.

Do outro lado do atlântico o panorama é delicioso para os politólogos, mas muito preocupante para o futuro dos norte-americanos e do mundo em geral. Mas os motivos que colocam Donald Trump com grande popularidade são muito idênticos, aqueles que na europa potenciam o crescimento da extrema direita. Nos EUA a classe média tem cada vez mais dificuldade em acender.

Quem diria que nos primeiros anos deste século, a América e a Europa chegariam a um impasse. Os responsáveis políticos mundiais e principalmente europeus têm de encontrar uma forma de disseminar o sentimento de entusiasmo e de esperança para as pessoas, caso contrário, os povos poderão mergulhar novamente na escuridão profunda.

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publicado às 19:59

A Alemanha tem sido a economia mais pujante da Europa, na última década, somando superavits consecutivos, para além de exportar milhões de carros todos os anos, também exportou milhões de euros, para os países da periferia da Europa. Também não existem dúvidas de quem manda nas principais instituições europeias é a Alemanha, ou seja, quem tem dinheiro dita as regras, sempre foi assim na história dos povos. E, quando assim acontece, normalmente, a tentação germânica para a expansão em busca do mar é inevitável.

Os países que estão em crise financeira, Grécia, Portugal, Irlanda, Itália, Espanha, por acaso são os que têm as maiores extensões de mar agregadas ao seu território em termos europeus. Bem, apenas um dado curioso, mas que em termos geoestratégicos se revela da maior importância. Na minha opinião, a dívida grega está a ser usada como um instrumento, uma ferramenta, para impor uma política de chantagem perante os países em dificuldades económicas.

O objetivo da Troika, do BCE, da Comissão Europeia, do FMI não é proporcionar o crescimento económico na Grécia, nem nos outros países, bem pelo contrário, perfeitamente conscientes desta política de empobrecimento generalizado. Esta perceção global da crise serve os interesses estratégicos, no sentido de reduzir os salários e os níveis de vida das populações, porque querem uma economia de lucros sempre crescentes, que servem os interesses das grandes multinacionais. Aqui reside a verdadeira motivação. Querem ajudar e fortalecer os grandes monopólios financeiros como o Goldman Sachs, o Deutsche Bank, o JP Morgan e todos os grandes bancos privados da Europa e dos EUA.

O meu propósito passa por contribuir para a desconstrução desta perceção global que tomou conta da maior parte da consciência das pessoas e dos países. Imaginem que o dinheiro que está a ser pago aos bancos privados pelos países intervencionados e por todos aqueles que têm dívidas fosse usado para aumentar salários, estimular a economia, criar empresas e subsequentemente diminuir o desemprego, aumentar a procura interna e as exportações. Existem exemplos como a Argentina e o Equador que deixaram de pagar as suas dívidas e não pedem financiamento aos bancos privados e aos mercados. Apesar das dificuldades iniciais e do choque, atualmente estão recuperados e com as suas economias a crescer e com as suas finanças equilibradas. Esta perceção global tem de ser desconstruída pelos países em crise, coordenados e por oposição às intenções expansionistas germânicas.

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publicado às 17:59

A história recente dos massacres nos EUA

por franciscofonseca, em 15.12.12

Ontem o tiroteio na escola na cidade de Newtown, no estado de Connecticut está entre o mais mortal na história moderna dos EUA. Adam Lanza, 20 anos, matou sua mãe antes de matar 26 pessoas, sendo 20 com idades de 5 a 10 anos. O massacre num cinema em Aurora, no Colorado, a 20 de Jullho deste ano, levado a cabo por James Holmes, de 24 anos,  causou 12 mortos e 58 feridos.

O major Nidal Malik Hasan, que servia o exército dos EUA em Fort Hood, Killeen, Texas, como psiquiatra abriu fogo dentro da base militar matando 13 companheiros e ferindo 29. A 16 de Abril de 2007, Cho Seung-Hui, de 23 anos, realizou o maior massacre ocorrido, nos EUA, na Universidade Virginia Tech matando 32 estudantes e ferindo 17, suicidando-se logo de seguida.

Robert Charles em 02 de Outubro de 2006, na Zona Este da Pensilvânia, mata cinco meninas, entre os sete e 13 anos, e fere outras cinco numa escola da minoria religiosa amish, tendo-se suicidado quando a polícia chegou ao local.

Em 21 de Março de 2005, Red Lake, Minnesota, Jeffrey Weise de 16 anos mata no seu liceu nove pessoas, incluindo cinco alunos, antes de se suicidar. A 29 de Julho de 1999, depois de matar a mulher e os dois filhos, Mark Orrin Barton, especulador bolsista de 44 anos dispara contra duas sociedades de corretagem em Atlanta, Geórgia, matando nove pessoas, suicidando-se depois.

Em Columbine, 20 de Abril de 1999, no Colorado, dois estudantes abrem fogo no liceu, tendo morto doze alunos e um professor, os atiradores suicidam-se.
A 16 de Outubro 1991, um homem mata 22 pessoas num restaurante de Killeen no Texas e deixa feridos mais duas dezenas, antes de se suicidar.

O soldador James Huberty entrou no McDonald’s, San Ysidro, California, em 18 de Julho de 1984 abriu fogo, matando 21 pessoas e ferindo 19 antes de ser baleado por um atirador da polícia. Estudante de engenharia Charles Joseph Whitman, 25 anos, da University of Texas, Austin, a 01 de Agosto de 1966 abriu fogo contra estudantes matando 13 e feriu 32, antes de ser morto por um atirador da polícia.

As sociedades como a dos Estados Unidos, materialmente desenvolvidas estão a perder a sua matriz identitária e os laços e valores essenciais para se viver em comunidade. A nova cultura valoriza o sucesso material, o resto das pessoas são marginalizadas. O maior erro da nossa sociedade é que as pessoas já não valorizam a vida.

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publicado às 20:02

Barack Obama vence Mitt Rommey com estreita vantagem e vai governar um país polarizado, cujas divisões foram exacerbadas por uma campanha eleitoral muito agressiva. Estas divisões resultaram da recessão econômica, da desigualdade crescente, das mudanças demográficas e da competitividade ameaçada.

Por outro lado, os republicanos continuaram no controle da Câmara dos Deputados, enquanto os democratas, de Obama, estão no comando do Senado, mas existirão concerteza políticos menos moderados dos dois partidos na sua composição. Essa é a receita para mais paralisia e confrontos sobre impostos e gastos durante o segundo mandato de Obama. Alcançar o consenso mesmo na legislação mais rotineira será difícil. Não haverá muita boa-vontade no Capitólio e as  linhas partidárias serão reforçadas depois desta eleição.

A acrescentar a estas dificuldades existem outras realidades sombrias. Os EUA apresentam quebras na receita fiscal, deficits cada vez mais elevados, serviços públicos mal financiados, e uma infraestrutura nacional em decadência. Atualmente os EUA têm níveis insustentáveis de dívida, desequilíbrios fiscais gigantescos e políticas públicas irresponsáveis promovidas por setores de interesses especiais, como os do armamento e do sistema financeiro.

Muito cuidado, não devemos subestimar a capacidade dos EUA em renovar as suas energias e reverter a deterioração. Este país possui ímpares e enormes trunfos: dimensões continentais, recursos naturais vastíssimos (incluindo petróleo e gás e abundante produtividade agrícola), e uma população numerosa e largamente instruída, além de continuar a ser a maior economia do mundo.

Além disso, a sociedade é relativamente aberta e seu sistema educacional absorve talentos oriundos de todo o mundo; continua a ter das melhores universidades de pesquisas do mundo, com uma capacidade extraordinária, em termos de inovação tecnológica, que se baseia na cooperação singular entre empresas, universidades e governo. O grande desafio de Obama é fazer com que os EUA consigam capitalizar sobre estes valiosos trunfos, devolver o dinamismo à economia e levar a moderação e a cooperação pragmática de volta às políticas públicas do país.

Na grande estratégia dos EUA, a Europa deixa de ser uma prioridade, os americanos não estão interessados em discutir a crise europeia e as suas consequências. As preocupações dos americanos focam-se na Ásia e Pacífico. A China, o elefante que se está a levantar, o Médio Oriente e o Norte de África, por questões de Segurança. A ver vamos se para os Estados Unidos da América, o melhor ainda está para vir.

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publicado às 18:46

Massacre nos EUA e os assassinos solitários

por franciscofonseca, em 21.07.12

Frustração, solidão e tendência a culpar os outros pelos próprios erros são pontos em comum, que ligam autores de um tipo de crime, que sempre ganha a atenção da sociedade por ter caráter fugaz, frio e calculista. Estes atiradores concentram as mortes em uma única ocasião, promovendo massacres que, em geral, servem apenas para um propósito, o de chamar a atenção.

A chacina desta sexta-feira é o pior episódio desde o massacre de 33 estudantes na universidade Virgínia Tech, em 2007, e aconteceu a apenas 20 quilômetros do massacre do instituto de Columbine, onde em 1999 dois alunos mataram 13 pessoas antes de se suicidarem.

O pouco que se sabe sobre James Holmes aprofunda o significado do drama nacional que se vive nos EUA, com mais um episódio na cidade Aurora, Colorado. Numa nação impulsionada em 2001 ao medo do terrorismo, mais uma vez um capítulo triste é escrito por um indivíduo sem nenhum tipo de envolvimento político, mas marcado pela reclusão e pela discrição.

O autor do massacre que provocou 12 mortos comprou legalmente as armas que utilizou para realizar o massacre, assim como as 6 mil munições  que comprou pela internet nas últimas semanas. Muitos teóricos defendem que proibindo todas as armas e todos os filmes violentos, estas matanças de inocentes acabarão por terminar. Mas seja qual for a teoria, nenhuma serve para explicar o inexplicável, apenas servem para atenuar o nosso sentimento de vulnerabilidade que sentimos perante este tipo de tragédias.

Independentemente das restrições a armas ou a filmes, psicopatas isolados e armados sempre existirão. Por mais irónico que pareça, a única coisa a esperar, é que no momento em que alguém usa uma arma para matar inocentes, exista também outra arma, de preferência legítima, para o parar.

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publicado às 12:19

Passaram 10 anos desde que os primeiros prisioneiros chegaram à prisão de Guantánamo, base naval dos Estados Unidos, em Cuba. As idades dos prisioneiros situavam-se entre os 12 e os 89 anos. Muitos só foram parar à prisão porque foram encontrados no lugar errado e no momento errado. Guantánamo foi construído com base na injustiça e mentiras, onde foram e continuam a ser cometidas as maiores atrocidades.

Na realidade, muitos dos quase 800 presos enviados para Guantánamo eram inocentes, apenas fugiam do caos e da violência causada pela guerra quando as forças americanas entraram no Afeganistão. Uma vez em Guantánamo, a maioria dos prisioneiros foram sujeitos à tortura: solitária sem luz, privação do sono, alimentação forçada, agressões físicas.

Este pesadelo continua hoje, para cerca de 90 prisioneiros, apesar das promessas do Presidente Obama, em fechar Guantánamo e acabar com as políticas ilegais da administração Bush. Esta realidade, nos dias de hoje é um símbolo global das violações dos direitos humanos, que demonstra o respeito decadente dos Estados Unidos, para com os direitos humanos, as regras e a lei.

Este é um aniversário que não deveria ter existido, pois dez anos de prisões ilegais são muitos anos. Nos três anos da era Obama muitos homens morreram sem nunca terem conhecido um tribunal.

O que começou com muita opacidade e calamidade transformou-se num sinal claro, de que os Estados Unidos não querem seriamente, como apregoam, conduzir o mundo em liberdade e justiça. Chegou a hora de fechar definitivamente Guantánamo.

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publicado às 23:15

Agora chegou a hora da verdade para a Europa

por franciscofonseca, em 21.11.11

A grande família europeia prepara-se para sofrer grandes cisões no seu seio, alguns membros vão ser abandonados e outros deserdados. A crise descontrolada da zona euro potencia as reuniões sectoriais, as opiniões mal fundamentadas e as declarações precipitadas, dos principais atores, que tutelam as altas instâncias políticas europeias. Os cidadãos sentem-se desconfortáveis, mas ainda não saíram da cadeira de espectadores.

O arquiteto do projeto europeu, Jean Monnet disse em meados do século passado, que “os países da Europa são demasiado pequenos para assegurar aos seus povos a prosperidade e os avanços sociais indispensáveis”. A ideia passava por construir uma Europa do topo para a base, construindo instituições coesas, com fortes ligações políticas e económicas, através de um projeto ambicioso.

Esta visão caiu por terra, a Europa é determinada através de meios e não de objetivos, os mercados financeiros ditam as regras aos políticos e estes vão sendo esmagados, assim como, a própria Europa e os seus cidadãos.

Bem sabemos que existem grandes assimetrias entre os diversos países, mas o trabalho precário e a erosão da proteção social em várias áreas começa a generalizar-se. Há gerações que vão enfrentar piores condições de vida, do que os seus progenitores. E este é um sinal que não pode, de todo, ser ignorado.

Existe uma distribuição desigual, que é determinada não só pela necessidade, mas também por aqueles, que detêm o poder e o controlo sobre as instituições europeias.

Muito cuidado, pois a força da Europa sempre residiu na sua diversidade e não em qualquer pacote de nacionalismos. Todas as tentativas se revelaram catastróficas ao longo a história. A catástrofe até agora é somente económica, por isso é chegada a hora, como afirmou a senhora baronesa Merkel, de “formar uma união política na Europa”, mas desde que as regras não sejam ditadas pela união entre Berlim e Paris, se vier a acontecer a catástrofe será gigantesca.

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publicado às 23:11

Assim vai a europa e o euro

por franciscofonseca, em 17.11.11

A zona euro continua sobre brasas devido ao possível contágio entre os países do euro. Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha são os países que se encontram na posição mais delicada, devido a sua atuação indisciplinada com os gastos públicos e com a dívida excessiva. Para piorar as coisas estes países possuem também elevados défices orçamentais, prevendo-se para este ano défice/PIB de 8,5% para Portugal, 19,4% para Irlanda, 5,3% para Itália, 9,4% para Grécia e 11,5% para Espanha, por isso a desconfiança dos investidores.

A Espanha em risco com subida recorde dos juros da sua dívida pública; Itália vai ter de despedir 300 mil funcionários públicos e os juros não param de subir; na Grécia a direita recusa assinar o compromisso com a troika o que vem dificultar as negociações e em Portugal a troika avisa que vão ser necessários mais cortes nos vencimentos dos funcionários públicos e dos privados.

Mas como já referi aqui neste blog, não há uma verdadeira vontade política para resolver esta crise. A chanceler alemã e o presidente francês estão a submeter a democracia aos mercados financeiros. Hoje, a França, Áustria e Bélgica estiveram de novo sob stresse nos mercados da dívida, pode ser que isso os faça arrepiar caminho. Na periferia a situação contínua tensa e agrava-se na Itália, Grécia e Espanha.

A crise da dívida que assola a Europa poderá ser uma oportunidade para desvalorizar o euro, que ontem renovou mínimos de mais de quatro anos. Se o euro cair abaixo da paridade com o dólar, sem dúvida que será uma boa notícia para a Europa. A queda do euro pode vir a dar um impulso que pode salvar a zona euro de resvalar para uma recessão profunda. A minha aposta vai nesse sentido, pois será a única forma de tornar as exportações europeias mais competitivas, em contraponto com as exportações dos EUA, que ficariam mais caras.

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publicado às 19:08

O dólar segura império americano e afunda euro

por franciscofonseca, em 04.11.11

Em 1971, os EUA tinham uma enorme dívida, resultado da guerra do Vietname. Muitos países exigiram o pagamento das dívidas em ouro, porque não confiavam no dólar, mas Nixon recusou-se a pagar em ouro, pois ele sabia que não tinham essa quantia. Logo de seguida, os EUA fazem um acordo com a Arábia Saudita, instituindo que a OPEP (países exportadores de petróleo) vendessem o petróleo apenas em dólares. De repente, o mundo só pode comprar petróleo com dólares e o dólar torna-se uma moeda muito, muito forte e de implementação mundial.

Atualmente, os EUA, mais uma vez, é um país falido, com dívidas enormes, maiores do que qualquer país alguma vez teve na história do mundo. E se algum desses países pedisse o reembolso dessa dívida, noutra moeda que não seja o dólar, os EUA estariam em grandes apuros. Saddam ameaçou vender petróleo com outras moedas, que não fossem o dólar, teve de ser eliminado. Se ele tivesse cedido, ele ainda estaria à frente do país e os EUA ainda lhe venderiam armas de guerra.

Tenho a certeza que o euro nunca conseguirá destronar o dólar, como moeda de referência, nas transações do petróleo. Isto não pode acontecer, pois seria a queda do império americano. Eles não vão permitir que isso aconteça, doa a quem doer.

Hoje, a grande maioria dos países estão infiltrados pelas "agências americanas”, que influenciam os governos consoante os seus interesses. Quem tem dúvidas basta observar o que está a acontecer com a Europa e com o euro. O modus operandi é sempre o mesmo, ou seja, fazem com determinados países consigam enormes empréstimos a partir do Banco Mundial, ou a partir de uma das suas organizações. Este dinheiro na realidade não vai para os países, mas sim para corporações e multinacionais americanas ai sediadas, que apenas beneficiam os mais ricos desses países.

Aos mais pobres é deixada uma enorme dívida, que eles nunca a vão conseguir pagar. De seguida as “agências” cobram os favores, que podem passar pela venda de petróleo mais barato as companhias americanas, ou condicionar os votos nas Nações Unidas, ou ainda, enviar tropas como foi o caso do Iraque, onde Portugal também teve de participar.

É desta forma que os EUA conseguiram criar o império. São eles que ditam as leis, controlam o Banco Mundial, o FMI, as Nações Unidas, as agências de rating. Como são eles que escrevem as leis, as coisas que as“agências” faz não são ilegais.

Endividar enormemente os países e depois exigir uma troca de favores, isso não é ilegal, deveria de ser mas não é. Uma das características de um império é que força a sua moeda ao resto do mundo e foi isso que fizeram no passado e continuam a fazer presentemente com o dólar.

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publicado às 19:37


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