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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
O mundo na última década sofreu grandes transformações e a uma velocidade que aumentará exponencialmente no futuro próximo. Identificar os riscos futuros, de forma a poder antecipá-los é cada vez mais difícil. O problema é que cada vez mais agimos de forma reativa depois dos problemas eclodirem. A grande instabilidade macroeconómica por que passamos é disso um bom exemplo, a par dos eventos climáticos extremos, a fome, os Estados falhados e os conflitos armados.
No curto e médio prazo continuaremos a assistir ao aumento das desigualdades, na distribuição da riqueza e das dívidas públicas insustentáveis, principalmente devido as políticas erróneas do passado e do presente, implementadas a nível nacional e internacional. O risco da disseminação do fracasso financeiro sistémico, em conjunto com os desequilíbrios fiscais crónicos poderá desencadear um stress, no sistema económico global.
Os episódios climáticos extremos serão cada vez mais frequentes, as emissões de gases com efeitos de estufa continuam a aumentar. O sistema ambiental está sob um stress crescente, onde o fornecimento de água potável, a par da escassez alimentar, do aumento das temperaturas globais, a que se junta a crise económica para que aconteça a tempestade perfeita, com consequências insuperáveis.
Apesar dos gigantescos progressos na área da saúde, a humanidade sempre esteve sob ameaça de doenças infeciosas, pandemias, mutação de vírus altamente mortíferos, que estão sempre à frente da investigação científica. A crescente resistência aos antibióticos poderá levar ao desastre em termos de doenças bacteriológicas.
A era digital representa também, um risco para a humanidade, que poderá passar por uma desinformação massiva com riscos tecnológicos e geopolíticos que podem passar pelo terrorismo, disseminação de armas de destruição massiva, ciberataques, até à desgovernação global. A internet coloca online um terço da população mundial e um conteúdo ofensivo ou mal interpretado poderá despoletar crises impensáveis. A humanidade evoluirá de forma radicalmente incerta e dentro de uma complexidade crescente.
No chamado corno de África que inclui o Quénia, Somália, Etiópia e Eritreia morrem centenas de crianças diariamente devido à fome, pois as organizações humanitárias e as Nações Unidas não conseguem chegar, com meios suficientes para salvar estas vidas. Estima-se que só entre Abril e Agosto de 2011 tenham morrido mais de 100 mil crianças. Não existem números oficias, mas a catástrofe humanitária pode ser gigantesca, com números arrepiantes.
Três milhões de habitantes no Quénia, 3,7 milhões na Somália, 4,5 milhões na Etiópia e 2,5 milhões na Eritreia estão afetados pela fome. Para amenizar o problema, o Banco Mundial, Estados Unidos, ONU e a União Europeia, além de dezenas de organizações não-governamentais de todo o mundo, doaram milhões de euros para combater este flagelo. Nem assim conseguiram resolver a situação.
O grande problema nesta região prende-se com segurança. As organizações humanitárias, para desenvolverem o seu trabalho necessitam de condições de segurança, sem as quais não conseguem fazer chegar a assistência humanitária a quem mais precisa. Por exemplo, na Somália, duas partes a sul são controladas por Al Shabad, um grupo de radicais islamitas, com ligações à Al- Qaeda.
Muito se fala no crescente mal-estar causado pelos altos níveis de desigualdade crescente, em todo o mundo, que tem sido evidenciado por movimentos como o Ocupa Wall Street e a Primavera Árabe. Estes movimentos podem fazer descarrilar o processo da globalização e ameaçar as economias globais. A atenção política imediata está concentrada em responder a esta agitação social, que gerará nacionalismos, protecionismos e um retrocesso no processo de globalização.
Na minha opinião urge que as nações deem passos concretos, para prevenir desastres catastróficos futuros nesta região e noutras, pois a globalização não pode ser vista somente na sua vertente económica, pondo de lado a sua vertente humanitária, caso contrário poderá efetivamente dar-se um retrocesso civilizacional.
As Nações Unidas, nunca no século XXI, tinham declarado qualquer região do Mundo em situação de fome. Duas regiões no sul da Somália enfrentam a pior seca, de que há memória na África Oriental, em mais de 50 anos. Estão a ser afectadas 3,5 milhões de pessoas, que se encontram em risco de vida, devido a não haver comida e água. Nesta parte do Mundo perdem-se diariamente centenas de vidas humanas, como se fosse de morte natural. O foco das atenções mediáticas está centrado na crise da dívida pública da zona euro, na crise da Síria, na guerra na Líbia e na reacção dos mercados financeiros ao acordo alcançado, recentemente, entre democratas e republicanos nos EUA.
Seria expectável, que após as Nações Unidas declararem publicamente esta tragédia humanitária, os governos dos países mais desenvolvidos entrassem em acção para controlar a situação. Todos sabemos que a Somália é um “animal” diferente, sem governo, sem ninguém que se possa responsabilizar. Mas, nestes casos, em que não existem funcionários nem instituições, que possam fazer alguma coisa, é responsabilidade da comunidade internacional fazer com que as pessoas não morram.
A atenção dada pela comunidade internacional tem sido ténue e pouco expressiva. Na minha opinião, enviar milhões de dólares para um Estado sem lei, controlado por insurgentes, não produz qualquer resultado no terreno. Sem uma missão urgente, dotada de fundos de emergência para controlar esta situação, a fome irá disseminar-se a outras regiões da Somália conduzindo milhões de pessoas a morte, a doenças e a deslocações em massa.
Fazem-se guerras para derrubar ditadores e instalar sistemas democráticos, para controlar estrategicamente regiões do globo, para controlar e bloquear o acesso ao petróleo, tudo isto em nome dos direitos humanos e da livre expressão dos povos, onde são gastos muitos milhões de dólares. Mas, enviar uma missão militar para salvar milhões de vidas humanas, nesta região do globo ficaria muito dispendiosa e incomportável para a comunidade internacional, pois não traria qualquer dividendo a posteriori. O Mundo está cada vez mais a caminhar em contra mão, em relação aos valores humanos!
Alguém dizia que tudo na vida passa pela matemática. Nos tempos que vivemos, as contas são mais que muitas e os resultados por vezes divergem. Depende muito de quem as faz, pois a lógica de 2 mais 2 serem 4, está ultrapassada e outras lógicas surgem.
Neste Mundo cada vez mais vertiginoso, onde só se fala em crise e ninguém já se lembra dos milhões de seres humanos que passam fome. Mas existe uma equação para acabar com a fome: Comida = Terra + energia fóssil + água.
Depois, fala-se de manhã até a noite em economia, desde as conversas de café até aos corredores do poder. Mas existe também uma equação fundamental para se entender a economia: Economia = Produção + (moeda corrente x crédito) – custo(minerais + energia + água).
Por fim, os mais ilustres sabedores da economia antiga e da economia moderna, são da opinião que para o país sair da crise é necessário e urgente produzir mais riqueza. Também aqui existe uma equação que nos ajuda a entender melhor este fenómeno de produzir riqueza licita, pois a maior parte é produzida ilicitamente, dessa não vou aqui escrever a equação. Riqueza = Economia x geopolíticas.
Pensem nisto e depois digam de vossa justiça!
Francisco Fonseca
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