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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Os líderes do G8 declararam hoje que querem a Grécia na zona euro. Mas a Grécia já imprime dracmas, a sua moeda nacional. A Grécia está presa num ciclo vicioso de insolvência, baixa competitividade e uma depressão cada vez mais profunda. A maior preocupação dos líderes do G8 prende-se com a necessidade de implementar medidas de crescimento económico, que potenciem o desenvolvimento dos Estados e a criação de emprego, mas nenhuma medida concreta foi colocada na agenda política.
O cenário de a Grécia sair do euro vai ser desastroso para os bancos alemães e franceses, que têm largos milhões de euros em títulos da dívida grega. Mas a Grécia será apenas o primeiro, a Espanha será provavelmente forçada a seguir a mesma via, tal como Portugal e a Itália, embora a situação da dívida italiana seja menos grave.
Os países periféricos da Europa têm problemas de sustentabilidade de dívida e de competitividade do estilo da Grécia. Na minha opinião, Portugal, se não forem introduzidas medidas a nível europeu, que estimulem o crescimento económico, terá forçosamente de reestruturar a sua dívida e sair do euro. Esta política de contenção e ajustes tem a natureza dos zombies, isto é, segue caminhando e tropeçando sem se importar com quantas mortes causa. Este caminho não nos leva a parte nenhuma e não representa um modelo de êxito, apenas potencia o problema e a desgraça dos países e dos seus cidadãos.
Não podemos ter ilusões, uma saída ordeira do euro vai ser difícil, mas assistir à lenta implosão desordeira da economia grega e da sociedade vai ser muito pior. É arrepiante assistir como a Grécia está a ser pressionada, nomeadamente pela Alemanha. Não se via tamanha intromissão na soberania de um país desde meados do século passado. A Europa está a beira do abismo, mas se a Grécia sair do euro, o pesadelo e o inferno serão uma realidade.
O conceito de assimetria tem por base as diferenças estruturais, que podem ser naturais ou adquiridas. A pergunta que faço é se o mundo está preparado para a democracia? O poder democrático deveria garantir a segurança individual, o respeito pelo ser humano, o bem-estar de todos os membros da comunidade, ou seja, oportunidades iguais para todos, independentemente das desigualdades existentes na nossa sociedade. Contudo, todos sabemos que isto não acontece, uma das razões para que não aconteça, tem ver com as assimetrias.
Vejamos algumas das assimetrias, mais brutais do mundo dos nossos dias:
1 – A pobreza, 27% da população mundial vive com menos de 1,25 dólares por dia;
2 – Alfabetização, existe 1 bilião de analfabetos adultos, sendo dois terços mulheres;
3 – População, a Índia e a China constituem um terço da população mundial, isto é, 80% da população vive em países em desenvolvimento;
4 – Riqueza, 15% dos países mais ricos concentram 85% da riqueza mundial, enquanto os 85% mais pobres concentram apenas 15% dessa riqueza;
5 – Ainda na riqueza, sabiam que a cidade de Singapura uma pequena ilha, a sua riqueza produzida anualmente é superior à produzida, por todos os países da África austral;
6 – Para terminar deixo uma verdade em estilo de provocação, sabiam que a energia consumida durante um ano na Índia é a mesma, que a consumida na cidade de Los Angeles, nos EUA. Incrível, mas a lista das assimetrias poderia continuar, mas esse não é o objectivo.
A meu ver o problema das assimetrias é um dos maiores espinhos, que a humanidade tem de enfrentar e resolver, se quisermos viver uma paz duradoira e de respeitos mútuos entre os povos, num quadro de democracias estáveis, de cooperação e desenvolvimento social e económico. Os grupos do G8, os G20 e os outros G`s todos têm de arrepiar caminho e deixar de lado o quadro das democracias voltadas para a afirmação do seu próprio poderio, que infelizmente, são as democracias do nosso tempo.
Francisco Fonseca
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