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Modelo económico alemão tem calcanhares de Aquiles

por franciscofonseca, em 25.10.12

Em 2012, a Alemanha vai ultrapassar a China no volume de excedente externo, colocando-se como o país líder mundial neste indicador (175 mil milhões de euros). A Alemanha acumulou excedentes externos de mais de 1 bilião de euros na última década. O estatuto de país "excedentário" tem sido visto como um instrumento de poder geopolítico e não é encarado, de modo algum, como uma expressão de importantes desequilíbrios que desestabilizam atualmente a zona euro e a União Europeia e que são uma ameaça para a economia alemã no longo prazo.

Em conflito estão as virtudes da exportação e os vícios dos défices. O problema é que num sistema fortemente interligado, como é a zona euro, os dois lados - excedente e défice - estão diretamente interligados.

Atualmente a Alemanha detém um nível de exportação elevado. Mas os trabalhadores alemães não ganharam nada de substancial em termos de rendimento numa década. Os lucros estão em níveis recorde, mas, como as empresas alemãs se globalizaram, o investimento saiu da economia alemã. O investimento em capital na economia alemã está em níveis mínimos recorde. Desde 2000, o investimento líquido na economia alemã em termos de percentagem do PIB está no nível mais baixo de sempre, historicamente registado, excluindo, naturalmente, o período da Grande Depressão. Estes são os calcanhares de Aquiles do modelo alemão.

Os países excedentários não ganham nada a longo prazo com a sua posição de recusa de cooperação com os deficitários. O sistema que permitiu a certos países acumularem excedentes está a caminho do ponto de colapso. Sem cooperação, sobretudo por parte dos países excedentários, um sistema rígido, como é hoje o da Zona Euro implica uma forte cooperação, ou, então, o melhor é quebrar o sistema de câmbios fixos.

A catástrofe económica alemã a que se chegou em 1933 e a intransigência da França sobre as reparações relativas à 1ª Guerra Mundial, catapultaram o partido Nazi para o poder e mergulharam, depois, a Europa em nova guerra. Este é o período da história alemã do século XX em que se devem procurar lições para hoje. Mas quer-me parecer que ninguém quer estudar essas lições históricas.

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publicado às 19:44

Made in Portugal

por franciscofonseca, em 05.12.10

Não resisti a esta história, que está deliciosa e decidi compartilhá-la com os leitores deste blog. Mais um longo dia do Dr. Tuga. Os sonhos foram numa almofada de algodão (Made in Egypt) e foi acordado pelo despertador (Made in Japan) às 7 da manhã. Seguidamente foi para o banho com shampô (Made in Spain) e enquanto o  café  (Made in Colômbia) estava a fazer na máquina (Made in Chech Republic), barbeou-se com a máquina eléctrica (Made in China), tendo usado perfume (Made in France).
Depois, vestiu uma camisa (Made in Sri Lanka), calças de marca  (Made in Singapore)  e  um relógio (Made in Switzerland). Preparou as torradas de trigo (produced in USA)  na sua torradeira (Made in Germany) e enquanto tomava o café numa chávena  (Made in Poland), pegou na máquina de calcular (Made in  Korea) para ver quanto é que poderia  gastar nesse dia e consultou a Internet no seu computador (Made in  Thailand) para ver as previsões meteorológicas. Depois de ouvir as notícias pela rádio (Made in India),  ainda bebeu um sumo  de laranja (produced in Israel), entrou no carro Saab (Made in Sweden)  e  continuou à procura de emprego.
Ao fim de mais um dia frustrante, com muitos contactos feitos através do  seu telemóvel (Made in Finland) e após comer uma pizza (Made in Italy), o  Dr. Tuga decidiu relaxar por uns instantes. Calçou as suas havaianas (Made in Brazil), sentou-se num sofá (Made  in Denmark), serviu-se de um copo de vinho (produced in Chile), ligou a TV  (Made in Indonesia) e pôs-se a pensar porque é que não conseguia encontrar  um emprego em Portugal…Será que é difícil de adivinhar? Pena que esta pequena história não seja lida pelos nossos governantes, pelos grandes economistas deste país e já agora por todos os portugueses, talvez mudasse alguma coisa!

Francisco Fonseca

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publicado às 14:02


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