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O poder, os lobbies e a governação

por franciscofonseca, em 16.02.13

O mundo sofre transformações a uma grande velocidade como nunca aconteceu na história e as mudanças são difíceis de percecionar e entender por parte dos Estados, das instituições e dos cidadãos. Hoje em plena globalização assistimos aos atores privados a tomarem o lugar dos Estados e os mercados a substituírem-se aos sistemas políticos.

Os círculos e os centros de poder sofrem alterações, a geoestratégia está em constante redefinição, no palco mundial devido à emergência de países como a China, Índia, Brasil e Rússia. Assistimos à concentração de grandes grupos económicos em multinacionais, onde o poder é concentrado em interesses privados, aumentando o seu poder, que através de fortes lobbies tomam conta da governação.

As políticas públicas e as leis são feitas de acordo e com a permissão dos lobbies esmagando os interesses, os valores das comunidades e dos seus cidadãos. Esta crise é o reflexo fidedigno desta realidade. Vejamos como a sociedade portuguesa está a ser espoliada, para servir os interesses dos mercados e das elites mais ricas do país.

As previsões dos governos em Portugal são constantemente falhadas e revelam-se sempre aquém das expectativas. O governo vive numa realidade fictícia, enquanto a grande esmagadora dos portugueses vivencia uma dura realidade, onde crescem as desigualdades de rendimentos e a concentração de riqueza.

Temos hoje as principais instituições mundiais infiltradas pelos interesses dos mercados financeiros, que vergam os governos nacionais, na adoção de políticas tendentes a servir as intenções dos grandes lobbies. A revolução de que a sociedade portuguesa está a ser alvo tem como objetivos principais a redução generalizada dos salários, o desaparecimento de empresas, a criação de uma grande massa de desempregados e finalmente o depauperamento geral do país.

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publicado às 22:35

 

As medidas de austeridade, colocam os portugueses em grandes dificuldades económicas, com muitas interrogações quando ao futuro e com elevados níveis de insegurança na sua vida quotidiana. Portugal chegou à presente crise, principalmente devido à muito pouca transparência com que foi conduzido o Estado durante estes anos. Numa altura em que são pedidos tantos sacrifícios a todos os portugueses, o país não aceita que a corrupção continue a minar os pilares da “democracia”.

A principal fonte de corrupção está identificada, envolve elevadas verbas e, reside sobretudo no financiamento dos partidos por empresas a troco do respectivo favorecimento quando o partido alcançar o poder. É perfeitamente perceptível a estreita conexão entre o sistema económico e o financiamento do sistema político, através do financiamento dos partidos políticos como interlocutores privilegiados de acesso ao poder.

A legislação feita pelos deputados é perfeitamente imperceptível, com muitas regras para ninguém perceber nada, muitas excepções para beneficiar os amigos e um ilimitado poder discricionário para quem aplica a lei. A lei é feita à medida, para poder ser driblada, pelos advogados que a "cozinham". Os representantes do povo estão ao serviço de quem os financiou e não de quem os elegeu, sendo a lei do financiamento dos partidos uma vergonha nacional. Todos vemos a troca constante de cadeiras entre o governo, bancos, empresas com peso na bolsa e as grandes construtoras.

Quantos casos de corrupção envolvendo políticos, empresários com fortes ligações ao sistema político foram noticiados, tornados públicos, mas são muito poucos os que tenha havido acusação, julgamento e condenação. Nunca lhes acontece nada, continuam a multiplicar o património de forma inexplicável, os julgamentos são constantemente adiados, pelo uso de subterfúgios manhosos que a lei consente, até à prescrição dos crimes. A impunidade é a regra.

Esta é uma realidade incontornável, a corrupção existe em todos os sectores da sociedade, sendo um problema do modo como é bem ou mal governada. Os ministérios estão tomados e infiltrados por estes poderes obscuros, que acabam por conduzir os destinos de todos os portugueses. Sinto que os portugueses estão a ficar cada vez mais asfixiados, pois a factura de tudo isto vem parar sempre às mãos dos mesmos. Cuidado que o povo também se cansa e as revoltas acontecem, quando menos se espera.

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publicado às 11:25


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