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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Os mercados cada vez mais se entranham na vida pública e pessoal. O preço que estamos a pagar atualmente deriva de vivermos numa sociedade em que tudo se pode comprar e vender. Os mercados criaram a ideia consumista da liberdade, ou seja, a nossa maior liberdade reside naquilo que consumimos. Entramos num caminho em que o mundo, a vida social e as relações pessoais, são dominados por formas de pensamento económico.
A ganância e a ambição desmedida tiveram uma enorme influência na crise financeira, mas pior que isso foi a mudança que teve lugar ao longo das últimas três décadas, que passou pela impregnação dos mercados e dos seus valores, nas esferas da vida tradicionalmente governadas por normas não mercantilistas.
Muitas têm sido as utilizações do mercado, que passam por alocar a saúde, a educação, a segurança pública, a segurança nacional, a justiça criminal, a proteção ambiental, a recriação, a procriação, e outros bens sociais que eram, para a esmagadora maioria e nos últimos 30 anos, completamente desconhecidas. Hoje, a nossa sociedade dá isto como algo absolutamente garantido.
O triunfalismo do mercado fez com que uma economia de mercado desse lugar a uma sociedade de mercado. A economia de mercado é uma ferramenta muito valiosa e eficaz, para a organização da atividade produtiva de qualquer sociedade. Mas, uma sociedade de mercado é uma forma de vida na qual os valores de mercado se infiltram em todas as esferas do ambiente humano, isto é, é um mercado no qual as relações sociais são feitas à imagem desse mesmo mercado. O problema é que a grande esmagadora maioria das pessoas, não estão conscientes do preço que estamos a pagar, para viver numa sociedade em que tudo está à venda.
Durante os dois últimos dias, os países que formam o G20 comprometeram-se a tomar medidas para evitar a chamada guerra cambial, fortalecer a cooperação internacional, no sentido de reduzir os principais desequilíbrios globais.
Na minha opinião, esta cimeira traduziu-se num fracasso total, pois nenhum acordo concreto foi anunciado, pelos líderes das maiores economias do mundo. O que vamos assistir é a adopção de medidas proteccionistas unilaterais, como a que os EUA anunciaram na semana passada ao a Federal Reserve americana injectar 600 biliões de dólares no mercado financeiro, desvalorizando assim a moeda, para estimular as próprias exportações.
Os principais países temem as economias emergentes, mas a nova ordem é inevitável e, Portugal pode vir a beneficiar muito se for adoptada uma estratégia sustentada de expansão empresarial, em três eixos fundamentais, América do sul, África e oriente.
Francisco Fonseca
Portugal colocou hoje, no mercado mais uma emissão de divida, no valor de 1.242 milhões de euros, a uma taxa de juro mais alta de sempre.
Alguns analistas conceituados estavam preocupados, como o mercado iria reagir a esta operação financeira. A procura duplicou a oferta, logo podemos dizer, que ainda existe muita gente interessada, em emprestar dinheiro ao nosso país.
O problema é que este ritmo de endividamento não pode continuar, com a taxa de juro que vamos pagar, o dinheiro fica muito caro e esta prática terá inevitavelmente de passar a constituir o último recurso.
Isto quer dizer, que as medidas de austeridade anunciadas são manifestamente insuficientes, para recolocar as finanças públicas em ordem. Mais cortes, do lado da despesa terão de ser feitos e, meus senhores, nesta matéria, muita coisa é possível cortar, desde que os nossos governantes se reeduquem e façam com que o seu exemplo seja seguido, no sentido descendente, da máquina administrativa do Estado.
Houve um inquilino do palácio de S. Bento, que tinha dois contadores de electricidade e de água, pois, o que ele gastava em proveito próprio pagava do seu bolso. Mas não era preciso chegar a tanto, bastava que a frota automóvel, os salários dos seus condutores, os cartões de crédito, os subsídios de representação, de habitação, as portagens, as telecomunicações móveis, as comemorações de simbologia feitas quase diariamente, as viagens em primeira classe, os hotéis de 5 estrelas, os jantares e os almoços de trabalho, fossem reduzidos em 50%, em tudo que diga respeito a gastos de dinheiros públicos.
Mas, este “monstro” que se chama Estado e a sua administração pública está impregnado de sanguessugas, que secam tudo quanto for coisa pública, sendo esta cultura muito difícil de mudar. Por isso, não me restam grandes dúvidas, aqueles que quiserem verdadeiramente alterar este figurino terão de dar um exemplo muito forte e replicá-lo em todos os sectores, onde seja gerida a coisa pública.
Francisco Fonseca
Portugal está a braços com potenciais problemas de insolvência, de elevada probabilidade de se verificarem num curto espaço de tempo.
A visita do Presidente, Hu Jintao a Portugal, segundo os principais analistas, foi um sucesso e pode recolocar o nosso país perante os mercados financeiros, ou seja, o facto de a China ameaçar comprar a nossa dívida pública, pode resfriar a ganância dos abutres económicos.
Vivemos na era da globalização, em que as fronteiras políticas, culturais, económicas e sociais se diluíram, mas custa-me ver o meu país vergar-se, ajoelhara-se, subjugar-se, bem sei, perante a segunda maior economia mundial. Reconheço que os acordos, agora assinados, podem resultar numa lufada de esperança no curto prazo, mas no médio e longo prazo, nada mais representam que a completa ruína do nosso mercado interno.
O nosso país continua a preferir às soluções do curto prazo, isto é, empurrar os problemas estruturais com a barriga para a frente, sem que sejam resolvidos. Ninguém fala em reformular o sistema político e eleitoral, o sistema de ensino, o sistema judicial, o sistema administrativo público e o sistema financeiro.
Nos últimos 30 anos, muitas mudanças aconteceram, do isolamento, passamos para a CEE, depois surge a globalização e, internamente nada mudou, chegou a hora de reinventar novos modelos de reestruturar a nossa sociedade. Quanto mais adiarmos estas inevitáveis reformas mais caminha-mos para um modelo de Estado falhado.
Francisco Fonseca
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