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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
O fosso crescente entre os que mais qualificações e dinheiro têm e os pobres sem competências constitui uma tendência, que atravessa todos os grupos etários. A inovação acelerada aumentou os rendimentos dos que usufruem de competências elevadas ao mesmo tempo que “apertou” os dos trabalhadores não qualificados.
Os mais abastados estão a trabalhar mais horas anualmente do que os seus congéneres das bases. E os bem qualificados estão a estender as suas vidas profissionais, comparativamente ao que menos qualificações têm. As consequências desta tendência, para os indivíduos e para a sociedade, são profundas.
O mundo está à beira de uma ascensão impressionante do número de idosos, os quais viverão muito mais tempo do que em qualquer outro período da história humana. A população global com mais de 65 anos irá quase duplicar, de 600 milhões para 1, 1 mil milhões, que irão fazer “implodir” os orçamentos dos governos.
Os idosos abastados irão acumular mais poupanças, o que enfraquecerá a procura. A desigualdade irá aumentar e uma quota crescente da riqueza será eventualmente transferida para a geração seguinte, através de heranças, consolidando ainda mais a divisão entre vencedores e vencidos.
O aumento crescente de eleitores idosos e a sua desproporcional propensão ao voto tornaram os políticos mais disponíveis, para ceder à velha ordem das coisas do que para implementarem reformas disruptivas. A Alemanha, apesar de ser o país com o ritmo mais acelerado de envelhecimento da Europa, planeia reduzir a idade de reforma estatutária para algumas pessoas, mas enquanto isso obriga outros países a aumentar essa mesma idade.
Nos tempos vindouros, os políticos precisam de convencer os eleitores mais velhos e menos qualificados de que trabalhar durante mais tempo serve os seus interesses. Conseguir solucionar este problema não será de todo fácil. Mas como alternativa resta-nos a estagnação económica e uma desigualdade cada vez maior, o que a meu ver será muito pior.
A crise causada pelo setor financeiro é paga por todos os contribuintes, em situação de maior fragilidade económica, mas que pagam o preço mais elevado, sem que tenham culpa da hecatombe que assolou Portugal. O crescimento económico é praticamente nulo, havendo um constante e assustador aumento do desemprego e do número de pessoas a viver na pobreza.
No nosso país o sistema de proteção social está sob grande tensão, o que deixa as populações desfavorecidas numa situação muito delicada, os cortes nos serviços públicos afetam fortemente os grupos com rendimentos mais baixos, e os problemas de acesso aos serviços de saúde têm um impacto cada vez mais negativo, na vida das pessoas.
A estratégia da austeridade está a resultar num estrondoso falhanço, quer em termos económicos, quer em termos sociais, e revela-se um processo doentio e extremamente injusto para as populações mais vulneráveis.
É insustentável e obsceno, que sejam os contribuintes mais frágeis os responsáveis por pagarem as dívidas dos bancos a coberto do governo. O sistema financeiro não pode estar isolado de risco, com consequentes incentivos ao comportamento imprudente. É necessária uma liderança que se responsabilize pelo bem-estar dos seus cidadãos, principalmente dos mais pobres e vulneráveis, e não o contrário como acontece nos dias de hoje.
A pobreza nacional, em consequência do aumento de impostos, dos cortes salariais e do aumento do número de desempregados, é um fator que torna as desigualdades entre ricos e pobres mais evidentes. Este otimismo que reina na classe governante não é mais que um nevoeiro informacional em tempo eleitoral.
O futuro de Portugal e dos portugueses passa pelas nossas mãos. Todos temos de fazer a nossa parte, que passa por uma varredura geral e profunda, em todo o sistema político e nas instituições que suportam os lóbis partidários. Não podemos continuar a viver sob uma governabilidade ditada pelo sistema financeiro, que controla e alimenta todos estes new boys.
Os níveis de direitos políticos e liberdades civis em todo o planeta estão a sofrer um declínio. Em 195 países, apenas 88 são considerados como livres. Apesar de tantos progressos, a verdade é que o mundo parece estar a andar para trás devido a uma erosão generalizada no que respeita à liberdade global.
Nações como a República Central Africana, o Mali e, na ordem do dia, a Ucrânia, sofreram reveses devastadores em termos democráticos. A democracia parece estar a ser assombrada por um aumento visível de autoritarismo em várias regiões do globo.
Um autoritarismo moderno está a tocar em quase todas as regiões do mundo, com destaque para a China, na Eurásia e no Médio Oriente. O regime autoritário da Rússia tem cometido atrocidades, perseguindo tanto dissidentes políticos como minorias vulneráveis, para desencorajar alguns países vizinhos a iniciarem acordos com a União Europeia. Os últimos desenvolvimentos na Ucrânia, que em Fevereiro último provocaram dezenas de mortos, ao que se seguiu a atual situação que se vive na Crimeia são um bom exemplo disso mesmo.
A Primavera Árabe de 2011 e que parecia, finalmente, estar a seguir a marcha certa para atingir a democracia, acabou por dar vários passos atrás. As ditaduras e as monarquias da região continuaram a trabalhar para fortalecer as forças da repressão da contrarrevolução e do extremismo. A Síria, por seu turno, continua a descer a pique numa guerra civil multilateral, em conjunto com uma devastadora e vergonhosa crise humanitária.
Na África subsaariana, a qual tem sido, nos últimos anos, uma das mais politicamente voláteis regiões do mundo, assiste-se a golpes de Estado, insurgências e repressões autoritárias. Também na América do Sul, Nicolás Maduro, rapidamente enfraqueceu a imprensa livre e ameaçou vários grupos da sociedade civil que se opunham ao seu regime.
A crise de confiança na democracia ocidental atravessa os Estados Unidos, em particular, e a Europa no geral. Na maioria dos países que compõem o Velho Continente, assistimos ao incremento de sentimentos crescentes de nacionalismos, em particular como resposta ao fluxo crescente de imigração em muitos países europeus. Por outro lado, basta recordar o recente referendo “contra a imigração em massa” aprovado por 50,3% dos eleitores suíços e resultante da iniciativa da direita nacionalista do Partido do Povo Suíço. Mas é o aumento de grupos extremistas xenófobos que maiores preocupações deveriam gerar, na minha opinião, no seio das principais instituições europeias.
A maioria das pessoas acredita que são pessoas com um forte sentido de ética, mas a realidade é bem diferente. As pessoas têm tendência para se julgarem a si mesmas de acordo com os seus pensamentos e intenções e não pelo que realmente fazem. Mas, o mais importante é avaliarmos a nossa própria ética da mesma forma que avaliamos as das outras pessoas, ou seja, através do seu comportamento.
A realidade diz-nos saber o que é melhor, mas optar pelo que é pior. Avalie o seu próprio comportamento e pense como iria avaliar ou julgar uma outra pessoa, que fizesse exatamente a mesma coisa. A lealdade é um caso interessante para testar a ética. A maioria das pessoas clama valorizar a lealdade, mas tal como acontece com a ética, as suas ações contam uma história bem diferente. Por exemplo, as pessoas que dizem ser leais podem estar a trabalhar para uma organização que contribuiu para o seu desenvolvimento e crescimento, mas assim que recebem uma oferta ligeiramente melhor, acabam por mudar de ares.
Nas instituições fortemente hierarquizadas, sempre que alguém abre a boca para identificar um problema, o instinto imediato do superior hierárquico é magoar essa pessoa. Não existe uma verdadeira cultura que proteja verdadeiramente os colaboradores que informam de questões significativas. As represálias ainda fazem parte do nosso quotidiano e essas pessoas julgam ter uma forte ética.
Outra prática que deveria ser implementada passa pela criação de um ambiente de trabalho no qual os funcionários se sintam seguros em falarem de assuntos negativos. Quando se diz aos colaboradores para falarem das suas preocupações, tem de se estar preparado para o facto de 99% das mesmas não serem devidamente preocupantes. Mas um por cento que resta pode ser suficiente para alterar o futuro da organização.
Quando existem más notícias ou quando é necessário discutir algum assunto melindroso, a sua disponibilidade para arcar com as consequências consiste num bom indicador da sua ética. Então a sua ética é assim tão forte como julga?
A pressão de recursos que afeta a administração pública, no contexto da reforma do Estado está também a afetar as instituições responsáveis de prevenir e lidar com a corrupção em Portugal. Ao longo dos últimos anos, várias foram a tentativas políticas para abordar a corrupção, mas todas se revelaram infrutíferas. Assim sendo, não existe nenhuma estratégia nacional de combate à corrupção.
O poder político tem de assumir o combate à corrupção como um desafio complexo e permanente. As deficiências na investigação, nos processos e nas sentenças nos casos de corrupção são fragilidades que têm de ser continuadamente aperfeiçoadas.
O país tem de estabelecer um histórico bem-sucedido de processos de alegada corrupção, assegurando que a aplicação e a execução da lei sejam eficazes, que as autoridades judiciárias estejam devidamente equipadas para lidar com os mesmos e que exista um reforço da cooperação entre os mecanismos de controlo e os organismos responsáveis pela aplicação da lei.
O funcionamento dos partidos políticos tem de ser baseado em códigos de conduta, para representantes eleitos aos níveis central e local, com medidas de responsabilização e aplicação de sanções para abordar possíveis violações. É urgente o estabelecimento de códigos éticos no interior dos partidos ou pactos de ética entre os diferentes partidos, por forma a salvar a democracia.
Por outro lado devem existir requisitos mínimos no que respeita a conflitos de interesses, a práticas danosas, a incompatibilidades em conjunto com a obrigatoriedade na divulgação das declarações de rendimentos para representantes eleitos, assegurando mecanismos de monitorização efetivos e sanções dissuasoras.
Outro buraco negro existente no nosso país tem a ver com a transparência e a verificação ex ante e ex post dos procedimentos dos contratos públicos, em conjunto com a monitorização na sua fase de execução, incluindo contratos concluídos por empresas detidas pelo Estado e pelas parcerias público privadas. Deve-se aumentar a prevenção, a deteção e a sensibilização para os conflitos de interesses existentes no interior destes contratos públicos, assegurando a aplicação de regras de divulgação dos rendimentos para os funcionários responsáveis pela adjudicação desses contratos.
Por último, mas não menos importante, avaliar uma amostra representativa de decisões de planeamento urbano em projetos concluídos recentemente ao nível local de forma a identificar os fatores de risco e melhorar continuamente a eficácia das medidas preventivas, incluindo a transparência na tomada de decisões. Estas devem ser as principais linhas estratégicas, a ser seguidas no combate à corrupção em Portugal.
As redes sociais tornaram-se omnipresentes, a revolução digital chegou para ficar, os mercados emergentes entraram na economia global, milhões de pessoas com as suas vozes reinventaram mercados e derrubaram governos. As tecnologias sociais transformaram-se em repositórios de informação, de afetos e de partilha.
Os utilizadores começam a mudar-se para redes de nicho, privilegiando o regresso ao sentimento de comunidade e também a uma maior compreensão nas interações sociais. As empresas têm também que perceber que as redes sociais já não são sítios que ligam somente indivíduos mas, e de forma crescente, locais para interagir com os seus clientes, nos seus serviços e nos processos de desenvolvimento de produtos ou vendas.
O Facebook conta já com mais de mil milhões de utilizadores, sendo até a data a rede social com maior sucesso. Mas, a empresa de Mark Zuckerberg terá de se reinventar rapidamente, tal como aconteceu com outros líderes em tecnologia como a Apple, a Google ou a Yahoo, os seus dias de glória podem estar mais perto do fim do que se julga.
Por outro lado, à medida que aumenta a ligação entre as coisas e as pessoas, criam-se volumes astronómicos de dados úteis, mas que muitas empresas não sabem, nem conseguem extrair valor desses dados. Nos dias de hoje, muitas cidades por esse mundo fora utilizam estes dados para controlar o tráfego, os locais de estacionamento ou os consumos de energia pública. O futuro cada vez mais se torna presente, neste mundo global em que quase tudo é social, mas não significa que todos sejam socialmente espertos.
Em Portugal os líderes partidários começam a contabilizar as espingardas para as próximas eleições. Mas um pouco por todo o mundo, a desilusão com os políticos e com as suas eleições está cada vez mais enraizada. Os eleitores estão tentados a votar nos partidos pertencentes às alas extremistas.
A austeridade está a desgastar o acordo que sustentava a democracia. Os eleitores estão ainda a ser alimentados com a dieta da austeridade e continuam a sofrer um desemprego elevado, sem vislumbrarem sinais sólidos de alguma melhoria. Os políticos não têm rebuçados para adoçar a boca aos eleitores, bem pelo contrário, estão a cortar nos serviços e nos benefícios dos quais estes dependiam.
Por outro lado assistimos ao debate político cada vez mais rancoroso, tornando mais difícil selar os acordos dos quais depende a democracia. A democracia moderna teve como base o princípio da representatividade, ou seja, os eleitores delegam as decisões aos que elegem e que podem ser substituídos. Todavia, e de forma crescente, os seus representantes optam por passar as decisões para os tecnocratas.
Os governos perderam um instrumento fundamental, isto é, a política monetária está nas mãos de bancos centrais não eleitos, os quais com uma palavra apenas parecem conseguir mover os mercados, sendo que as suas figuras económicas são mais importantes que os primeiros-ministros. As leis da República são agora sujeitas à subserviência dos tribunais internacionais, seja o Tribunal Europeu da Justiça ou o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. O FMI e a Organização Mundial do Comércio podem determinar a política económica.
Muitos eleitores devem pensar que a sua voz conta muito pouco face a todo este controlo externo, o que poderá explicar a ascensão dos sentimentos de revolta, um pouco por toda a Europa, e que serão depois refletidos no aumento do apoio aos partidos extremistas, nas eleições que irão decorrer em 2014.
Os direitos dos cidadãos têm sido limitados, na medida em que os governos prendem pessoas sem direito a julgamento, monitorizam as chamadas telefónicas e os emails dos cidadãos e voltaram a recorrer à tortura, tudo em nome da guerra ao terror. Assim, não vislumbro outro caminho para tirar a democracia dos cuidados intensivos, que não seja crescer o suficiente para conseguir deitar abaixo o desemprego e aumentar os rendimentos reais, tornando os eleitores mais contentes. Caso contrário, a morte pode mesmo ocorrer a todo o instante.
O meu primeiro post de 2014 é sobre a pobreza. Este flagelo global continua a afetar 3 mil milhões de pessoas em todo o mundo, apesar de serem gastos milhares de milhões de euros, em áreas como a saúde, a educação e a habitabilidade. Centenas de organizações sem fins lucrativos têm um impacto real na vida destas pessoas, mas não têm recursos para operarem à escala verdadeiramente global.
As políticas seguidas para acabar com a pobreza têm vindo a falhar amplamente e, tal como Einstein nos disse, continuar a acreditar que elas serão um dia bem-sucedidas seria uma loucura. A solução, passa pelos líderes empresariais, que têm de explorar os mercados de capitais tradicionais para financiar empreendimentos globais e de grande escala, por forma a abordarem as necessidades básicas das pessoas pobres.
Primeiro é necessário determinar aquilo que as pessoas pobres acreditam que poderá ir ao encontro das suas necessidades. Se não se falar com pelo menos 100 clientes sobre aquilo que precisam, é melhor nem sequer pensar em desenhar uma solução para eles.
É necessário criar produtos que possam, realmente, aliviar a pobreza a uma escala global. Por exemplo, a conceção de dispositivos de irrigação gota a gota de baixo custo a sistemas de água potável seguros são produtos brutalmente acessíveis e que chegaram até milhares de milhões de pessoas.
Mas será que as multinacionais estão interessadas em serem o player principal no conturbado cenário do alívio da pobreza. Uma empresa que entre neste mercado terá uma missão social que a diferenciará das demais multinacionais. Por outro lado, o argumento mais convincente são os lucros tremendos que estas empresas poderão vir a recolher.
Por outro lado, temos de alterar as normas sociais e culturais que fazem da pobreza uma questão tão difícil de abordar. Nesta área em concreto, as organizações não lucrativas, as organizações da sociedade civil e os governos estão já a fazer progressos reais. Espero que as empresas possam gerar lucros consideráveis indo ao encontro das necessidades dos mais pobres. Esta é uma oportunidade demasiado grande para ser descartada.
Os portugueses vivem hoje intoxicados por duas mentiras gigantescas; a primeira é a de que não temos alternativa à austeridade. A segunda, já bastante mais antiga, é que os portugueses são responsáveis pela crise, pois gastaram acima das suas possibilidades. A classe política e os seus afilhados foram aqueles que viveram e esbanjaram muito acima das suas possibilidades e na minha opinião alguns continuam a esbanjar.
Mas a verdade é que mergulhamos nesta profunda crise devido à corrupção. Vejamos, mais de um terço dos deputados da casa do povo portuguesa são administradores, diretores, consultores ou advogados de grupos e empresas que mantêm grandes negócios com o Estado. Poucas são as pessoas que falam sem pudores das fragilidades sistémicas, da incapacidade das instituições, da visão de curto prazo e da falta de vontade política no combate a esta chaga social.
Durante os anos de democracia, assistimos a uma festança sem limite com os dinheiros públicos, que foram canalizados, com a cumplicidade de muitos, para os grupos económicos que dominam a vida política nacional. São os mesmos que agora propagandeiam a ideia de que o estado a que chegámos é inevitável e inalterável, ou seja, somente o caminho da austeridade nos pode salvar.
A crise é fruto da corrupção, de ligações perigosas, de relações de poder opacas e insalubres. As alternativas passam por, antes de mais, combater a causa maior da crise: a corrupção. Portugal e os portugueses têm condições que permitem um desenvolvimento sustentado, que proporcionem qualidade de vida a toda a população, em vez de ser desvalorizada e maltratada, como acontece presentemente.
Trabalhemos pois, no sentido de acabar com uma tradição de mau governo crónica, que é simultaneamente consequência e causa da corrupção. Quero uma nova classe política capaz de projetar transparência na vida pública, leis claras e simples, eficácia na justiça, uma solução justa para o défice e, principalmente o fim do esbanjamento de recursos públicos.
Segundo o relatório de ultra riqueza no Mundo 2013, Portugal cresceu em número de multimilionários, assim como, aumentou o valor global das suas fortunas, de 67 para 75 mil milhões de euros (mais 11,1%). O que mais impressiona é que o crescimento de multimilionários em Portugal, país flagelado pela crise, foi maior do que a média europeia, quer em número, quer em valor das suas fortunas.
No ranking europeu de multimilionários Portugal ocupa o 12º lugar, surge à frente de países como a Bélgica, Dinamarca, Luxemburgo e Áustria. A Alemanha é o país europeu com maior número de multimilionários: 17.820. Segue-se o Reino Unido, com 10.910 multimilionários, a Suíça, com 6.330, a França, com 4.490, e a Itália, com 2.075. De acordo ainda com o relatório, o número de multimilionários no mundo aumentou este ano em 6,3%. Quase 200 mil pessoas possuem 40% da riqueza mundial. A isto chama-se desenvolvimento económico e retrocesso civilizacional e humano.
Mas os números reais da esmagadora maioria dos portugueses são bem diferentes. Um quinto dos portugueses vive com menos de 360 euros por mês. E 32% da população ativa entre os 16 e os 34 anos seria pobre se dependesse só do seu trabalho. Mais de meio milhão de crianças portuguesas estão em risco de pobreza. O fosso entre ricos e pobres em Portugal é o maior no conjunto dos países da União Europeia.
Portanto, perante estes números, não posso acreditar que este país tenha futuro. Quanto maior é o índice de desigualdade de um país, menor é o seu índice de desenvolvimento. Este caminho somente acentua as desigualdades, aumenta as assimetrias e compromete o futuro da grande maioria dos portugueses. É necessário urgentemente arrepiar caminho, antes que Portugal seja considerado um Estado falhado, pois falido já está há muito tempo.
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