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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Os momentos que vivemos actualmente clamam por muitos Steve Jobs. Devemos olhar para este exemplo a muitos níveis, foi um visionário, um empresário de sucesso, um gestor de excelência e um líder carismático, com traços marcantes.
Hoje fala-se muito em liderança, muitas teorias são todos os anos publicadas, mas ser-se líder implica ter as seguintes características, ou seja, o líder tem de inspirar, motivar e dar o exemplo. Resumidamente, Steve Jobs conseguiu inspirar com a sua visão estratégica, os seus colaboradores, levando-os a trabalhar de forma concertada para um objectivo comum, onde as pessoas puderam inovar e crescer. Hoje, na maior parte das organizações isto não existe, as pessoas trabalham num colete-de-forças.
Este génio teve a intuição para perceber o mercado e agir com rapidez para o conquistar e revolucionar. A sua tenacidade foi impressionante, depois de definida a estratégia, perseguiu-a até a concretizar, ultrapassando as adversidades que encontrou pelo caminho.
Deixa um legado, a Apple que ocupa o primeiro lugar na capitalização bolsista nos Estados Unidos, de 374, 82 mil milhões de dólares, que em termos de comparação representam 1,6 vezes o PIB de Portugal em 2010. A empresa fundada por Steve Jobs ultrapassou a Exxon, a rainha dos petróleos.
A sua dimensão humana merece ser destacada com um verdadeiro exemplo para todos nós. A sua capacidade de perseguir um sonho e continuá-lo, isto é, criou a Apple e retornou à empresa para a recuperar recebendo apenas 1 dólar por ano, é admirável. Por outro lado, a sua mente brilhante atraiu outras mentes brilhantes para trabalhar consigo, conseguindo uma notável coesão interna, sendo um exemplo de eficácia e eficiência para qualquer organização. Assim se transforma um gestor num líder.
Diariamente os portugueses são confrontados com a crise, seus impactos a nível pessoal e nos negócios. Este exemplo deveria ser inspirador para todos nós, como forma de ultrapassar as adversidades, identificar as oportunidades no seio dos problemas, trabalhando com afinco, sem desistir, o resultado final esperado, apenas poderá ser o sucesso.
No mundo actual, mais de metade da população mundial vive nas cidades. Estas pessoas dispõem de uma vasta oferta cultural, tecnológica e energética. Os ritmos do quotidiano são muito acelerados, devido às exigências profissionais e familiares. Hoje, sabe-se que muitos distúrbios mentais provêm do estilo de vida urbano. Os cidadãos tendem a ter níveis mais elevados de stress, de alterações de humor e de doenças psicóticas e cardiovasculares, comparativamente aos que vivem em zonas rurais.
Os citadinos para além do stress estão mais expostos a sentimentos de ansiedade, de medo, em resultado das ameaças, que advêm da maior incerteza da vida, nas grandes metrópoles. Veja-se o caso norte-americano, onde existem 125 milhões de pessoas, cerca de 45% da população com doenças crónicas depressivas, que consomem 80% dos 1.9 triliões de dólares gastos nos sistemas público e privados de saúde, dos Estados Unidos, que já corresponde a 20% do PIB.
O mito de que quanto maior for a exposição das pessoas ao stress, maior é a adaptabilidade, mais tolerantes e imunes ficam, é completamente erróneo.
Manter o equilíbrio no que respeita ao stress é uma tarefa cada vez mais difícil nos tempos que correm. Os citadinos são hoje confrontados com períodos de trabalho mais alargados, mais intensos e têm mesmo que saber desligar. O que é fácil de dizer, mas nem sempre fácil de fazer.
O resultado desta equação é fácil de obter, na conjuntura actual. Maior incerteza, leva ao aumento do stress, maior stress leva ao aumento das doenças crónicas e da improdutividade, maior improdutividade leva à diminuição da riqueza do país e maior número de doenças crónicas, contribuem para o aumento da despesa do Estado. Senhores governantes, um dos grandes segredos para uma boa governação é não aumentar as incertezas das populações, se possível diminuí-las.
O homem mais rico de Itália, com mais anos de primeiro-ministro desde Mussolini, já teve muitos prognósticos que ditaram o seu afastamento da política, mas continua agarrado ao poder e com um comportamento desastroso, como político supremo.
Muitas são as suas debilidades, desde as propaladas festas “Bunga Buanga”, o caso Rubygate, as várias fraudes financeiras, a contabilidade forjada e os subornos. Mas nem as histórias de sexo, nem a forma obscura como gere os seus negócios se tornarão na principal razão, para que no futuro, os italianos se recordem de Berlusconi, como um desastroso governante.
A Itália aguentou bem a crise do imobiliário, sem consequências para os seus bancos. O desemprego está no 8%, muito abaixo dos 20% da Espanha e o seu défice orçamental ronda os 4%. O principal problema é que a dívida pública italiana atingiu 120% do PIB, a terceira mais alta entre as economias mais ricas.
As infra-estruturas italianas começam a dar sinais de degradação, os serviços públicos estão a funcionar nos limites, os jovens abandonam o país e o povo despreza a classe política. Durante os nove anos de governação de Berlusconi poucas reformas foram feitas, o tempo foi passado a tratar de assuntos particulares e Itália vai pagar por estes momentos de prazer pessoal.
A crise da zona euro está a obrigar Portugal, a Grécia, a Irlanda e a Espanha, a adoptarem profundos programas de reformas, que são dolorosos no curto prazo, mas no futuro, espera-se que venham a dotar as economias periféricas europeias de um novo folgo. Ao contrário, veremos uma Itália atolada numa dívida pública, estagnada, sem projectos reformistas e com o pior referencial de toda a zona euro. Mas será que a culpa vai ser atribuída a Sílvio Berlusconi?
A especulação continua, os líderes europeus continuam de braços cruzados e sem ideias, enquanto a agência de notação financeira, norte-americana Moody's cortou em quatro níveis o rating de Portugal de Baa1 para Ba2, colocando a dívida do país na categoria de lixo, ou seja, junk.
Portugal com uma nova maioria governativa, com um memorando de entendimento assinado com troika, demonstrando intenções muito fortes de cumprir tudo o que foi acordado, mas mesmo assim, os mercados percebem, que esta estratégia é a negação da realidade e, que a Grécia e Portugal não serão capazes de pagar o que devem. Os mercados sabem que manter obstinadamente a estratégia delineada, pelos líderes europeus, não vai resolver coisa alguma.
Estamos a entrar numa fase muito perigosa desta crise, com o aproximar das eleições na Alemanha, em França, e na própria Grécia, o risco de uma catástrofe, que pode passar por um incumprimento não planeado ou o colapso da moeda única é cada vez maior.
Os investidores sabem que a Grécia, com uma dívida a rodar os 160% do PIB está insolvente. Portugal com uma situação menos gravosa tem uma dívida a rodar os 95% do PIB. Muito provavelmente, a reestruturação destas dívidas será inevitável e quanto mais tempo demorar, maior vai ser o ónus que vai recair sobre os contribuintes.
A agitação dos últimos dias arrastou a Espanha, a Bélgica e a Itália para a ribalta dos países, que os mercados mantêm sob vigilância. E a crença em que os maiores países da Zona Euro estariam imunes a qualquer ataque pode revelar-se enganosa. A possibilidade de uma declaração de banca rota, por parte da Grécia poderá produzir uma nova devastação, na economia mundial.
Penso que a reestruturação planeada da dívida seria a melhor opção para os gregos, portugueses e para o euro. Mas esta hipótese não estará disponível por muito mais tempo. Os líderes europeus deviam agarrar-se a ela enquanto podem. Os prognósticos destes doentes é muito reservado, tudo vai depender da forma como a doença grega evoluir e das consequências da contaminação na Zona Euro.
A Organização das Nações Unidas, cada vez mais perde terreno, em detrimento de outras organizações, como é o caso do G20. Vivemos tempos de crises múltiplas. Esta era, exige também soluções múltiplas. Deveria ser a ONU a apresentar essas soluções e, a implementá-las no terreno, pois é a organização com legitimidade em toda a parte do Mundo.
Todos sabemos, que o grupo de países do G20 representam 80% do PIB mundial e também 80% da população do Mundo. Estes dois factores por si só influenciam e afectam em grande parte a economia mundial. A ONU deveria de aproveitar, esta janela de oportunidade, para fazer expandir de forma uniforme, soluções tendentes a resolver, estas crises múltiplas, que o Mundo moderno enfrenta.
Penso que o trabalho desenvolvido, por estas organizações, poderia ser muito mais profícuo, complementar e cooperativo, no sentido de em conjunto procurarem as melhores práticas, para solucionar os principais problemas, que afectam a Humanidade. Nestes casos a competição, só traz derrotas para todos.
Neste sentido, eu gostaria de ver no futuro, planos, estratégias, operações, realizadas em estreita cooperação, em prol de um Mundo melhor, onde o desenvolvimento, o bem-estar, a prosperidade, a solidariedade, a amizade e a fraternidade, constituíssem valores partilhados por todos os povos.
Para mudar o Mundo, não existe nenhum país, nenhum líder, nenhum grupo de países, nenhuma religião, que o consiga fazer, somente a vontade conjunta conseguirá alcançar esse objectivo universal.
Francisco Fonseca
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