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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
A crise causada pelo setor financeiro é paga por todos os contribuintes, em situação de maior fragilidade económica, mas que pagam o preço mais elevado, sem que tenham culpa da hecatombe que assolou Portugal. O crescimento económico é praticamente nulo, havendo um constante e assustador aumento do desemprego e do número de pessoas a viver na pobreza.
No nosso país o sistema de proteção social está sob grande tensão, o que deixa as populações desfavorecidas numa situação muito delicada, os cortes nos serviços públicos afetam fortemente os grupos com rendimentos mais baixos, e os problemas de acesso aos serviços de saúde têm um impacto cada vez mais negativo, na vida das pessoas.
A estratégia da austeridade está a resultar num estrondoso falhanço, quer em termos económicos, quer em termos sociais, e revela-se um processo doentio e extremamente injusto para as populações mais vulneráveis.
É insustentável e obsceno, que sejam os contribuintes mais frágeis os responsáveis por pagarem as dívidas dos bancos a coberto do governo. O sistema financeiro não pode estar isolado de risco, com consequentes incentivos ao comportamento imprudente. É necessária uma liderança que se responsabilize pelo bem-estar dos seus cidadãos, principalmente dos mais pobres e vulneráveis, e não o contrário como acontece nos dias de hoje.
A pobreza nacional, em consequência do aumento de impostos, dos cortes salariais e do aumento do número de desempregados, é um fator que torna as desigualdades entre ricos e pobres mais evidentes. Este otimismo que reina na classe governante não é mais que um nevoeiro informacional em tempo eleitoral.
O futuro de Portugal e dos portugueses passa pelas nossas mãos. Todos temos de fazer a nossa parte, que passa por uma varredura geral e profunda, em todo o sistema político e nas instituições que suportam os lóbis partidários. Não podemos continuar a viver sob uma governabilidade ditada pelo sistema financeiro, que controla e alimenta todos estes new boys.
O meu primeiro post de 2014 é sobre a pobreza. Este flagelo global continua a afetar 3 mil milhões de pessoas em todo o mundo, apesar de serem gastos milhares de milhões de euros, em áreas como a saúde, a educação e a habitabilidade. Centenas de organizações sem fins lucrativos têm um impacto real na vida destas pessoas, mas não têm recursos para operarem à escala verdadeiramente global.
As políticas seguidas para acabar com a pobreza têm vindo a falhar amplamente e, tal como Einstein nos disse, continuar a acreditar que elas serão um dia bem-sucedidas seria uma loucura. A solução, passa pelos líderes empresariais, que têm de explorar os mercados de capitais tradicionais para financiar empreendimentos globais e de grande escala, por forma a abordarem as necessidades básicas das pessoas pobres.
Primeiro é necessário determinar aquilo que as pessoas pobres acreditam que poderá ir ao encontro das suas necessidades. Se não se falar com pelo menos 100 clientes sobre aquilo que precisam, é melhor nem sequer pensar em desenhar uma solução para eles.
É necessário criar produtos que possam, realmente, aliviar a pobreza a uma escala global. Por exemplo, a conceção de dispositivos de irrigação gota a gota de baixo custo a sistemas de água potável seguros são produtos brutalmente acessíveis e que chegaram até milhares de milhões de pessoas.
Mas será que as multinacionais estão interessadas em serem o player principal no conturbado cenário do alívio da pobreza. Uma empresa que entre neste mercado terá uma missão social que a diferenciará das demais multinacionais. Por outro lado, o argumento mais convincente são os lucros tremendos que estas empresas poderão vir a recolher.
Por outro lado, temos de alterar as normas sociais e culturais que fazem da pobreza uma questão tão difícil de abordar. Nesta área em concreto, as organizações não lucrativas, as organizações da sociedade civil e os governos estão já a fazer progressos reais. Espero que as empresas possam gerar lucros consideráveis indo ao encontro das necessidades dos mais pobres. Esta é uma oportunidade demasiado grande para ser descartada.
A classe política portuguesa ainda não percebeu que o órgão mais sensível dos portugueses é o bolso. Nos últimos anos este órgão tem sido muito violentado e já 2,3 milhões de portugueses sofrem de doença crónica, ou seja, vivem com menos de 360 euros por mês. Os números são alarmantes e contradizem tudo aquilo que os principais responsáveis políticos deste país têm andado a apregoar.
Mas a doença já afeta um terço da população ativa, não fossem alguns medicamentos que ajudam a aliviar a dor, como as pensões de reforma e as transferências sociais do Estado, mais de 4 milhões de portugueses estariam contaminados pela pobreza.
Mas Portugal padece de outra grave patologia, que é o fosso criado entre pobres e ricos, a doença mais grave entre os países da União Europeia. O rendimento dos dois milhões de portugueses saudáveis é quase 70 vezes maior do que o rendimento dos dois milhões de portugueses que sofrem de doença crónica. Os dois milhões de portugueses saudáveis reúnem 45% do rendimento monetário líquido das famílias a nível nacional.
Depois os responsáveis políticos afirmam que não existe risco de fratura social em Portugal, que os portugueses aguentam ainda mais sacrifícios, quando os números indicam que o índice de desigualdade está a aumentar para níveis insustentáveis. Deixo o alerta e chamo a atenção, para o fato de que, quando o órgão mais sensível dos portugueses é afetado desta forma, a reação pode ser imprevisível e deixar marcas na Nação. Andamos a brincar à política, aos políticos e com o fogo.
O nosso país é pobre porque temos um estado falido e os portugueses não conseguem criar suficiente riqueza para desenvolver a economia. Passadas quase 4 décadas depois da revolução, Portugal nunca conseguiu transformar-se num país desenvolvido, apesar de ter tido boas oportunidades para o conseguir, pois teve acesso a novos mercados e capitais em condições vantajosas, mas tudo foi desperdiçado pelos sucessivos governos.
Portugal tem de ser mais competitivo e produtivo. Para aumentar as vendas para o exterior, ou se vende mais barato que os outros, ou se vende mais caro o que os outros não têm, nem podem fornecer, só assim se aumenta a competitividade. Para se vender para o exterior temos de ser altamente produtivos e isso só se consegue com alta incorporação tecnológica, que também não dispomos.
Mas outros problemas têm de ser resolvidos para atrair empresas. Temos de ser possuidores de mão-de-obra altamente qualificada, ainda escassa. Depois aumentar a celeridade e eficácia da justiça, um dos principais obstáculos ao desenvolvimento e limitar a evasão fiscal.
Nas últimas décadas instalou-se uma partidocracia em Portugal que foi irresponsável na condução dos destinos do país. O sistema político português tem partidos a mais, deputados a mais e uma Assembleia da República disfuncional donde nascem as leis que entorpecem e complicam a vida e a economia nacionais. Exemplo, as leis de privatização de grandes empresas que dão milhões de lucro e a nacionalização de outras que dão milhões de prejuízo.
Este caminho em que estamos só vai fazer aumentar a dívida pública, o desemprego e a pobreza do país. É necessário conservar as empresas rentáveis, aumentar a competitividade e a produtividade, aumentar o salário mínimo, taxar mais eficazmente os altos rendimentos, como o dos bancos, diminuir a pressão fiscal sobre os mais pobres, incentivar mais a exportações e o consumo interno, reduzir de forma acentuada os encargos do Estado com as parcerias público-privadas e baixar os impostos para as empresas. Só assim conseguiremos sair da contramão e evitar o desastre.
Na conjuntura atual 18% da população vive abaixo do limiar estatístico da pobreza e 24,4% vive em risco de pobreza ou de exclusão social. A situação de crise desencadeia mais desemprego, redução dos salários e cortes nas prestações do Estado, que faz com estes números continuem a aumentar.
Este fim-de-semana estive no norte do país, no conselho de Felgueiras e um amigo meu mostrou-me a quinta de Vila Fria completamente abandonada. Esta quinta foi em tempos um modelo de produção em Portugal, dava trabalho a dezenas de pessoas, produzia e transformava muitos dos seus produtos, para mais tarde colocar no mercado.
Mas nas últimas décadas o setor primário foi desmantelado completamente, ficando o país com uma enorme dependência externa. Esta dependência em relação à maioria dos produtos agroalimentares tem vindo a aumentar de ano para ano, sendo a balança comercial agrícola altamente deficitária. Isto deve-se principalmente a inadequação dos usos do solo; insuficiências técnico-financeiras; insuficiências ao nível das redes de distribuição e comercialização; baixos níveis de rendimento e produtividade e fraca expressão das indústrias agroalimentares.
Em Portugal governa-se para as próximas eleições e não para a resolução dos graves problemas estruturais que definham as próximas gerações. O nosso país só conseguirá sair deste ciclo vicioso em que se encontra, se conseguirmos ser mais produtivos qualitativamente e quantitativamente. A quinta de Vila Fria e todas as outras quintas deste país sejam elas grandes ou pequenas têm de voltar a ser produtivas.
O país, os governantes, os portugueses têm de aprender a viver com o que é realmente útil e colocar de lado tudo que é inútil e fútil. Não podemos continuar a viver acima das nossas possibilidades, não podemos voltar ao esbanjamento e aprender com a parte boa da austeridade e olhar para a terra como forma de enriquecimento, ou seja, o lema da quinta de Vila fria mantém-se atual "A arte de cultivar a terra é a arte de enriquecer alegremente. Cultivar a terra é engrandecer Portugal".
É comum dizer-se que as utopias estão mortas, mas a realidade que as alimentou e justificou durante séculos continua bem viva. As desigualdades em todo o mundo, desde o triunfo do liberalismo desenfreado, nos anos oitenta, são cada vez maiores. As profundas desigualdades na distribuição da riqueza no mundo atingiram atualmente proporções verdadeiramente chocantes. Em cada 3,5 segundos morre um ser humano à fome. Cerca de 1,2 mil milhões de pessoas vivem em condições de pobreza extrema, com menos de um dólar por dia.
Desde 1990, data marcante do início do fenómeno da globalização, o número de pessoas que vivem com menos de dois dólares por dia aumentou para três biliões. Mais, hoje, metade da população vive com menos de dois dólares por dia. Que organização económica é esta que obriga metade da população mundial a viver com menos de dois dólares por dia? Que mundo é este em que vivemos?
O desperdício de recursos nos países mais ricos está a conduzir a humanidade para caminhos muito perigosos, em termos de sustentabilidade do ser humano. Sabe-se que bastava que nestes países, se deixassem de alimentar os animais domésticos à base de cereais e de soja, e estes alimentos fossem distribuídos pelos necessitados, para se pôr fim à fome no mundo.
Nos últimos tempos e presentemente milhões de pessoas afogam-se no consumismo e no desperdício enquanto centenas de milhões de pobres e famintos apelam à solidariedade dos mais afortunados, que é inexistente. Esta é a maior utopia deste nosso mundo, isto é, a grande esmagadora maioria dos homens perdem a saúde para juntarem dinheiro e depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem o presente de tal forma que acabam por não viver no presente nem no futuro. Vivem como se nunca fossem morrer e morrem como se nunca tivessem vivido.
Esta ideia parece completamente errada, pois o que temos como certo é completamente o oposto. A maioria das políticas governamentais estão precisamente orientadas em sentido contrário. Também durante milhares de anos as pessoas acreditavam que a Terra era o centro do universo. Hoje parece-me claro que, o aumento das desigualdades sociais é prejudicial para a economia global e que os milionários deveriam pagar mais impostos.
Na sociedade atual pensa-se que se os impostos dos mais ricos aumentarem, a criação de emprego declinará, sendo esta a ideia absolutamente espantosa que influencia a sociedade e as principais políticas e o ambiente económico. Mas o que realmente acontece é que um consumidor normal cria mais postos de trabalho do que um capitalista.
Os decisores políticos acreditam que são os ricos e os seus negócios os verdadeiros criadores de empregos e que devido a essa razão, não devem ser taxados. O que conduz a mais emprego é um ciclo de vida, uma espécie de ciclo de reação entre consumidores e negócios. E apenas os consumidores podem colocar em movimento este ciclo virtuoso de aumentar a procura e, por conseguinte, a contratação de trabalhadores. E, neste sentido, um consumidor normal da classe média é muito mais um criador de emprego do que um capitalista.
Todos sabemos que contratar mais pessoas é um recurso capitalista de último caso, algo que só fazem quando o aumento da procura por parte do consumidor assim o exige. Neste sentido, denominá-los como criadores de emprego não só é desadequado, como desonesto.
As políticas implementadas atuais estão completamente erradas. Quando se tem um sistema fiscal no qual a maioria das isenções e as taxas mais baixas beneficiam os mais ricos, tudo em nome da criação de emprego, o que acaba por acontecer é que os ricos ficam mais ricos. Nas últimas três décadas a quota de rendimentos para os ocidentais mais ricos mais do que triplicou, ao mesmo tempo que as taxas de impostos efetivas declinaram quase 50%. Se fosse verdade que taxas mais baixas de impostos e mais riqueza para os ricos conduziriam a uma maior criação de emprego, então hoje estaríamos afogados em empregos. Mas e como sabemos o desemprego e o sub-emprego continuam em níveis elevadíssimos. Quando a classe média prospera, as empresas crescem e contratam, e os seus proprietários lucram. Atualmente, com o desaparecimento da classe média desaparecem também as empresas e aumenta exponencialmente o desemprego.
A crise financeira mundial trouxe consigo, um número recorde de multimilionários, segundo a revista americana Forbes que, todos os anos compila uma lista dos mais ricos do Mundo. Estes são, em boa verdade, aqueles que governam o Mundo e ditam as leis do mercado, da concorrência e do trabalho. É curioso verificar que, em tempos de severa crise económica, os mais ricos aumentam de número, assim como as suas fortunas, em contraponto, com o aumento de pobres e da pobreza a nível global. Interessante, mas este Mundo de contrastes, cada vez mais acentuados, está definitivamente em contra-mão.
Os países BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China) produziram metade dos novos nomes que, entraram na lista em 2011. Um em cada quatro bilionários é proveniente destes países. Há cinco anos, a proporção era de um em cada dez bilionários.
O Banco Mundial publicou alguns dados relativos ao aumento da pobreza no mundo, no passado mês de Fevereiro, onde se pode ler que, por causa do aumento de preços dos alimentos verificado no último semestre, os novos pobres são 44 milhões de pessoas que, vivem abaixo da linha da pobreza. Mais de um bilhão de pessoas vive com menos de 1 dólar e 25 centavos por dia.
A maioria dos pobres concentra-se, nos chamados países do quarto mundo, onde as pessoas não contam, nem para as estatísticas. O Homem não poderá aceitar que, existam tantos milhões de seres humanos, a viver em condições de pura miséria e sem qualquer dignidade. Se nada for feito urgentemente, para reverter esta situação, a humanidade continuará a cometer um crime contra ela própria.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, em 2009 existiam cerca de 2 milhões de portugueses a viver na pobreza, número que aumentou muito significativamente, em Julho deste ano, para 2,5 milhões.
Portugal é o nono país mais pobre dos 27 da EU. Com o acordo alcançado para a aprovação do Orçamento de Estado vai haver cortes salariais, no abono de família, aumento do IRS, aumento do IVA, entre muitas outras medidas de austeridade. Tudo isto, não me restam dúvidas, vai afectar ainda mais as famílias portuguesas, principalmente aquelas que menos rendimentos dispõem para o seu orçamento familiar.
Com este cenário, resta-nos subir no ranking de pobreza entre os países da EU. Todos dizemos que a culpa deste estado de coisas é dos políticos, pois são fracos e incompetentes, mas a culpa é nossa, pois somos nós que os elegemos através do voto democrático, sendo muito interessante que ninguém com reconhecidas capacidades queira ir para o lugar deles.
Francisco Fonseca
Hoje Portugal aparece como um dos países mais corruptos da Europa. Que razões haverá para que à corrupção tenha aumentado em Portugal?
Em minha opinião, o primeiro factor prende-se com o legislador, ou seja, as leis são herméticas e ninguém as entende, são feitas sem o conhecimento da realidade, simplesmente suportadas pela verborreia do legislador.
Por outro lado, a justiça é demorada devido ao grande volume de produção legislativa e às constantes alterações, que acontecem no panorama jurídico nacional.
Mas, hoje estamos perante um tsunami financeiro, as nossas vidas pessoais estão absolutamente fora do nosso controlo e as nossas expectativas completamente defraudadas.
O nosso país é um bom exemplo de deixar para depois o que não nos afecta hoje, mas esse tempo acabou, teremos de acordar, de fazer qualquer coisa, pois caso contrário as nossas vidas serão consumidas por esta armadilha, em que os europeus estão a cair incrédulos.
Estamos a viver tempos em que todas as nossas expectativas estão a ser abruptamente despedaçadas e, o pior é que sem qualquer reacção da nossa parte.
Mais uma vez digo e reafirmo, está na hora de arrepiarmos caminho urgentemente!
Francisco Fonseca
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