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REEDUCAÇÃO URGENTE

por franciscofonseca, em 10.11.10

 

Portugal colocou hoje, no mercado mais uma emissão de divida, no valor de 1.242 milhões de euros, a uma taxa de juro mais alta de sempre.

 

Alguns analistas conceituados estavam preocupados, como o mercado iria reagir a esta operação financeira. A procura duplicou a oferta, logo podemos dizer, que ainda existe muita gente interessada, em emprestar dinheiro ao nosso país.

 

O problema é que este ritmo de endividamento não pode continuar, com a taxa de juro que vamos pagar, o dinheiro fica muito caro e esta prática terá inevitavelmente de passar a constituir o último recurso.

 

Isto quer dizer, que as medidas de austeridade anunciadas são manifestamente insuficientes, para recolocar as finanças públicas em ordem.  Mais cortes, do lado da despesa terão de ser feitos e, meus senhores, nesta matéria, muita coisa é possível cortar, desde que os nossos governantes se reeduquem e façam com que o seu exemplo seja seguido, no sentido descendente, da máquina administrativa do Estado.

 

Houve um inquilino do palácio de S. Bento, que tinha dois contadores de electricidade e de água, pois, o que ele gastava em proveito próprio pagava do seu bolso. Mas não era preciso chegar a tanto, bastava que a frota automóvel, os salários dos seus condutores, os cartões de crédito, os subsídios de representação, de habitação, as portagens, as telecomunicações móveis, as comemorações de simbologia feitas quase diariamente, as viagens em primeira classe, os hotéis de 5 estrelas, os jantares e os almoços de trabalho, fossem reduzidos em 50%, em tudo que diga respeito a gastos de dinheiros públicos.

 

Mas, este “monstro” que se chama Estado e a sua administração pública está impregnado de sanguessugas, que secam tudo quanto for coisa pública, sendo esta cultura muito difícil de mudar. Por isso, não me restam grandes dúvidas, aqueles que quiserem verdadeiramente alterar este figurino terão de dar um exemplo muito forte e replicá-lo em todos os sectores, onde seja gerida a coisa pública.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 20:06

A personagem chamada mercado financeiro

por franciscofonseca, em 01.11.10

 

Hoje foi um dia em que os mercados financeiros confirmaram a minha tese. No sábado o governo e o principal partido da oposição firmaram um acordo, para aprovação do orçamento de 2011 na Assembleia da República. Todos os interlocutores, governantes, principais figuras da oposição e comentadores televisivos da especialidade, foram unânimes em dizer que agora havia condições para os mercados financeiros acalmarem e Portugal passar a ter credibilidade perante o exterior.

 

Passou um dia e a taxa de juro da dívida pública ultrapassou a barreira dos seis pontos percentuais. Então devo dizer que a especulação financeira continua, ela não quer saber dos acordos que os governos estabelecem, nem do que a oposição declara, ainda muito menos dos comentários dos reputadíssimos economistas, mas simplesmente quer aproveitar-se das debilidades estruturais e económicas do nosso país.

 

O mercado financeiro, essa coisa que toda a gente fala, mas ninguém sabe quem é; essa coisa que todos precisam respeitar, mas não sabem como fazê-lo; essa coisa de que todos dependem, mas ninguém sabe como. É esse ilustre desconhecido que vai dominando as agendas governamentais, principalmente dos países da união europeia.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 22:13

A CRISE DA MIOPIA

por franciscofonseca, em 27.10.10

 

 

Todos sentimos raiva, ansiedade e incerteza quanto ao nosso futuro. Este é o sinal inequívoco de que estamos a aceitar esta situação de crise.

 

Por outro lado, já todos interiorizamos que é melhor um mau orçamento, do que não virmos a ter nenhum. Os mercados financeiros assim o exigem e porque não queremos a intervenção de terceiros no nosso país.

 

A meu ver, ninguém com responsabilidades tem a noção, da realidade, da forma como este choque vai provocar danos na sociedade portuguesa.

 

Portugal é uma sociedade que mistura uma completa apatia com um desespero terrível e este cocktail, espero que venha a ter efeitos imprevisíveis em todos os cidadãos.

 

Estamos a viver uma miopia colectiva do desastre, onde todas as pessoas assumem que provavelmente nada disto está a acontecer e não vale a pena a ter preocupação, nem imagina a possibilidade que este desastre possa acontecer.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 23:34

Amorfismo e bacoquismo da sociedade Portuguesa

por franciscofonseca, em 21.10.10

 

A sociedade francesa está viva, manifesta-se, reage, luta contra as políticas prometidas pelo poder político.

 

A sociedade portuguesa vem sendo afectada, por várias políticas de austeridade e com promessas de mais impostos, menos salários, tudo em prol do sistema financeiro internacional, sem esboçar qualquer reacção.

 

Como disse o ministro das finanças hoje, se não ganharmos a confiança do sistema financeiro, Portugal fica sem financiamento e segundo ele isso seria desastroso! Será? Eu acho que isso seria óptimo, pois todos passaríamos a viver com os rendimentos que produzimos. Caso contrário, este ciclo ruinoso do endividamento das gerações futuras, isso sim, será o desastre da Nação.

 

Portugal comemorou 100 anos de república, mas a sociedade continua a viver de valores e princípios monárquicos. Vejamos a importância que é dada a algumas famílias da nossa sociedade, ao comportamento dos nossos políticos, a forma como a comunicação social aborda o quotidiano, a ostentação evidenciada pelos quadros superiores da administração pública, desde políticos, gestores públicos, directores de serviços, comandantes militares e policiais. Muitos destes passeiam-se todos os dias em viaturas de luxo, à custa dos nossos impostos, quando podiam muito bem, deslocarem-se nas suas próprias viaturas, conforme fazem a maior parte dos contribuintes. Este bacoquismo provinciano está muito enraizado na sociedade portuguesa.

 

Por outro lado, o amorfismo instalado na colectividade contribui para que as grandes rupturas, necessárias na cultura vivencial portuguesa fiquem adiadas indefinidamente.

 

Francisco Fonseca

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publicado às 22:53

ANTES E DEPOIS

por franciscofonseca, em 19.07.10

Acabamos o século XX no auge do desenvolvimento tecnológico, empresarial e, onde o capital financeiro suportava esse desenvolvimento. Esta realidade era compreendida por todos os operadores, quer financeiros, quer empresariais.

 

Neste inicio de século, muita coisa foi mudando. As empresas começaram a fundir-se e apareceram os grandes grupos empresariais, onde as actividades desenvolvidas se multiplicam e diversificam. Com isto surgem também os grandes grupos económicos e, assim muda-se de paradigma, ou seja, o capital financeiro começa a controlar os destinos das empresas.

 

É esta mudança de paradigma, que a maior parte dos analistas, economistas, comentadores, políticos, governantes, ainda não conseguiu perceber, nem entender e, desta forma, continuamos a escutar e a visionar enxurradas de asneiras diariamente, vindas de todos os quadrantes.

 

Hoje, o capital financeiro tomou a dianteira que, até então pertencia ao desenvolvimento empresarial e tecnológico, isto é, os grupos empresariais passaram para segundo plano e as leis são ditadas pelo capital financeiro, usando em alguns casos a especulação para retirar maiores dividendos.

 

Vivemos na era da capitalismo desenfreado, em que os resultados financeiros e a sua maximização, se sobrepõe a todos os valores e princípios morais e humanos.

 

Por isso, todos os dias ouvimos ilustres políticos, economistas e, governantes a dizer que o país necessita de mais apoios para a criação de pequenas e médias empresas, ou seja, esta realidade desapareceu, fazia parte do século passado. Depois outra grande parangona defendida por todos é a necessidade de mais desenvolvimento e crescimento económico, mas esta realidade só beneficiará o capital financeiro e por sua vez os grandes grupos económicos, não os simples votantes e contribuintes.

 

Teremos de viver na incerteza permanente e nesta angústia profunda!

 

Francisco Fonseca

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publicado às 22:09

Qualidades do bom gestor ou do bom político

por franciscofonseca, em 19.10.09

Hoje aprendi numa aula de políticas públicas leccionada pelo Professor José Oliveira Rocha, os 3 princípios para se chegar longe em muitas situações na nossa vida em Portugal:

1 – Estar sempre pronto para o serviço;

2 – Não fazer nada;

3 – Como vossa excelência quiser.

Para quem como eu, que já passou alguns anos numa instituição da Administração Pública, percebe isto perfeitamente.

Para quem nunca ouviu falar, este Professor Catedrático é o “super sumo” em termos de políticas públicas e administração pública em Portugal.

Posto isto, devo dizer que nos tempos que se avizinham, mais importante se constituem estes princípios, principalmente para quem quer construir grandes carreiras e nunca perder o lugar.

Somos um país onde crescemos numa cultura, em que temos muita dificuldade em harmonizar direitos com deveres, liberdade com responsabilidade, sistema político com o sistema judicial, ética com comportamentos e valores com princípios.

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 23:15


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