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ANTES E DEPOIS

por franciscofonseca, em 19.07.10

Acabamos o século XX no auge do desenvolvimento tecnológico, empresarial e, onde o capital financeiro suportava esse desenvolvimento. Esta realidade era compreendida por todos os operadores, quer financeiros, quer empresariais.

 

Neste inicio de século, muita coisa foi mudando. As empresas começaram a fundir-se e apareceram os grandes grupos empresariais, onde as actividades desenvolvidas se multiplicam e diversificam. Com isto surgem também os grandes grupos económicos e, assim muda-se de paradigma, ou seja, o capital financeiro começa a controlar os destinos das empresas.

 

É esta mudança de paradigma, que a maior parte dos analistas, economistas, comentadores, políticos, governantes, ainda não conseguiu perceber, nem entender e, desta forma, continuamos a escutar e a visionar enxurradas de asneiras diariamente, vindas de todos os quadrantes.

 

Hoje, o capital financeiro tomou a dianteira que, até então pertencia ao desenvolvimento empresarial e tecnológico, isto é, os grupos empresariais passaram para segundo plano e as leis são ditadas pelo capital financeiro, usando em alguns casos a especulação para retirar maiores dividendos.

 

Vivemos na era da capitalismo desenfreado, em que os resultados financeiros e a sua maximização, se sobrepõe a todos os valores e princípios morais e humanos.

 

Por isso, todos os dias ouvimos ilustres políticos, economistas e, governantes a dizer que o país necessita de mais apoios para a criação de pequenas e médias empresas, ou seja, esta realidade desapareceu, fazia parte do século passado. Depois outra grande parangona defendida por todos é a necessidade de mais desenvolvimento e crescimento económico, mas esta realidade só beneficiará o capital financeiro e por sua vez os grandes grupos económicos, não os simples votantes e contribuintes.

 

Teremos de viver na incerteza permanente e nesta angústia profunda!

 

Francisco Fonseca

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publicado às 22:09

Viver para trabalhar

por franciscofonseca, em 29.06.09


O trabalho assume na nossa sociedade um papel fundamental nas nossas vidas. Nada nos diz mais sobre a forma como vivemos na actualidade do que a importância que é dada ao trabalho. Quer queiramos quer não, é em grande parte devido a ele que construímos a nossa identidade e que definimos, perante a sociedade, a nossa imagem, estilos de vida e as elites.

E não falo somente do facto de o trabalho ter ocupado a nossa vida interior. As ansiedades e as fantasias que dominam o nosso monólogo interior e que nos ajudam a encontrar um significado para o dia que passou acabam por nos desviar de outros assuntos das nossas vidas.

E se nos queixamos que somos obrigados a dar prioridade ao trabalho em detrimento de outros aspectos das nossas vidas; especialmente no que diz respeito à família ou às relações pessoais; a verdade é que a razão não reside, como tentamos fazer crer a nós próprios, somente numa necessidade económica, outras razões haverá.

O que realmente acontece é que os demais compromissos acabam por ter um peso menor, na contabilidade subjectiva das nossas vidas, quando os comparamos com os nossos sucessos ou fracassos laborais. Pois o fracasso laboral é sem dúvida muito mais penalizador, do que o fracasso familiar, que hoje em dia até está na moda.

As sociedades têm no seu centro o trabalho, a sociedade ocidental moderna é a única a assumir que uma existência com sentido tem invariavelmente de passar pelos portões do trabalho remunerado. Caso contrário será uma existência sem conteúdo, sem glória e sem qualquer significado. Será mesmo assim, ou poderá ser diferente?

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 19:24

Portugal continuará adiado

por franciscofonseca, em 24.06.09

Portugal em matéria de visão estratégica, está sempre a voltar à casa da partida, a maior parte dos empresários sofrem de miopia, já que não querem fazer investimentos com períodos de retoma superiores a dois anos. Vive-se no curto prazo. As vistas são cada vez mais curtas em matéria de investimento e inovação.

 

O País necessita urgentemente de fazer escolhas e definir equilíbrios, sem estar sempre a colocar tudo em causa. É preciso consolidar projectos, mas Portugal está sempre a voltar à casa de partida. Agora vamos passar mais dez anos a estudar os comboios, os aeroportos, as auto-estradas, por exemplo.

 

Este País tem de mudar de cultura, ou seja, falar menos e agir mais, que combata a noção instalada de que se os outros sectores não fizerem, nós também não fazemos. Um país é construído pelos seus cidadãos, por isso todos temos responsabilidades de estarmos nesta situação.

 

No futuro teremos de conseguir conjugar a sensibilidade social e as prioridades políticas definidas pelos governos. Este será o desafio maior do século XXI.

Vamos acreditar que assim vai acontecer!

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 22:38

Os novos motores da economia

por franciscofonseca, em 15.06.09

Os EUA deixaram definitivamente de ser o motor económico da retoma. A estratégia do aumento das importações baseada na acumulação de um défice externo gigante esgotou-se; a actual crise deu o golpe de misericórdia nesse esquema de dinamização do comércio internacional.


O que assistimos foi que na última década, os Estados Unidos e um pequeno conjunto de outros países forneceram a procura necessária para a economia mundial crescer.

 

A responsabilidade pela luz ao fundo do túnel está, por isso, nos países que poderão, agora, dinamizar a procura mundial. Serão eles o motor da retoma. A Alemanha, campeã das exportações (9,2% dos fluxos de exportação mundial) e terceira em termos de superávit; a China, número dois nas exportações (9%), e com o segundo maior superávit do mundo; Médio Oriente, com 6,6% das exportações e o maior excedente do ano de 2008 por efeito do choque petrolífero; e o Japão, com 4,9% das exportações mundiais, mas com um excedente da balança comercial muito pequeno.

 

Assim, por um lado temos a responsabilidade destes novos motores da retoma. Por outro a responsabilidade dos políticos mundiais. E aqui o maior erro político acontecerá se os grandes credores insistirem em continuar a gerir excedentes, pois nesta perspectiva a recessão aprofundar-se-á e será mais longa. Os governos actuais não podem enveredar pelo caminho mais fácil, ou seja, de retomarem o proteccionismo do tempo entre as duas guerras mundiais do século XX.

 

Ficamos todos a espera que apareça a luz ao fundo do túnel!

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 17:36

O Homem do século XXI a caminho da desumanização

por franciscofonseca, em 05.06.09

O homem continua a trilhar caminhos, pelos quais jamais chegará ao desenvolvimento integrado, ou seja, ao desenvolvimento humano e tecnológico.

Se não vejamos alguns números arrepiantes. Segundo a UNICEF em 2006, morreram 9,2 milhões de crianças, sendo as principais causas de morte os problemas neonatais, a pneumonia, as doenças diarreicas, a malária, o sarampo, o HIV.

A mesma fonte refere que existem 133 milhões de crianças órfãs em todo o mundo, 15 milhões das quais por causa do vírus da SIDA.

Neste mesmo ano o número de crianças com peso abaixo do normal excedeu os 140 milhões em todo o mundo.

Outro vector essencial é a educação, que é um direito humano básico, fundamental para o desenvolvimento e bem-estar dos indivíduos e das sociedades como um todo. A maior parte da população que abandona a escola encontra-se na África Subsariana, onde cerca de 45,5 milhões de crianças de idade escolar primária não a frequentam. É seguida pelo Sul da Ásia (35 milhões), Médio Oriente e Norte da África (6,7 milhões), Ásia Oriental e Pacífico (4,7 milhões) e pela América Latina e Caraíbas (4,2 milhões).

Proteger as crianças contra a violência, a exploração e abusos diversos, constituem factores essenciais para protecção do seu direito à sobrevivência, crescimento e desenvolvimento. Estima-se que 300 milhões de crianças no mundo inteiro estão sujeitas à violência, exploração e abusos de várias espécies.

Destes 158 milhões de crianças, são obrigadas a trabalhar.

Cerca de dois milhões de crianças, no ano 2007, foram exploradas no negócio multimilionário da indústria sexual, especificamente em prostituição e pornografia.

Estimativas da União Europeia indicam que, no último decénio, os conflitos armados custaram a vida a mais de 2 milhões de crianças, mutilaram 6 milhões, tornaram órfãs 1 milhão e originaram cerca de 20 milhões de crianças deslocadas ou refugiadas.

Perante estes números, como pode o homem, os senhores do desenvolvimento e da prosperidade, acalentar a viver num mundo melhor!

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 13:37

Transição de modelos

por franciscofonseca, em 20.05.09

 

Este caminho está esgotado, é necessário mudar de rumo!

 

Estamos a atravessar uma conjuntura, que tem de criar um novo ciclo de desenvolvimento universal e integrador das diferentes dimensões da sociedade humana – social, económica, cultural e ambiental –, a solidariedade tem de passar pelos conceitos e práticas ligados à sustentabilidade, ética, política e comunicação social. Se isto não acontecer urgentemente, esta crise vai afectar muitos mais desempregados por esse mundo fora.

 

A crise a que assistimos, passa pela destruição do tecido económico que é sintoma de que os principais sectores da produção estão a ser atingidos duramente, passando pela produção em massa, pela revolução tecnológica, pelos serviços, incluindo a sofisticação que foi alcançada no sector financeiro.

 

Muitos acreditam que os EUA são os culpados desta depressão, mas na minha opinião o cenário de sucessão dos EUA não vai ocorrer tão cedo. Mas acredito que a geopolítica vai misturar-se profundamente com esta crise.

 

Mas como a História teima em repetir-se, podemos estar no inicio de uma conjugação de duas transições – uma de ciclo longo geopolítico e outra de ciclo longo económico. Este fenómeno acontecendo, já não ocorria há cerca de cento e vinte anos.

 

Francisco Fonseca

 

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publicado às 19:14

Morrer do mal ou da cura!

por franciscofonseca, em 14.05.09

Um sorriso com alguma esperança, que a mudança aconteça!

 

Ontem tive de recorrer a saúde pública, fui ao hospital Francisco Xavier, por apresentar alguns sintomas febris.

Na triagem, o primeiro diagnóstico, resfriado acompanho de febre, mas nada de urgente. Interpelei a enfremeira dizendo-lhe que tinha chegado do Chade fazia 4 dias. Ela, muito admirada, perguntou: “onde fica isso?” e, o meu caso passou a ser muito urgente, tive de colocar uma mascara e ir para uma sala isolada.

De imediato sou chamado e a doutora que me esperava, só de ouvir a história da viagem, sem me fazer qualquer auscultação, começa a ler um protocolo assinado pela respectiva ministra e, diz-me: "o senhor vai ser transferido para o hospital Curri Cabral, pois é um caso suspeito da Gripe A."

Por uns segundos fico perplexo, mudo de cor, fico gelado, a ferver, mas consigo pensar por uns segundos. Perguntei a médica como é que ela fundamentava a suspeita, sem me fazer qualquer exame. Mais, caso ela não explica-se eu sairia de imediato do hospital.

Foi então que chega a chefe do serviço e manda-me fazer uma quantidade de exames. Chegados os exames, a médica faz mais um diagnóstico brilhante e, diz: "o senhor está com uma pneumonia avançada ou tuberculose."

Bem, pensei, a coisa já melhorou. Entretanto chega um outro médico e diz: "isto será melhor encaminhar para o pneumologista."

Nisto tudo já tinham passado 5 horas. Chega finalmente uma especialista na matéria, vê os exames, manda fazer mais um e, passa-me uma mensagem de tranquilidade. Concluído o exame, vem um novo diagnóstico. Infecção pulmonar causada por uma bactéria ou virose.

Eu que procurava a ajuda na saúde pública, quase entrava pelas portas da morte, pois a médica ainda teve o desplante de dizer: “o que mais me custa é que se o senhor não estiver infectado, vai acabar por ficar”. Obrigado senhora pneumologista! Menos pânico, senhora doutora!

Francisco Fonseca

 

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publicado às 18:29

A crise e as crises

por franciscofonseca, em 25.04.09

Todos, nos tempos que correm ouvimos falar e falamos da crise. Os culpados são facilmente elencados e conhecidos. A culpa deste estado de coisas é do capitalismo, a culpa é dos políticos, a culpa é dos bancários, mas na maior parte das vezes, a culpa acaba sempre por morrer solteira.

A verdade é que o capitalismo não está com problemas, as multinacionais e as grandes empresas é que estão com problemas.

A política não está com problemas, os partidos políticos e os seus dirigentes é que estão com grandes e graves problemas.

O sistema bancário não está com problemas, os bancos e os seus gestores é que estão com enormes problemas.

Os problemas ambientais estão na ordem do dia, mas a Natureza não está com problema algum. A Humanidade é que está com problemas. Porque a Natureza muda!

Nesta vivência cada vez mais acelerada, nas diversas estradas da vida, os eficientes sobrevivem, os ineficientes perecem. Estamos numa fase em que separação do trigo do joio se faz cada vez mais de forma natural. Na minha opinião o principal vector de evolução da sociedade continuará a ser, a criação de riqueza e a inovação.

Assim, todos estes actores, as multinacionais, os partidos, os políticos, os bancos e os bancários, entre outros, evoluem no caminho da eficiência, inovação e riqueza, ou não sobrevivem e perecem.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 15:27

A mudança

por franciscofonseca, em 02.04.09

 

Até mesmo as tartarugas vivem em constante mudança, adaptabilidade constante ao modus vivendi.

 

A era em que vivemos é chamada por muitos como era da sociedade do conhecimento e da economia global, mas eu acrescentaria ainda outras denominações, como era da criminalidade global, da ameaça global e da exploração global.

A tecnologia e os equipamentos evoluem de forma rápida, nem sempre as pessoas conseguem acompanhar essa evolução, pois é necessária uma formação constante, mas infelizmente, no nosso país há carências dramáticas ao nível da formação e na forma como são geridos os recursos humanos.

Estas carências podem ajudar a explicar um dos nossos problemas estruturais mais graves, no que concerne à produtividade e competitividade. Por isso é urgente fazer um esforço estrondoso nesta área, reinventar novas formas de competitividade e criar riqueza.

No mundo actual e cada vez mais vamos ter de viver, em mudança permanente, em evolução permanente e adaptação permanente!

Francisco Fonseca

 

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publicado às 19:21

Criminalidade global

por franciscofonseca, em 08.03.09

 

A nova criminalidade caracteriza-se por recorrer a sofisticadas tecnologias de informação, que pela rapidez, volatilidade, agressividade e violência na sua actuação, trás um novo campo de problemas que o nosso Direito Penal tradicional orientado exclusivamente para a protecção dos bens jurídicos individuais e concretos, já não dá resposta adequada.

Estamos perante novas condutas criminosas, que pelos instrumentos utilizados e pela dimensão global, surge a necessidade dum direito penal preventivo, que seja mais eficaz, mas claro, sem nunca colocar em perigo as garantias do processo criminal justo e transparente.

O direito penal protege os bens jurídicos principais como a vida, a integridade física, a liberdade, a auto determinação sexual, a honra, o património, a procura da justiça e outros valores da vida em sociedade.

Mas esta nova criminalidade apresenta uma mutabilidade constante do conceito de bem jurídico, pois não se trata só de proteger o património, mas os valores da vida em partilha e da paz social.

Desta realidade de formas especiais de crime, resulta a necessidade de uma incriminação cada vez mais ampla e menos vinculada, assim como de uma tutela de bens jurídicos cada vez mais imprevisíveis.

Portanto o direito penal terá de dar resposta urgente, para fazer face aos riscos da vida moderna, as novas e mutantes formas de criminalidade organizada e transnacional, dum mundo cada vez mais globalizado e pequeno devido as novas tecnologias de informação.

Francisco Fonseca

 

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publicado às 14:02


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