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Blog de crítica e opiniões sobre as políticas que afetam negativamente a humanidade. O Homem na atualidade necessita urgentemente de arrepiar caminho, em busca de um novo Mundo!
Parece surreal, mas pelo quarto dia consecutivo repetem-se episódios de violência urbana, na capital londrina. Registam-se novos confrontos entre a polícia e grupos de jovens que incendeiam carros, edifícios, pilham lojas em várias zonas da cidade.
Estes grupos de jovens, muitos de caras tapadas e vestidos de negro são oriundos dos bairros de habitação social de Londres. Apesar do reforço policial na capital britânica, a estratégia adoptada até ao momento, pelas autoridades policiais e políticas tem sido de contenção.
A Inglaterra nos últimos tempos transformou-se num barril de pólvora, que agora ameaça explodir. O governo liderado pelo primeiro-ministro David Cameron viu-se obrigado a cortar nas prestações sociais. Muitos milhares destes jovens ficaram sem ocupação, sem subsídios, a que estavam habituados a muito tempo.
Por outro lado, o escândalo Murdoch, que abalou os meios de comunicação social ingleses, colocou em evidência uma teia mediática capaz de capturar, silenciar, multiplicar vozes, imagens e ideias impressas, com um grau de abrangência inigualável. Este caso comprovou que todos os primeiros-ministros britânicos tinham relações, no mínimo, incestuosas com Murdoch, o que demonstrou a permeabilidade do poder político e partidário, criando um sentimento de revolta na população mais carenciada.
Reunidos todos estes ingredientes, ficava a faltar o rastilho. Após a morte de Mark Duggan, alvejado durante uma operação policial, os tumultos tiveram inicio em Tottenham, depois de um protesto pacífico contra a actuação policial. O caos está instalado, a guerrilha urbana continua e deverá servir como sério aviso, para todos os países. Espero que o fenómeno não faça eclodir outros barris de pólvora, ainda sem rastilho, mas que poderão fazer estremecer a velha Europa.
Sala principal da Cimeira da NATO em Lisboa
Portugal nunca organizou um evento de tanta complexidade em termos de segurança. É sem dúvida um grande desafio para as forças e serviços de segurança.
Nestes próximos dois dias vão decorrer, a par da cimeira da NATO, a cimeira NATO/Rússia e Estados Unidos/União Europeia.
Do novo conceito estratégico, que vier a ser aprovado, muito vai depender o futuro desta organização atlântica. A situação do Afeganistão também vai passar por Lisboa, pois a passagem da responsabilidade, do controlo dos talibãs, para os afegãos vai ser concertado estrategicamente.
As ameaças e os riscos são reais, sendo necessário o levantamento de todas a vulnerabilidades, em termos de terrorismo, violência urbana e criminalidade altamente organizada.
Espero que nenhuma janela de oportunidade tenha ficado aberta, pois caso contrário o pior pode mesmo acontecer, faço votos para que tudo decorra dentro da normalidade.
Francisco Fonseca
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